Emerson Sheik é acusado de contrabando
O Ministério Público Federal (MPF) do Rio pediu nesta terça-feira (26) a
condenação do jogador de futebol do Corinthians Márcio Passos de
Albuquerque, conhecido como Emerson Sheik, por contrabando de veículos
importados. A Procuradoria da República pediu à Justiça ainda a
suspensão condicional do processo contra o jogador do Fluminense,
Rodrigo Oliveira de Bittencourt, o Diguinho, caso ele não tenha
condenações anteriores nem responda a outros processos.
Procurado pelo G1, Emerson Sheik, por meio de nota
enviada por sua assessoria de imprensa, informou que nas alegações
finais da defesa, apresentadas em 7 de janeiro, foi sustentado que o
jogador não sabia da procedência do veículo e que seria um "adquirente
de boa fé, pois pagou pelo veículo, com aparência de novo, o valor de
mercado". De acordo com o texto, assinado pelo advogado Ricardo
Cerqueira, "seja qual for a sentença, ambas as partes poderão recorrer
ao Tribunal Regional Federal” (leia a íntegra da nota abaixo).
Até a última atualização desta reportagem, o meia Diguinho não havia se pronunciado.
As alegações finais do MPF foram apresentadas à 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Emerson é acusado de contrabando por ter importado ilegalmente dois
veículos usados – uma BMW X6 e um Chevrolet Camaro –, enquanto Diguinho é
acusado de receptação por ter comprado de Emerson a BMW, abaixo do
valor de mercado.
Condições para suspensão
A suspensão do processo contra Diguinho estaria condicionada ao réu, pelo prazo de dois anos, não se ausentar do estado do Rio por mais de 30 dias sem autorização judicial, comunicar qualquer alteração de endereço, comparecer a juízo trimestralmente para informar e justificar as suas atividades, bem como aceitar a perda do automóvel BMW e prestar serviços à comunidade por seis meses, por 16 horas por mês.
Caso não seja aceito pela Justiça Federal o benefício da suspensão
condicional do processo, o procurador Sergio Luiz Pinel Dias pede a
condenação de Diguinho pelo crime de receptação.
Esse benefício não foi oferecido a Emerson Sheik porque o jogador já
tem uma condenação, com sentença transitada em julgado. Além disso,
segundo o MPF, o jogador cometeu o crime de contrabando duas vezes.
As provas do contrabando de veículos usados foram colhidas durante as
investigações da operação Black Ops, que desarticulou uma organização
criminosa ligada à máfia dos caça-níqueis em outubro de 2011 no Rio de
Janeiro. Segundo a denúncia do MPF, os carros foram importados por
valores muito inferiores aos praticados no mercado, o que indicaria que o
jogador Emerson Sheik tinha conhecimento da origem ilícita dos carros.
Leia a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa de Emerson Sheik, assinada pelo advogado Ricardo Cerqueira: "O
MPF, em 11 de dezembro de 2012, em suas alegações finais, pediu a
absolvição do Emerson do crime de lavagem de dinheiro e a condenação
pelo crime de contrabando. Nas alegações finais da defesa, apresentada
em 07 de janeiro de 2013, nós sustentamos que o Emerson não sabia da
procedência do veículo,sendo, portanto um adquirente de boa-fé, pois
pagou pelo veículo, com aparência de novo, o valor de mercado, assim
como tantos outros consumidores que adquiriram veículos nas mesmas
circunstâncias. Seja qual for a sentença, ambas as partes poderão
recorrer ao Tribunal Regional Federal."
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