quinta-feira, 24 de maio de 2012


Paulinho e Carlos Alberto Vasco x Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Na 'era Tite', Paulinho já fez 17 gols e fica atrás apenas de Liedson

Classificar Paulinho “apenas” como um volante chega a ser um desperdício. No elenco de operários do Corinthians, o camisa 8 vai além da raça para superar obstáculos e transformar luta em glória, como na dramática vitória sobre o Vasco, quarta-feira, no Pacaembu. O histórico gol marcado e o abraço a um desconhecido torcedor no alambrado, colocando o Timão nas semifinais da Libertadores pela segunda vez na história, resumem com exatidão a importância dele para a equipe e a Fiel.

Os números comprovam a eficiência em saber jogar defensivamente e aparecer como surpresa na frente. Desde que o técnico Tite voltou ao clube, em outubro de 2010, Paulinho perde apenas para Liedson, principal referência do ataque, em número de gols marcados. São 26 do Levezinho contra 17 daquele que, na teoria, é um marcador.

O aproveitamento ofensivo supera de longe jogadores que atuam mais próximos do alvo inimigo e que possuem liberdade de criação. Abaixo estão os atacantes Willian (15 gols), Emerson (11) e Jorge Henrique (sete), além dos armadores Danilo (11) e Alex (nove). Até mesmo o zagueiro-artilheiro Chicão ficou para trás neste período (nove).
Corinthians x Vasco, Paulinho (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Paulinho emociona ao abraçar torcedor no alambrado
 
– Vou repetir o que o Alessandro disse lá dentro, nos vestiários: “Quero agradecer ao Cássio e ao Paulinho, porque cairia o mundo sobre a minha cabeça”. Ralf e Paulinho fazem hoje a melhor dupla de volantes do futebol brasileiro – afirmou o técnico Tite.

Em momentos de dificuldades do treinador para encontrar a formação ideal do ataque, Paulinho passou a decidir na hora certa. Ele anotou gols nos últimos três confrontos em casa da Libertadores e se transformou no artilheiro da equipe na competição, com três, ao lado de Danilo e Jorge Henrique. Mais que isso, assumiu também o posto de goleador máximo do Timão na temporada, com seis.

– Tento me superar na força e na vontade. No primeiro tempo, o Romulo me marcou muito forte, mas, no segundo, consegui sair para o jogo sem que ele me acompanhasse – destacou o camisa 8.

Aos 23 anos, Paulinho se destaca também pelo vigor físico e por quase não sofrer lesões, sobretudo as mais graves que custariam um longo período de recuperação. Reserva em 2010, titular em 2011 e indispensável em 2012, o meio-campista atuou em nada menos que 88 partidas nesse tempo. Ninguém foi mais vezes a campo do que ele na atual temporada: 27 contra 26 do lateral-esquerdo Fábio Santos.

Paulinho faz parte de uma safra de volantes desconhecidos que vem brilhando no Corinthians nos últimos anos. Depois de se aventurar na Lituânia e na Polônia, o jogador se destacou no Bragantino no Paulistão de 2010 e estreou pelo Timão justamente no jogo da eliminação na Libertadores, contra o Flamengo, no Pacaembu.

Com Elias e Jucilei em destaque, ele precisou de paciência até que ambos fossem negociados para que a oportunidade de ser titular aparecesse. Agora, é ele quem vive tal situação. Na mira de clubes europeus, o volante/artilheiro vem sendo observado constantemente por dirigentes do Inter de Milão-ITA e pode ser vendido após a Libertadores. Jogando e fazendo gols assim, vai ser difícil segurar.

– Minha cabeça está só em ser campeão da Libertadores – garantiu Paulinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário