O Corinthians terminou a Libertadores da América do ano passado não
somente com o título, mas com uma das melhores defesas da história da
competição: sofreu apenas quatro gols em 14 jogos. Neste ano, o
desempenho do setor não é o mesmo. Em 10 jogos no geral, contando o
Paulistão, o Timão teve suas redes balançadas 10 vezes – média de um gol
por partida. A estatística não agrada ao técnico Tite, que já alertou: é
preciso melhorar o quanto antes.
No último treino antes do confronto com o Millonarios, da Colômbia,
nesta quarta-feira, às 22h, no estádio do Pacaembu, o comandante cobrou
muito posicionamento certo da equipe quanto está sem a bola. Tite deixou
claro que seu descontentamento não é exclusivo com a defesa, mas sim
com o time todo, que, em algumas oportunidades, permite ao adversário
chegar com facilidade à área alvinegra.
– É preciso acertar o posicionamento. Se eu tenho dois jogadores mais
agudos no ataque, um sempre precisa fazer a ligação com os meias mais
abertos. Os atacantes também têm que voltar para ajudar – explicou o
treinador.
Tite orienta Gil e Paulo André em treino do Corinthians
A final do Mundial de Clubes, contra o Chelsea, foi o maior exemplo da
tática adotada por Tite. A todo momento, Emerson e Paolo Guerrero
revezavam-se nos retornos ao meio-campo, buscando “abafar” os avanços
dos ingleses. Com ou sem a posse de bola, o técnico procura orientar
todos os seus jogadores, para que cada um tenha uma função, seja nas
investidas no setor ofensivo ou na neutralização dos avanços
adversários.
O empate por 2 a 2 com o Bragantino, no último domingo, levou à tona
algumas das falhas defensivas do Corinthians. Em ambas as vezes em que
sofreu o gol, o Timão foi surpreendido pelos flancos e no jogo aéreo.
Isso tudo no segundo tempo – após perder claras oportunidades de gol na
etapa inicial. Os berros de Tite, especialmente com o lateral Fábio
Santos, na última atividade antes de pegar o Millonarios, evidenciaram a
preocupação.
Apesar das críticas pela quantidade de gols sofridos, o treinador
elogiou bastante a evolução do zagueiro Gil, que logo após chegar ao
clube já assumiu a vaga de titular, devido à artroscopia no joelho
esquerdo à qual Chicão, antes dono do posto, foi submetido. Para Tite, o
ex-defensor do Vallenciennes, da França, já tem nível para continuar na
formação principal.
– É a mecânica da equipe. Tudo varia de acordo com o que ela precisar. O
Gil evoluiu bastante nesta ausência do Chicão, e aqui todos têm
oportunidade.
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