O Corinthians apresentou na tarde desta quinta-feira o seu balanço
financeiro no ano passado. Representado pelo diretor de finanças Raul
Corrêa da Silva, o Timão divulgou um estudo no qual revelou o valor da
receita total alvinegra no ano passado: R$ 358,5 milhões, com
crescimento de 23% em relação à última temporada. Em 2011, haviam sido
arrecadados R$ 290,5 milhões. O valor segue aumentando desde 2008.
Com Arena, Corinthians deixará de gastar com aluguel do Pacaembu
A principal fonte de participação nas receitas é a televisão, com 43%.
São outros 18% com patrocínio e publicidade, 13% com social e amador,
10% com bilheteria, 9% com negociação de atletas e 7% com outras
receitas. O diretor financeiro explicou como funciona o balanço do clube
- que traz comparações entre valores desde 2007 até o ano passado - e
ressaltou o fato de todos os sócios terem acesso aos dados.
- Eu imagino o Corinthians como uma grande empresa. É como uma
multinacional de grande porte, com faturamento superior a R$ 300
milhões. Tudo no clube é um centro de custo, desde a capela do Parque
São Jorge até o centro de treinamento. Cada ponto é administrado com um
orçamento de despesas e receitas - explicou, em entrevista coletiva.
Apesar do superávit de R$ 7,5 milhões, o Corinthians também não
escondeu o seu endividamento, que cresceu 74% nos últimos seis anos. Dos
R$ 101,5 milhões acumulados em 2007, hoje o Timão trabalha com R$ 177,1
milhões em dívidas. Raul Corrêa da Silva explicou por que a preocupação
do clube ainda não se voltou ao pagamento dos débitos: para iniciar o
trabalho de redução, era necessário criar uma estrutura que permitisse
estabilizar a instituição financeiramente - incluindo a construção do CT
Joaquim Grava e a formação de um elenco forte.
Timão investiu pesado na construção do seu centro de treinamento
A necessidade de resultados imediatos e a recuperação da imagem
alvinegra após o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato
Brasileiro, no ano de 2007, fizeram com que o diretor financeiro
trabalhasse em cima de alguns pontos. Para envolver a torcida com o
clube e criar capital de giro, o Corinthians investiu muito no futebol.
Hoje, nas palavras do próprio diretor, colhe os frutos, com o título da
Libertadores e do Mundial de Clubes.
- Um time como o Corinthians tem de estar sempre entre os quatro
primeiros. É preciso ter investimento para formar uma equipe competitiva
e gerar uma receita que vem de bilheteria e patrocínios. Precisávamos
de um centro de treinamento para crescer. De 2007 para cá, por exemplo, o
clube não atrasa um salário sequer.
Hoje, com um elenco “fechado”, sem a necessidade de maiores injeções de
dinheiro no departamento de futebol, o clube pode trabalhar de maneira
estável, segundo Raul Corrêa. O fim da construção da Arena Corinthians,
que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014, é vista pelo
departamento financeiro como a “cereja do bolo” - sem gastos de aluguel e
afins, o Timão poderá iniciar o pagamento da dívida.
- Com a estrutura que temos agora, não precisamos investir tanto e será
possível reduzir o endividamento. No momento em que o estádio estiver
pronto, a folga para resolver o que aconteceu no passado será maior
ainda - concluiu o diretor.
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