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lance capital17 do 2º tempo
Douglas cobra escanteio do lado direito e Paulo André entra livre, no primeiro pau. A cabeçada, no outro canto, mata o goleiro Victor. -
arbitragemPolêmica
Péricles Bassols ouviu críticas de corintianos ao não dar pênalti em Sheik e depois expulsá-lo, e dos atleticanos por anular gol de Guilherme, já no fim do jogo. -
estatísticaDesarmes
O Timão levou ampla vantagem no quesito: roubou 33 bolas contra 13 do Atlético. No segundo tempo, isso ajudou a fazer a diferença da partida.
"Aqui tem um bando de loucos!". "Aqui" no Pacaembu, no Engenhão, no
Olímpico, em São Januário, no Beira-Rio... Até no Morumbi! O Corinthians
entrou em campo com todas as cores na camisa para enfrentar o líder
Atlético-MG e acabou dando cor ao Campeonato Brasileiro. Nada mais justo
que um pintor para desenhar a aquarela brasileira corintiana. A cabeça
de Paulo André fez todas as torcidas vibrarem, menos a do Galo, que,
apesar de chegar a três jogos sem vitória, continua na ponta, agora
empatado com o Fluminense em 44 pontos, mas com um triunfo a mais e
ainda um jogo a menos.
O clima era fantástico para uma grande partida: sol, estádio cheio, o
líder do Brasileirão, o campeão da Libertadores... Até o público era
seleto. Ronaldo estava nas tribunas para ver seu Timão
e o ex-companheiro de seleção brasileira, Ronaldinho. Mas a "beleza"
foi a entrega, disciplina, vontade e seriedade dos 22 jogadores.
Talento, mesmo, só em lampejos de uns dois ou três. Por isso, natural
que a bola parada resolvesse. A zaga do Atlético, que havia sofrido seis
gols nas últimas três rodadas, só assistiu ao cabeceio certeiro de
Paulo André, no primeiro pau, após cruzamento de Douglas.
Como Fluminense e Grêmio (41 pontos), perseguidores mais próximos,
apenas empataram, a rodada não foi desastrosa para os mineiros, mas a
chance de abrir vantagem se transformou em pressão ainda maior de quem
vem atrás. Já o Corinthians segue em sua missão de não correr nenhum
risco, cumprir um papel decente na competição e se preparar
adequadamente para o Mundial de Clubes, em dezembro. Tite quer bom
futebol até o fim do ano para não pegar Chelsea e companhia sem ritmo.
Na quarta-feira, o Galo, sem Ronaldinho Gaúcho, Réver e Junior Cesar,
punidos com cartões, tentará manter a liderança em Salvador, contra o
Bahia, às 19h30. O Corinthians também jogará fora de casa, diante do
Figueirense, às 22h. O técnico Tite já avisou que vai começar a
preservar alguns jogadores do grupo quando houver duas partidas por
semana, já que não há mais perspectiva de título brasileiro.

Ronaldinho Gaúcho é marcado por Paulinho
Ronaldinho de um lado, Sheik do outro...
Cuca já pediu a volta de Ronaldinho à seleção brasileira, a torcida do
Atlético-MG o adora, e ainda há os que duvidam de sua redenção. O fato é
que os únicos lances do primeiro tempo no Pacaembu que merecem destaque
por alguma beleza plástica surgiram graças ao talento de R49. Com saúde
de menino, passou duas vezes por Douglas no campo de defesa, arrancou e
colocou a bola nos pés de Bernard, que rolou para Jô. Marcado, o
atacante não conseguiu o chute.
Foi assim, no talento de Ronaldinho e Bernard, que o Galo se
sobressaiu. A velocidade de Emerson, que teve de voltar ao campo de
defesa para buscar jogo, fez com que Leandro Donizete e Leonardo Silva
levassem cartões amarelos em faltas sobre o atacante, que até lembrou
Neymar: caiu, rolou, esperneou... Desta vez, Tite não condenou o
espalhafato, como havia feito com o santista.
O Sheik também jogou bola, e bem. Em contra-ataque puxado por ele, com
participação de Danilo, Douglas e Paulinho, o Corinthians teve sua
melhor chance na etapa inicial. O desvio de Marcos Rocha contra seu
próprio gol foi fraco e facilitou a defesa de Victor.
Mas os destaques foram mesmo os marcadores. Principalmente Ralf e
Pierre travaram as tentativas de ataque. Volantes, destruidores de
ofício, suaram demais para fazer com que a vontade anulasse o talento. E
tiveram ainda a ajuda dos companheiros. Danilinho, por exemplo, joga do
meio para frente, mas estava deitado no gramado, se esticando para
conseguir desarmar Fábio Santos.
Com tanta raça e inspiração em poucos pés, o placar só poderia estar zerado no intervalo.

Paulo André comemora seu gol com os colegas de time
Marcação adiantada e bola parada
Inverteu o lado e também a postura dos times em campo. Quem pressionava
a saída de bola, agora, era o Corinthians. Emerson e Romarinho
infernizaram os zagueiros e volantes do Atlético, que simplesmente parou
de criar. Os lançamentos de Ronaldinho não surtiram efeito. Ele foi
recordista de passes errados: sete. Justiça seja feita, foi quem mais
tentou.
Já o lançamento de Cássio surtiu efeito. Cássio? Isso mesmo! A
reposição de bola do goleiro, forte e rápida, encontrou Sheik. Ele
ganhou de Réver e rolou para Romarinho finalizar para fora.
Insatisfeito com o rendimento ofensivo, Cuca trocou Jô por Guilherme,
mas a marcação corintiana não deixou nem mesmo o substituto pegar ritmo
de jogo. Muito mais parecido com a equipe aplicada que conquistou o
último Brasileiro e a Libertadores, o Timão sufocou, não conseguiu criar
muitas chances, mas resolveu o problema com a precisão de Douglas na
cobrança do escanteio. Paulo André, zagueiro, escritor, pintor nas horas
vagas, decolou para o delírio dos 36 mil corintianos presentes, e dos
gremistas, vascaínos, tricolores cariocas e paulistas, e por aí vai...

Expulsos, Emerson e Tite deixam o gramado
Preocupante para a apaixonada torcida atleticana foi a falta de poder
de reação da equipe. Só após as entradas de Neto Berola e Escudero nos
lugares de Marcos Rocha e Leandro Donizete, o primeiro colocado
pressionou. Ajudou também o fato de ter um homem a mais. Emerson, que
havia recebido cartão amarelo por reclamação, levou a bola com o braço
em contra-ataque e foi expulso. No mesmo lance, o inconformado Tite
também foi tirado do banco de reservas pelo árbitro.
Nos últimos minutos, o Galo conseguiu chegar à área corintiana.
Guilherme até fez um gol, em posição legal, mas o árbitro Péricles
Bassols marcou falta de Leonardo Silva, que havia escorado de cabeça.
Depois, o atacante recebeu livre, mas bateu nos pés de Cássio, que saiu
bem.
Mais preocupante ainda foi o desequilíbrio de alguns jogadores. Junior
Cesar reclamou tanto, que foi expulso e saiu de campo empurrado pelo
companheiro Pierre. Réver também exagerou na força e recebeu o terceiro
cartão amarelo. O Corinthians, alheio à luta pela liderança, aderiu ao
nervosismo e também viu Chicão e Alessandro serem advertidos. Foram 11
cartões amarelos na partida. E a vitória corintiana, para alegria geral
da tabela.
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