segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Morte de boliviano tira sinalizadores do comércio no centro de São Paulo

Reportagem procura sinalizador na 25 de Março (Foto: GLOBOESPORTE.COM) 
Sinalizadores sumiram do mercado na Rua 25 de Março, em São Paulo 
 
Antes de se apresentar à Vara da Infância e da Juventude, no centro de Guarulhos, o adolescente H. A. M. disse em entrevista ao Fantástico que comprou seis sinalizadores, entre eles o que teria sido acidentalmente disparado contra o garoto Kevin Espada, na Rua 25 de Março, principal região do comércio popular da cidade de São Paulo. Segundo o advogado Ricardo Cabral, que representa a Gaviões da Fiel e o menor que confessou a culpa, os artefatos custaram 25 reais e foram comprados de um vendedor ambulante.

A reportagem do GLOBOESPORTE.COM esteve na mesma rua, na manhã desta segunda-feira, e a palavra "sinalizador" causou arrepios nos camelôs, e mesmo nas lojas e galerias do local. Ninguém quis se identificar, temerosos com a repercussão do caso envolvendo a torcida do Corinthians, e a grande maioria negou a existência de objetos do tipo.

- Sinalizador? Quer me complicar, rapaz? Isso já deu muito problema - respondeu um homem.

Uma mulher, entretanto, também sem se identificar, foi mais sincera, e admitiu que era possível encontrar artefatos semelhantes ou idênticos ao que foi utilizado no estádio em Oruro, durante a partida da equipe brasileira contra o San José.

- Depois que o menino disse aquilo, as lojas e os ambulantes tiraram do mercado, mas isso é vendido, sim, na 25 de Março - afirmou.

Segundo Cabral, há a possibilidade de os sinalizadores terem sido comprados com o prazo de validade vencido, já que custaram um preço bem inferior ao de mercado. Não há nota fiscal, tampouco outra prova de que foi o menor quem fez a compra, de acordo com o advogado, por ter sido um negócio feito com um ambulante. Em sua versão, nenhum dos sinalizadores apreendidos pela polícia boliviana no estádio pertencem aos 12 torcedores que estão presos e indiciados em Oruro. Cabral garante que foi H. A. M. quem comprou e os levou à Bolívia.

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