Os 12 corintianos presos em Oruro tiveram a prisão preventiva decretada
na tarde desta sexta-feira. Após mais de três horas de sessão com o
juiz cautelar da Corte Superior de Justiça de Oruro, os 12 torcedores
indiciados pela morte de um garoto de 14 anos na partida entre San José e
Corinthians, na última quarta-feira, souberam que aguardarão a
resolução do caso presos - eles esperavam aguardar a decisão em
liberdade. Os torcedores pedem a ajuda da presidente Dilma Rousseff e alegam que estão em situação precária.
- Decidimos manter os 12 encarcerados nessa fase de investigação por
questões de segurança. Sabemos que não há provas contundentes, mas vamos
mantê-los encarcerados porque sabemos que é muito fácil sair da Bolivia
- disse o juiz cautelar Julio Huarachi Pozo.
Os representantes da embaixada brasileira preparam recurso para tentar
reverter a decisão. O recurso será julgado pelo mesmo juiz, processo que
pode durar horas ou dias. As autoridades brasileiras podem conseguir
soltar pelo menos os dez torcedores indiciados como cúmplices - os
outros dois foram denunciados como autores do homicídio.
O grupo de torcedores será transferido ainda nesta sexta-feira da Corte
Superior de Justiça de Oruro para o Cárcere de San Pedro, também em
Oruro, próximo ao estádio Jesús Bermúdez, local onde Kevin Beltran
Espada morreu após ser atingido por um sinalizador marítimo disparado do
local ocupado pela torcida do Corinthians.
O ministro conselheiro da embaixada brasileira na Bolívia, Eduardo
Saboia, encontrou-se por cinco minutos com os torcedores e disse que
tentará anular a prisão preventiva.
- Tudo vai transcorrer dentro da lei, mas peço que todos vocês tenham
paciência. Vamos fazer de tudo para tentar reverter essa situação –
afirmou Saboia.
Os advogados que cuidam do caso pediram apelação da decisão, mas o juiz cautelar se mostrou irredutível.
- Estão presos preventivamente por tempo indeterminado, mas têm direito
de defesa. Serão tratados como iguais perante a lei boliviana - disse
Abigail Saba, fiscal investigativa na Bolívia, cargo equivalente à
delegada no Brasil.
Ministro conselheiro conversa com os torcedores presos em Oruro
Depois de a embaixada brasileira contestar a ausência de provas
para decretar a prisão preventiva, o juiz cautelar disse que cabe ao
Ministério Público reunir as provas durante o processo. Nenhum vídeo foi
mostrado durante a análise das medidas cautelares.
Em conversa com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, os 12 torcedores
garantem que o autor do disparo do sinalizador não está entre eles e já
voltou ao Brasil.
Os brasileiros temem dividir a cela com bolivianos, com medo de serem
hostilizados. O clima é de muita tensão. A mulher de um dos presos teve
um rápido papo com o marido.
Os 12 corintianos estão divididos em duas celas na Corte Superior de Justiça. Cada cela mede 2,5 m x 4 m.
Os 12 corintianos estão divididos em duas celas na Corte Superior de Justiça. Cada cela mede 2,5 m x 4 m.
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