Polícia se prepara para conter torcida no estádio
Uma reunião na tarde desta segunda-feira definiu planejamentos para o
jogo do Corinthians contra o Millonarios, na quarta-feira, no Pacaembu. O
2º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo se prepara para
dois cenários. Na última quinta-feira, a Conmebol, por meio de uma
medida cautelar, determinou que todos os jogos do Timão como mandante
até o fim da Libertadores tenham portões fechados, em razão da morte do
garoto boliviano Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador
naval disparado por um torcedor do Corinthians durante o empate contra o
San José, em Oruro.
No dia seguinte, o departamento jurídico do clube brasileiro enviou sua
defesa, e a Conmebol poderia responder nesta segunda se manteria ou não
a punição, o que até agora não ocorreu. Ainda sem a certeza de que a
torcida alvinegra poderá ocupar seus lugares dentro do estádio, a
polícia esboçou dois planejamentos. O mais trabalhoso será conter o
público caso os portões realmente estejam fechados.
- Normalmente há um esquema de prevenção para que não haja aglomeração,
principalmente próximos aos portões. É possível que seja feita uma área
de segurança, um cinturão, que isole os portões e mantenha as pessoas
afastadas. É uma técnica que se usa - explicou o Coronel Marcos Marinho,
responsável pela segurança nos estádios da Federação Paulista de
Futebol.
Há uma promessa, principalmente das torcidas organizadas, de
comparecerem à Praça Charles Miller, em frente ao portão principal do
Pacaembu, para apoiarem do lado de fora a equipe contra os colombianos
se a decisão não for alterada. Cerca de 30 mil ingressos já haviam sido
vendidos por antecipação. O Corinthians promete devolver o dinheiro se
os torcedores não puderem assistir à partida, mas confiam que a entidade
aceitará sua defesa.
O esforço da polícia será para manter o grande contingente de pessoas
longe do estádio. Haverá reforço da cavalaria, tropa de choque, e maior
atenção no monitoramento das pessoas nas áreas próximas ao Pacaembu.
Caso a Conmebol permita ao Corinthians receber seus torcedores, o
planejamento será o padrão, já utilizado em partidas desse porte. O
Coronel Marinho afirmou que jogos da equipe pela Libertadores
normalmente já exigem um cuidado maior, mas, em sua opinião, a morte do
garoto boliviano não vai alterar nenhum processo feito habitualmente,
nem mesmo a revista dos policiais para impedir que artefatos como o
sinalizador naval que matou Kevin entrem no local.
- O serviço que fazemos hoje já prevê cuidado com relação a esse
negócio de fogos, a não ser um material muito pequeno, sem poder de
risco. É o mesmo esquema que usamos. Muda com portões fechados, aí
preocupa mais.
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