A polícia boliviana informou na manhã desta quinta-feira que apreendeu
nove sinalizadores de navio encontrados no meio da torcida do
Corinthians logo após a tragédia que vitimou o garoto Kevin Douglas
Beltrán Espada, de 14 anos, durante a partida da equipe brasileira
contra o San José, em Oruro. Os artefatos têm cerca de 40 centímetros de
comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Em entrevista coletiva, o coronel
Carlos Quiroga Ramos, comandante da polícia departamental de Oruro, deu
detalhes sobre a perícia realizada após a tragédia. Segundo o blogueiro
do GLOBOESPORTE.COM, Ricardo Taves, torcedores do Corinthians que estão
em Oruro disseram que o autor do disparo do sinalizador não está entre
os 12 presos e já voltou ao Brasil.
O “Caso Estadium”, como está sendo chamado em Oruro, não terá uma
resolução em menos de 15 dias. Isso porque este é o tempo necessário
para colher os resultados dos exames nos 12 torcedores presos na noite
de quarta – todos tiveram que passar por um teste para detectar a
presença de pólvora nas mãos. O coronel disse que todas as evidências
indicam que o autor do disparo do sinalizador está entre esses
corintianos presos.
- Estamos esperando os estudos de laboratório para que se determine a
causa do óbito dessa pessoa, mas temos certeza de que partiu de uma
dessas 12 pessoas – afirmou Quiroga Ramos.
O resultado completo da perícia será divulgado na tarde desta quinta.
Ainda falta a comparação dos sinalizadores apreendidos com a cápsula
encontrada no crânio do jovem morto na tragédia. A polícia boliviana
informou que esse tipo de artefato não é vendido na Bolívia e que veio
do Brasil. As autoridades locais dizem que o projétil percorreu cerca de
40 metros – do ponto de partida até o choque com o torcedor morto.
Durante a entrevista, o coronel se confundiu e disse que é permitida a
entrada de sinalizadores nos estádios da Bolívia. Por outro lado,
afirmou que toda a segurança foi garantida antes da partida e que os
torcedores corintianos foram revistados na porta do Estádio Jesús
Bermudez. Os brasileiros contestam essa versão.
Na mesma entrevista, o governador de Oruro lamentou a tragédia e pediu punição severa aos envolvidos.
- Condeno este tipo de acontecimento, que não pode ocorrer em nenhum
lugar. Que todos os torcedores reflitam sobre esse acontecimento, bem
como a Conmebol e outras instituições esportivas. Eu vi o artefato
partindo do setor norte, onde estava a torcida visitante. O departamento
de Oruro está de luto por esta trágica morte de uma de nossas crianças –
afirmou Javier Tito Vélez.
O caso vai agora para o Ministério Público, já que o inquérito policial
foi encerrado. O processo que se inicia irá apurar melhor o caso.
Enquanto isso, os 12 brasileiros ficam sem previsão de saída da detenção
– eles estão alojados na sede da "Fuerza Especial de Lucha Contra
Crimen" (FELCC), no centro de Oruro.
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