-
estatísticasposse de bolaO Corinthians dominou as ações do jogo e ficou com a bola em 72% do tempo. Em finalizações, placar equilibrado: 12 a 10 para os donos da casa.
-
torcidaPaulinhoOs corintianos gritaram "Fica, Paulinho" no Pacaembu. Após a partida, ele negou que esteja de saída e disse que não fez sua despedida neste sábado.
-
na bolaBolívarEleito o mais violento do Brasileiro pelos jogadores, Bolívar cometeu uma das 26 faltas do Botafogo. Paulinho foi o recordista do jogo, com sete.
O que São Paulo e Rio de Janeiro têm de melhor? O charme, a economia,
as praias, os shoppings, a natureza, a arquitetura, as mulheres, o
carnaval, o Corinthians e o Botafogo. Sim, o Timão é o melhor paulista. O
Fogão é o melhor carioca. Ambos receberam as faixas de campeões
estaduais antes de estrearem no Campeonato Brasileiro. Uma comemoração
em data e hora perfeitas, sábado à noite, mas vestidos para trabalharem
novamente no Pacaembu. E entre a malemolência carioca com tempero
holandês, e a seriedade paulista, o empate de 1 a 1 foi justíssimo.
Clarence Seedorf, nascido no Suriname, naturalizado holandês, e já no
coração de parte da Cidade Maravilhosa, foi fundamental. Não só pela
assistência. Ele imprimiu seu ritmo ao jogo. Inteligente no
posicionamento, nos passes, sábio ao escolher a hora de driblar, fez a
equipe jogar. E ainda teve o valioso auxílio do artilheiro Rafael
Marques, em outra grande atuação.
- No segundo tempo o Corinthians foi melhor, e no primeiro tempo fomos
melhores. Podíamos ter feito mais um gol, mas o resultado no final foi
justo. Claro, olhando o primeiro tempo, se tivéssemos chutado melhor
certas oportunidades... Mas foi uma demonstração de um grupo que quer e
que pode - afirmou Seedorf.
O holandês foi um penetra indesejado na festa de aniversário dos 52
anos de Tite, gaúcho que também já conquistou a terra da garoa, e que
tem sempre em Paulinho o seu convidado de honra. De poucos sorrisos, mas
invejável eficiência, o volante consegue achar os atalhos para chegar
ao gol. Dessa vez foi de cabeça.
- Numa bola parada conseguimos empatar. É claro que o objetivo é
conquistar os três pontos, principalmente em casa, mas erramos muito, em
especial na primeira etapa, e depois precisamos correr atrás - afirmou
Paulinho, que negou estar de saída. - Não, muito pelo contrário.
O público foi de 29.295 pagantes e a renda, de R$ 940.359,00. As duas
equipes voltam a campo pelo Brasileirão na próxima quarta-feira, com
mando invertido. O Botafogo vai receber o Santos em Volta Redonda, às
19h30m. Já o Timão terá de viajar para enfrentar o Goiás, às 22h, no
Serra Dourada.
Rafael Marques comemora o gol do Botafogo contra o Corinthians
Seedorf: um chute bizarro, um passe magistral
O frio muito mais habitual aos paulistas gelou o início de jogo. O
Botafogo parecia no ritmo de Zeca Pagodinho, cadenciado, suave, enquanto
o Corinthians, aos poucos, entrou num hip hop local: intenso, acuou o
visitante em seu campo de defesa e trocou passes, algo que parecia
impossível ao time comandado por Seedorf, em campo, e Oswaldo de
Oliveira, do banco. O holandês, aliás, deu um chute bizarro, quase no
Tobogã do Pacaembu. Uma malandragem tipicamente carioca de quem fez toda
torcida imaginar que ele não estava naqueles dias. Mal sabiam o que
estava por vir...
Edenilson, Ralf e Romarinho arriscaram, mas Jefferson, com uma
segurança de se fazer inveja às duas capitais, parecia defender chutes
de crianças. Abusado, Fábio Santos tentava invadir a praia do rival, mas
deixou uma Linha Amarela, ou uma Avenida Paulista, às costas. Por ali,
Seedorf, aquele do chute bizarro, colocou a bola com maestria na área, e
Rafael Marques teve habilidade de sobra para completar o cruzamento: 1 a
0.
O Timão parecia descompassado, como um paulistano de terno que se solta
nos sambas da Lapa. Errava passes fáceis, reposições do goleiro, e até
cobranças de faltas ensaiadas. A boa chance veio dos pés do uruguaio
Lodeiro. O botafoguense, meio perdido entre as capitais brasileiras, deu
um presente para Emerson, que arrancou e bateu bem. Jefferson foi
melhor ainda. Das envolventes triangulações entre Seedorf, Rafael
Marques, Lodeiro e Lucas, poderiam ter saído mais dois gols. A vitória
por 1 a 0 foi de bom tamanho para os dois times.
Paulinho faz gol e ouve "fica" da torcida no Pacaembu
Paulinho: animador e salvador
Douglas e Alexandre Pato nos lugares de Danilo e Guerrero. O campeão
paulista lembra as grandes empresas da cidade: organizada, séria, cheia
de bons executivos para girarem os negócios do Timão. Mas, dessa vez,
não giraram. Mudaram as peças, não o ritmo do time. E por falar em
ritmo... Seedorf criou o seu próprio no segundo tempo. Encostado no lado
esquerdo, pertinho de Oswaldo de Oliveira.
Pretendido para ser técnico
do Milan, ele formou quase uma comissão técnica. Foram três passes
geniais. O primeiro, após linda jogada de Rafael Marques, para Lucas. Os
outros dois para o centroavante. Nenhum resultou em gol. Cássio
defendeu uma, outra foi para fora, e a zaga do Timão salvou na terceira.
Mas do outro lado havia um jogador de Seleção. Um chute do capitão
Paulinho, que se apresenta a Felipão na terça-feira e é alvo frequente
do futebol europeu, deixou a torcida animada novamente. Mesmo
desconfiadas, as arquibancadas voltaram a gritar.
Vitinho, talvez inspirado no futevôlei, foi meio de ombro na bola.
Bateu em seu braço. Lance bobo, na intermediária, que resultou na
cobrança de Douglas e cabeçada de Paulinho. Quantos cariocas já não
sofreram com a cabeça de Paulinho... A bola desviou em Marcelo Mattos e
foi no ângulo. Sem chance para Jefferson, companheiro de seleção
brasileira. Negócios à parte, como bem sabem os paulistanos. Empate
justo e bom para mostrar aos 29.295 pagantes dos primeiros embalos de
sábado à noite deste Brasileirão que São Paulo e Rio de Janeiro têm seus
encantos e estão bem representados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário