
Paolo Guerrero, em treino do Corinthians
Na última vez em que foi escolhido para comparecer à sala de imprensa do CT Joaquim Grava, Paolo Guerrero
foi claro sobre sua autocobrança no Corinthians. Goleador desde que
chegou ao clube, ele disse ficar "louco" quando passa três jogos sem
balançar as redes. Coincidentemente, o atacante chega ao jogo mais
decisivo do Timão até aqui na temporada, contra o Boca Juniors, nesta
quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), no estádio do Pacaembu, com o
retrospecto de exatas três partidas sem comemorar um gol.
A última vez em que Guerrero marcou foi na goleada por 4 a 0 sobre a
Ponte Preta, pelas quartas de final do Campeonato Paulista. De lá para
cá, ele passou em branco no empate sem gols com o São Paulo, na derrota
por 1 a 0 para o Boca e na vitória por 2 a 1 sobre o Santos. Artilheiro
do Timão na temporada, com 12 gols marcados em 22 jogos, o peruano
chegou ao limite imposto por ele mesmo.
A média do jogador é das melhores. Contratado logo após o título da
Libertadores no ano passado, ele acumula 20 gols em 39 jogos – média de
0,51 gol por jogo, o que significa que a tendência é que, a cada duas
partidas, Paolo Guerrero balance as redes.
Pelo primeiro jogo da final contra o Santos, no último domingo,
Guerrero deixou o campo para a entrada de Alexandre Pato. Mesmo
ovacionado pela torcida e cumprimentado pelo técnico Tite, demonstrou
clara insatisfação. Não pela substituição em si, mas por mais uma vez
não ter deixado a sua marca. Fã de partidas decisivas, o atacante tem a
oportunidade perfeita para a “redenção” nesta quarta-feira.
Normalmente solícito à imprensa, Guerrero não quis falar sobre o jejum
de gols antes do jogo decisivo contra o Boca Juniors. Preferiu se calar.
Concentrado desde a noite de segunda-feira – o técnico Tite optou pela
antecipação – ele recebeu a família no centro de treinamento na véspera
da partida como forma de estímulo e apoio.
Nos treinamentos, o retrospecto do peruano se mantém intacto. Forte no
jogo aéreo e quase infalível dentro da área, ele parece acostumado à
posição em que joga no esquema tático escolhido por Tite. Guerrero
tornou-se referência como atacante mais avançado, liberando Emerson
Sheik e Romarinho para atuarem pelos lados. Ainda assim, ele volta para
recompor a marcação e incomoda as defesas adversárias.
Contra o Santos, Guerrero desperdiçou um “gol feito”, daqueles que não
costuma deixar passar. Ainda assim, deixou Sheik duas vezes em claras
condições de ampliar a vantagem do Timão – que venceu por 2 a 1 – mas o
companheiro desperdiçou. Apelidado de “El Depredador” pelo estilo
pilhado e arrebatador, ele sem dúvida está “louco” para voltar a marcar.
O Boca que se cuide.
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