O atacante Paolo Guerrero
passou por grandes clubes europeus, disputou edições da Liga dos
Campeões, é o principal ídolo do Peru na atualidade e ainda foi
responsável pelo gol que deu o título do Mundial de Clubes da Fifa ao
Corinthians, no fim do ano passado. Nada disso deve se comparar à
sensação que ele vai ter ao pisar no gramado do humilde estádio Jesús
Bermudez, na distante Oruro, na Bolívia, para enfrentar o San José,
nesta quarta-feira (às 22h de Brasília). Aos 29 anos, Guerrero vai
realizar um sonho de criança e disputar pela primeira vez a Taça
Libertadores.
Guerrero, com a bandeira do Peru, feliz por estrear na Libertadores
Desde garoto, o peruano acompanhava os jogos da competição
sul-americana e sonhava disputá-la um dia pelo Alianza Lima, seu clube
do coração. Sonho que quase se realizou em 2002, aos 18 anos. A equipe
jogou a Libertadores, e Guerrero chegou a ficar no banco de reservas em
algumas oportunidades. Não entrou, mas foi negociado com o Bayern de
Munique, e teve de esperar 11 temporadas até ter uma nova chance.
Eu sempre olhava a Libertadores quando estava na Europa. Quando
menino, cheguei a ir duas ou três vezes ao banco pelo Alianza, mas não
cheguei a jogar"
Paolo Guerrero
Concentrado com a delegação do Corinthians em Cochabamba, na Bolívia,
Guerrero admitiu que está ansioso por sua estreia. Por várias vezes,
repetiu uma palavra muito utilizada na língua espanhola: “ilusión”, que
pode ser traduzido como um "sonho".
– Eu sempre olhava a Libertadores quando estava na Europa. Quando
menino, cheguei a ir duas ou três vezes ao banco pelo Alianza, mas não
cheguei a jogar. Agora tenho essa oportunidade, chegou a “ilusión” que
eu tinha, e ainda mais jogando por um time brasileiro. Chegou esse
sonho, e por um time que é favorito .
Como um autêntico centroavante, o peruano pensa em conquistar a
artilharia já em sua primeira disputa. O objetivo principal, porém, é
fazer o Timão repetir o feito do ano passado, com título.
– Todo centroavante pensa nisso (artilharia), mas agora essas coisas
ficam de lado. O mais importante é o time ganhar o campeonato. Que eu
possa fazer gols... Quero fazer gols, claro, e se aparecer uma
oportunidade eu vou estar preparado.
Acostumado a competições como a Liga dos Campeões, Guerrero não vê
problemas de adaptação à Libertadores. Isso porque ele tem uma prévia do
que vai encontrar nos gramados sul-americanos, já que é convocado
regularmente pela seleção peruana.
– Vinha jogando Eliminatórias e Copa América com a minha seleção, já
sei como é jogar na América do Sul. A Libertadores é assim, mais
coração, mais técnica. Na Europa, o jogo é mais vertical, físico,
corrido. Essa Libertadores vai ser competitiva, os times se reforçaram
muito.
Se depender da idolatria diante do povo sul-americano, o peruano tem
tudo para se dar bem. Num elenco que tem nomes como Alexandre Pato e
Emerson Sheik, Guerrero foi o mais assediado na Bolívia, desde o
desembarque até o treino realizado na tarde de terça-feira. À noite, uma
fã lhe emprestou uma bandeira do Peru para ele posar para fotos. O
orgulho que Guerrero tem de seu país é o mesmo que ele quer levar para
dentro de campo em sua primeira vez por uma Libertadores.
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