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Cássio
Aos 18 minutos do segundo tempo, Diego Souza parte sozinho do meio de campo e bate fraco, na saída de Cássio, que espalma e opera o milagre. -
decepçãoJuninho
O meia errou até mesmo nas bolas paradas, sua especialidade. No segundo tempo, não conseguiu mais jogar. Só ficou para bater pênaltis. -
arbitragemElogios
Leandro Vuaden apitou de acordo com a tensão do jogo. No início, economizou nos cartões. Depois,administrou bem: sete amarelos e o controle do jogo.
Faltam quatro jogos. 360 minutos. A contagem regressiva do bando de
loucos para o título da Libertadores está menor. Um bando que recebeu
até o reforço do técnico Tite para comemorar o gol redentor de Paulinho.
Gol que decretou a vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Vasco,
afastou um fantasma de outros tantos anos, fantasma que quase encarnou
em Diego Souza, mas que foi exterminado pela cabeça do volante, um dos
melhores jogadores deste time vitorioso.
Em jogo tenso, dramático, disputado da forma mais digna por todos que
estiveram em campo, um gol aos 42 minutos do segundo tempo deixou o
Pacaembu em êxtase. Tite, que havia sido expulso, não deixou de comandar
a equipe. Juntou-se à Fiel, chamou Liedson e Willian até o alambrado
para dar instruções e deu recados que passavam por três bocas até chegar
aos seus jogadores. Classificação inesquecível, assim como a eliminação
do Vasco, que viu Diego Souza partir sozinho do meio de campo em
direção ao gol, mas parar em sua incompetência e no tamanho de Cássio,
que se agigantou à sua frente.
O Corinthians só saberá o adversário da semifinal após os resultados
desta quinta-feira. Se o Santos reverter a vantagem do Vélez (ARG), que
venceu por 1 a 0 em Buenos Aires, haverá um clássico paulista. Mas se os
argentinos saírem da Vila Belmiro classificados, vão cruzar com o Boca
Juniors, pois o regulamento força encontros de equipes do mesmo país até
a semi. Nesse caso, o Timão enfrentará o vencedor do confronto entre
Universidad (CHI), que joga em casa e pode até empatar sem gols, e
Libertad (PAR).
Eder Luis, do Vasco, recebe marcação de Ralf, do Timão
Beleza em cada gota de suor
Os fãs de dribles e lances espetaculares não devem ter ficado felizes
com o primeiro tempo. Mas quem consergue enxergar beleza em cada gota de
suor deixada no gramado ficou satisfeito. Respeito pelo adversário e
medo de sofrer um gol decisivo se misturavam, e faziam os jogadores
pensarem duas vezes antes de arriscar um chute, os goleiros preferirem
socar a bola do que arriscar segurá-la.
Espetáculo mesmo deram os torcedores corintianos. Com mosaico e
cumprindo o roteiro de músicas distribuído na véspera, fizeram barulho
ensurdecedor no Pacaembu. Só não conseguiram abalar o Vasco, liderado
pela experiência de Juninho. Em campo, a ausência de um centroavante
causou dificuldade ao anfitrião. Enfiado entre os zagueiros, Alex não
rendia. Quando ele tentava buscar o jogo no meio, faltava a referência
para as tabelas. Por isso o Timão insistiu pelas laterais. Numa dessas
jogadas, a bola sobrou para chute de Emerson, desviado providencialmente
pela defesa.
Eram tanta vontade, tanta entrega e tantos carrinhos que as faltas se
tornaram inevitáveis. Bom para quem tem Juninho no time. Na primeira
chance, Cássio rebateu mal, para o meio da área, e deu sorte da bola ter
batido em Alecsandro, e não o contrário. Na segunda, o Pernambucano
mirou o ângulo e errou por pouco. Eder Luis foi o mais acionado e errou
muito, além de ter protagonizado lance infantil com Jorge Henrique. Após
troca de palavras nada cordiais, o corintiano, sem razão e imprudente,
encostou sua cabeça na do vascaíno, que desabou como se fosse atingido
por uma bala de canhão. Leandro Vuaden acabou com a gracinha de ambos
com cartões amarelos.
Coube a Paulinho e Fernando Prass o lance de maior emoção na primeira
etapa. O volante subiu mais do que parecia ser possível no meio da área e
cabeceou bem, mas o goleiro, com direito a pose para os fotógrafos,
salvou os cariocas. O melhor estava por vir...
Drama até o fim
No primeiro minuto do segundo tempo, o camisa 10 Diego Souza dava um
carrinho quase na linha de fundo defensiva para evitar um escanteio.
Isso e as mesmas formações dos times mostravam que o tom do espetáculo
seguiria dramático, mais suado do que vistoso.
Os minutos corriam no mesmo passo em que tensão dominava o Pacaembu.
Depois de Renato Silva errar mais uma saída de bola, o Vasco passou a
optar pela famosa bola de segurança, popularmente conhecida como "bicão
pra frente".
Tensão que chegou até ao polido Tite. Ao ver Vuaden não marcar falta em
cima de Paulinho e, em seguida, dar cartão amarelo a Emerson, que
impediu a progressão do rival, o técnico exagerou na dose da reclamação e
foi expulso. Sem ninguém para falar muito no banco, Diego Souza teve a
chance do tempo, do jogo, da vida do Vasco na Libertadores. O meia
interceptou chute de Alessandro no meio de campo e disparou sozinho
contra Cássio. Os olhos de mais de 35 mil pessoas estavam arregalados, à
espera do confronto, como se fosse um duelo medieval. O chute de pé
direito foi fraco e possibilitou o desvio do goleiro, que teve seu nome
cantado em tom de agradecimento, alívio e devoção. Para aumentar o
drama, na cobrança de escanteio, Nilton acertou o travessão.
A certeza de que cada gol sofrido seria fatal atingiu se instaurou de
vez, mas os donos da casa cumpriram seu papel de tentar o gol. O Timão
sufocou o Vasco em seu campo, em sua área. O chute de Emerson na trave,
após desvio de Prass, deixou o bando de loucos engasgados com o grito de
gol.
Grito que só sairia após cobrança de escanteio. Paulinho subiu muito de
novo e, dessa vez, Fernando Prass não teve como evitar. Tite, nas
numeradas, foi ao delírio. A nação alvinegra foi ao delírio. Com a cara
que o Corinthians gosta de ostentar, de drama, o time já repete a melhor
campanha da história da Libertadores. Mas dessa vez, tem certeza de que
pode superá-la.
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