Paulinho prevê hostilidade nos jogos da Taça Libertadores
Se a pressão sobre o Corinthians na Taça Libertadores da América já era
grande pelo fato de a equipe ser a atual campeã do torneio, as coisas
ficaram ainda mais complicadas após a morte de Kevin Douglas Beltrán
Espada, de 14 anos, tragédia que marcou a estreia do Timão neste ano,
contra o San José, em Oruro. O volante Paulinho
prevê mais hostilidade sobre os jogadores alvinegros nas próximas
partidas fora de casa, contra Tijuana, do México, e Millonarios, da
Colômbia.
No empate por 2 a 2 com o Bragantino, no último domingo, xingamentos
alusivos ao episódio ocorrido na Bolívia já foram ouvidos pela delegação
corintiana. Do banco de reservas, Tite se irritou com as cusparadas de
torcedores adversários e com as palavras ouvidas – alguns chegaram a
chamar os alvinegros de “assassinos”. Ciente das dificuldades que se
aproximam, Paulinho prometeu que o elenco superará o triste
acontecimento.
– Nós vamos passar por cima disso. Vai ter um sacrifício, porque vamos
ser chamados de assassinos. As torcidas adversárias podem falar o que
quiser, mas vamos superar. Aqui é tudo mais difícil mesmo. O Corinthians
não tem mais nada para mostrar – afirmou o volante.
Nós vamos passar por cima disso. Vai ter um sacrifício, porque vamos
ser chamados de assassinos.
As torcidas adversárias podem falar o que
quiser, mas vamos superar"
Paulinho
A partida desta quarta-feira, contra o Millonarios, às 22h, no estádio
do Pacaembu, será com os portões fechados. A Conmebol (Confederação
Sul-Americana de Futebol) optou por vetar a torcida do Corinthians por
60 dias, como punição pelo episódio vivido em Oruro. Preocupado com a
ausência dos alvinegros nas arquibancadas, Paulinho acredita que a
dificuldade da partida aumentará ainda mais.
– Eu nunca atuei com portões fechados, mas deve ser muito difícil.
Temos de ganhar esse jogo, que é super importante para nós. Trata-se de
um adversário complicado, mas precisamos nos superar – analisou.
Desde a morte de Kevin, os bastidores passaram a dominar o noticiário
do Corinthians. O desempenho da equipe no empate por 1 a 1 com o San
José foi praticamente deixado de lado, dando lugar ao desenrolar da
história envolvendo responsáveis pelo disparo do sinalizador que matou o
jovem boliviano. O fato desagrada os jogadores do Timão, ainda que a
sequência de cinco empates consecutivos não favoreça o time.
Por isso, Paulinho quer mais ainda o fim do jejum de vitórias na
próxima quarta-feira. O volante espera que um triunfo sobre o
Millonarios faça com que o foco se volte novamente para o futebol da
equipe, campeã da Libertadores e do Mundial de Clubes no ano passado.
– Muita gente está esquecendo os jogos, o futebol em si. É difícil
ficar batendo na mesma tecla. Nós (jogadores) procuramos não falar tanto
sobre o assunto, porque não queremos nos meter. Isso não é um assunto
para nós resolvermos. Devemos passar por cima de tudo e seguir a vida.
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