Nada de análise tática ou comentários sobre a estreia do Corinthians na
Taça Libertadores da América na noite desta quarta-feira. O assunto que
tomou conta dos vestiários do estádio Jesús Bermudez foi a morte do
torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, vítima de um ferimento causado por um sinalizador, que teria sido atirado por torcedores do Timão após o gol marcado por Guerrero no início do jogo.
Presente no local, o gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar,
testemunhou o incidente e deu detalhes sobre o trágico acontecimento na
cidade de Oruro. O dirigente revelou que a revolta que tomou conta dos
torcedores após a confusão impossibilitou a delegação de continuar no
estádio para acompanhar o segundo tempo do jogo.
- Passou na nossa frente o foguete e caiu a 15 metros de onde
estávamos. Não consegui visualizar o ocorrido, mas vi o desespero das
pessoas. Vi logo em seguida as pessoas nos pressionando. Não consegui
ver o jogo e tive de sair, não só eu como os atletas (não relacionados)
também - disse.
Muito emocionado durante a entrevista coletiva assim como técnico Tite, que chegou a declarar que trocaria o seu título mundial pela vida do garoto morto nesta quarta-feira, Edu não conteve as lágrimas.
- Não podemos mais falar sobre futebol hoje depois de uma tragédia como essa - disse o dirigente.
– Tenho filho de oito anos que vai aos jogos no Pacaembu, fica sentado
comigo ao lado da torcida rival. Isso poderia ter acontecido com
qualquer outro garoto. Vejo os jogadores muito tristes, o Tite sem
condições de falar, e tento me expressar da melhor maneira possível em
nome do Corinthians – completou.
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