quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A 'ilusión' de Guerrero: 11 anos após banco, peruano estreia na 'Liberta'

O atacante Paolo Guerrero passou por grandes clubes europeus, disputou edições da Liga dos Campeões, é o principal ídolo do Peru na atualidade e ainda foi responsável pelo gol que deu o título do Mundial de Clubes da Fifa ao Corinthians, no fim do ano passado. Nada disso deve se comparar à sensação que ele vai ter ao pisar no gramado do humilde estádio Jesús Bermudez, na distante Oruro, na Bolívia, para enfrentar o San José, nesta quarta-feira (às 22h de Brasília). Aos 29 anos, Guerrero vai realizar um sonho de criança e disputar pela primeira vez a Taça Libertadores.
Guerrero com a bandeira do Peru (Foto: Diego Ribeiro) 
Guerrero, com a bandeira do Peru, feliz por estrear na Libertadores
 
Desde garoto, o peruano acompanhava os jogos da competição sul-americana e sonhava disputá-la um dia pelo Alianza Lima, seu clube do coração. Sonho que quase se realizou em 2002, aos 18 anos. A equipe jogou a Libertadores, e Guerrero chegou a ficar no banco de reservas em algumas oportunidades. Não entrou, mas foi negociado com o Bayern de Munique, e teve de esperar 11 temporadas até ter uma nova chance.

Eu sempre olhava a Libertadores quando estava na Europa. Quando menino, cheguei a ir duas ou três vezes ao banco pelo Alianza, mas não cheguei a jogar"
Paolo Guerrero
 
Concentrado com a delegação do Corinthians em Cochabamba, na Bolívia, Guerrero admitiu que está ansioso por sua estreia. Por várias vezes, repetiu uma palavra muito utilizada na língua espanhola: “ilusión”, que pode ser traduzido como um "sonho".

– Eu sempre olhava a Libertadores quando estava na Europa. Quando menino, cheguei a ir duas ou três vezes ao banco pelo Alianza, mas não cheguei a jogar. Agora tenho essa oportunidade, chegou a “ilusión” que eu tinha, e ainda mais jogando por um time brasileiro. Chegou esse sonho, e por um time que é favorito .

Como um autêntico centroavante, o peruano pensa em conquistar a artilharia já em sua primeira disputa. O objetivo principal, porém, é fazer o Timão repetir o feito do ano passado, com título.

– Todo centroavante pensa nisso (artilharia), mas agora essas coisas ficam de lado. O mais importante é o time ganhar o campeonato. Que eu possa fazer gols... Quero fazer gols, claro, e se aparecer uma oportunidade eu vou estar preparado.

Acostumado a competições como a Liga dos Campeões, Guerrero não vê problemas de adaptação à Libertadores. Isso porque ele tem uma prévia do que vai encontrar nos gramados sul-americanos, já que é convocado regularmente pela seleção peruana.

– Vinha jogando Eliminatórias e Copa América com a minha seleção, já sei como é jogar na América do Sul. A Libertadores é assim, mais coração, mais técnica. Na Europa, o jogo é mais vertical, físico, corrido. Essa Libertadores vai ser competitiva, os times se reforçaram muito.

Se depender da idolatria diante do povo sul-americano, o peruano tem tudo para se dar bem. Num elenco que tem nomes como Alexandre Pato e Emerson Sheik, Guerrero foi o mais assediado na Bolívia, desde o desembarque até o treino realizado na tarde de terça-feira. À noite, uma fã lhe emprestou uma bandeira do Peru para ele posar para fotos. O orgulho que Guerrero tem de seu país é o mesmo que ele quer levar para dentro de campo em sua primeira vez por uma Libertadores.

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