sexta-feira, 10 de maio de 2013

Gringos na final paulista: enquanto peruano brilha, argentinos patinam

Guerrero gol Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Guerrero tem oito gols no Paulista, mais do que ostrês gringos santistas somados
 
A equação do clássico entre Corinthians e Santos  mostra atualmente que um peruano pode valer por até três argentinos – ou ainda mais do que isso. Os rivais que decidem o Campeonato Paulista a partir deste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, têm gringos em situações bem diferentes para o clássico.
Do lado do Timão, o peruano Paolo Guerrero é artilheiro alvinegro na temporada e ídolo desde a conquista do Mundial de Clubes em 2012. No Peixe, o trio de “hermanos” formado por Montillo, Miralles e Patricio Rodriguez ainda luta para se firmar, sendo que o primeiro, machucado, corre contra o tempo para jogar pelo menos a segunda partida.

O curioso é que Guerrero custou ao Corinthians menos da metade do que o trio ao Santos. No total, o peruano tem oito gols no Paulistão, enquanto Montillo, Miralles e Patito, juntos, somam apenas sete. O atacante corintiano custou cerca de R$ 9 milhões. O Peixe gastou quase R$ 23 milhões para contar com seus argentinos.

O custo-benefício de Guerrero tem sido satisfatório ao Corinthians. Além do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, no Mundial, o peruano tem se notabilizado por nunca passar grandes períodos sem balançar as redes – mais de três jogos, jamais. E como ele não marcou contra Boca Juniors e São Paulo, o Santos que se cuide.

Guerrero é tão querido pelos corintianos que seu gol contra os ingleses será eternizado pelo clube com uma pintura no muro do CT Joaquim Grava.

– Fico muito feliz por saber que estarei no "Gol de Muro". Agradeço do fundo do meu coração a todos os torcedores que votaram. Vocês podem ter certeza que vou olhar todos os dias para ele e me motivar a fazer mais gols importantes a essa torcida maravilhosa – afirmou o atacante, ao saber da homenagem.

No total, são 20 gols em 28 jogos com a camisa alvinegra, e a idolatria instantânea pelo seu estilo “louco do bando” e a entrega dentro de campo. Com ele, nem o badalado Alexandre Pato tem conseguido espaço entre os titulares – a não ser que jogue ao lado do peruano dono da camisa 9. Guerrero, hoje, é mania no Timão e na América do Sul, por onde o clube passa nos jogos da Taça Libertadores.
Patito e Montillo (Foto: Reprodução / Twitter) 
Patito é reserva, e Montillo, machucado, não joga domingo
 
Trio em dificuldades
O Santos investiu nos seus gringos, mas ainda não encontrou o retorno esperado. Montillo foi contratado por R$ 16 milhões do Cruzeiro, mais a cessão dos direitos do volante Henrique. Fez 20 jogos, todos como titular, com dois gols no Paulistão e um na Copa do Brasil. Mesmo com moral diante do técnico Muricy Ramalho, ele ainda luta para apresentar o bom futebol que o projetou na América do Sul – principalmente em seu início pelo Cruzeiro. Agora, um estiramento na coxa esquerda o tirou do primeiro jogo da final, momento mais importante da temporada santista.

Com Patito Rodriguez, foram gastos mais R$ 6,8 milhões por 50% de seus direitos econômicos – bancados por um grupo de investidores, é bom ressaltar. No clube desde julho do ano passado, o jogador tem sido mais destaque pelas brincadeiras fora de campo com Neymar do que pelo futebol dentro dele. Em 2013, Patito fez 11 jogos, apenas quatro como titular. E não marcou nenhum golzinho.

Por fim, chega-se a Miralles, que desde o ano passado disputa uma vaga no ataque com André – e mais recentemente com o novato Giva. Mesmo contando com a simpatia do elenco e de parte da torcida, o argentino tem alternado entre o campo e o banco de reservas. Ele foi o único que chegou sem custos, envolvido na negociação de Elano com o Grêmio, ex-clube do atacante. Miralles tem cinco gols no Paulistão.

O trio é parceiro. Mas, dentro de campo, "los hermanos" do Peixe só atuaram juntos uma vez, justamente na estreia de Montillo com a camisa santista. No primeiro jogo do Campeonato Paulista, contra o São Bernardo, os três ajudaram o Peixe a vencer. Desde então, os três não conseguiram jogar ao mesmo tempo.

Enquanto os três buscam espaço no Santos, Guerrero está mais do que consolidado no Corinthians. A final vai servir para mostrar se o peruano vai ganhar mais um capítulo em sua já rica história no Timão, ou se Miralles, Montillo e Patito conseguirão ajudar Neymar e companhia na busca pelo tetracampeonato estadual do Santos.

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