Guerrero tem oito gols no Paulista, mais do que ostrês gringos santistas somados
A equação do clássico entre Corinthians e Santos mostra atualmente que
um peruano pode valer por até três argentinos – ou ainda mais do que
isso. Os rivais que decidem o Campeonato Paulista a partir deste
domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, têm gringos em
situações bem diferentes para o clássico.
Do lado do Timão, o peruano Paolo Guerrero
é artilheiro alvinegro na temporada e ídolo desde a conquista do
Mundial de Clubes em 2012. No Peixe, o trio de “hermanos” formado por Montillo, Miralles e Patricio Rodriguez ainda luta para se firmar, sendo que o primeiro, machucado, corre contra o tempo para jogar pelo menos a segunda partida.
O curioso é que Guerrero custou ao Corinthians menos da metade do que o
trio ao Santos. No total, o peruano tem oito gols no Paulistão,
enquanto Montillo, Miralles e Patito, juntos, somam apenas sete. O
atacante corintiano custou cerca de R$ 9 milhões. O Peixe gastou quase
R$ 23 milhões para contar com seus argentinos.
O custo-benefício de Guerrero tem sido satisfatório ao Corinthians.
Além do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, no Mundial, o peruano
tem se notabilizado por nunca passar grandes períodos sem balançar as
redes – mais de três jogos, jamais. E como ele não marcou contra Boca
Juniors e São Paulo, o Santos que se cuide.
Guerrero é tão querido pelos corintianos que seu gol contra os ingleses
será eternizado pelo clube com uma pintura no muro do CT Joaquim Grava.
– Fico muito feliz por saber que estarei no "Gol de Muro". Agradeço do
fundo do meu coração a todos os torcedores que votaram. Vocês podem ter
certeza que vou olhar todos os dias para ele e me motivar a fazer mais
gols importantes a essa torcida maravilhosa – afirmou o atacante, ao
saber da homenagem.
No total, são 20 gols em 28 jogos com a camisa alvinegra, e a idolatria
instantânea pelo seu estilo “louco do bando” e a entrega dentro de
campo. Com ele, nem o badalado Alexandre Pato tem conseguido espaço
entre os titulares – a não ser que jogue ao lado do peruano dono da
camisa 9. Guerrero, hoje, é mania no Timão e na América do Sul, por onde
o clube passa nos jogos da Taça Libertadores.
Patito é reserva, e Montillo, machucado, não joga domingo
Trio em dificuldades
O Santos investiu nos seus gringos, mas ainda não encontrou o retorno
esperado. Montillo foi contratado por R$ 16 milhões do Cruzeiro, mais a
cessão dos direitos do volante Henrique. Fez 20 jogos, todos como
titular, com dois gols no Paulistão e um na Copa do Brasil. Mesmo com
moral diante do técnico Muricy Ramalho, ele ainda luta para apresentar o
bom futebol que o projetou na América do Sul – principalmente em seu
início pelo Cruzeiro. Agora, um estiramento na coxa esquerda o tirou do
primeiro jogo da final, momento mais importante da temporada santista.
Com Patito Rodriguez, foram gastos mais R$ 6,8 milhões por 50% de seus
direitos econômicos – bancados por um grupo de investidores, é bom
ressaltar. No clube desde julho do ano passado, o jogador tem sido mais
destaque pelas brincadeiras fora de campo com Neymar do que pelo futebol
dentro dele. Em 2013, Patito fez 11 jogos, apenas quatro como titular. E
não marcou nenhum golzinho.
Por fim, chega-se a Miralles, que desde o ano passado disputa uma vaga
no ataque com André – e mais recentemente com o novato Giva. Mesmo
contando com a simpatia do elenco e de parte da torcida, o argentino tem
alternado entre o campo e o banco de reservas. Ele foi o único que
chegou sem custos, envolvido na negociação de Elano com o Grêmio,
ex-clube do atacante. Miralles tem cinco gols no Paulistão.
O trio é parceiro. Mas, dentro de campo, "los hermanos" do Peixe só
atuaram juntos uma vez, justamente na estreia de Montillo com a camisa
santista. No primeiro jogo do Campeonato Paulista, contra o São
Bernardo, os três ajudaram o Peixe a vencer. Desde então, os três não
conseguiram jogar ao mesmo tempo.
Enquanto os três buscam espaço no Santos, Guerrero está mais do que
consolidado no Corinthians. A final vai servir para mostrar se o peruano
vai ganhar mais um capítulo em sua já rica história no Timão, ou se
Miralles, Montillo e Patito conseguirão ajudar Neymar e companhia na
busca pelo tetracampeonato estadual do Santos.
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