sexta-feira, 3 de maio de 2013

Estudo aponta Corinthians como líder de renda e Fla maior devedor

Com a publicação dos balanços dos clubes brasileiros no fim de abril, como é exigido por lei, a empresa de consultoria BDO procedeu com a análise dos dados que aponta mais uma vez o Corinthians com ampla vantagem na liderança do ranking de receita no exercício de 2012: R$ 358,2 milhões. O segundo colocado foi o São Paulo, com R$ 282,9 milhões, seguido do Internacional, com R$ 252,9 milhões arrecadados no ano passado. O relatório, contudo, mostra também a evolução das receitas de 2011 para 2012 e, neste aspecto, quem conseguiu o melhor resultado entre os 12 clubes analisados foi o Botafogo, passando de R$ 58,9 milhões de receita em 2011 para R$ 122,8 no último ano, um aumento de 109%. O único a ver a sua arrecadação reduzida no período foi o Cruzeiro, com baixa de 6%: foram R$ 128,7 milhões em 2011 e R$ 120,4 milhões em 2012.
 
O Corinthians também é o líder no ranking de receitas sem inclusão de valores de transferências de atletas, com R$ 324,7 milhões. A relação de custos do departamento de futebol não inclui o Flamengo, já que o balanço do clube não discrimina esses valores. Os três primeiros no ranking de receitas também são os líderes em gastos com o futebol: Corinthians (R$ 233,3 milhões), São Paulo (R$ 189,6 milhões) e Internacional (R$ 160 milhões).

Quem mais aumentou suas despesas com o departamento de futebol de 2011 para 2012 foi o Botafogo. O time do holandês Clarence Seedorf passou a gastar 72% a mais no ano passado, saltando de R$ 57,3 milhões para R$ 98,3 milhões. O único da lista a reduzir - em 3% - seus custos com o futebol foi o Santos, que gastou R$ 142,4 milhões em 2011 e R$ 138,6 milhões no ano passado.

Uma tabela comparativa mostra também o percentual da receita total dos clubes, ressaltando que os dados de 2011 e 2012 se referem apenas a 11 equipes, sem incluir o Flamengo. No ano passado, o custo total dos departamentos de futebol consumiu 65% da receita total dos clubes, número que entre 2008 e 2011 variou entre 72% e 74%. Em 2012, os 11 clubes somaram receitas da ordem de R$ 2,26 bilhões, com gastos de R$ 1,48 bilhão.

Das 12 equipes relacionadas no estudo, seis conseguiram superávit em 2012: o Palmeiras, que em 2011 teve déficit de R$ 22,8 milhões, lidera a lista dos clubes com resultado positivo no ano passado, com R$ 31,9 milhões, seguido de Grêmio (R$ 28,2 milhões), Santos (R$ 14,6 milhões), Internacional (R$ 12,4 milhões), Corinthians (R$ 7,5 milhões) e São Paulo (R$ 800 mil). Na lista das instituções com prejuízo no exercício de 2012, o Vasco foi quem divulgou o menor déficit, com R$ 300 mil, de acorco com o estudo.

Os maiores prejuízos foram de Flamengo (R$ 60,5 milhões) e Botafogo (R$ 49,3 milhões). Os alvinegros, porém, mostraram evolução já que o déficit registrado em 2011 foi de R$ 166,6 milhões. No resultado geral, o ano de 2012 foi disparado o melhor desempenho financeiro dos 12 clubes, com déficit total das equipes somadas em R$ 82,5 milhões, número que em 2011 era de R$ 313,2 milhões e que, desde 2008, teve o seu menor patamar em R$ 220,9 milhões.

Porém, se há notória melhora no resultado financeiro, o endividamento dos clubes só faz crescer e o campeão dessa relação é o Flamengo. O clube da Gávea divulgou balanço de 2012 com R$ 741,7 milhões de dívida após auditoria realizada pela Ernst&Young, um valor 109% maior do que no ano anterior, quando anunciou sua dívida total em R$ 355,5 milhões. A diferença se deve a correções efetuadas pela auditoria, que teve como missão estabelecer a real situação das finanças rubro-negras e, logo, o valor real da sua dívida.

O segundo e o terceiro colocados entre os devedores também são cariocas: Botafogo (dívida de R$ 613,8 milhões) e Fluminense (R$ 434,9 milhões). O Vasco aparece em quinto, com R$ 410 milhões, logo atrás do Atlético-MG, com R$ 414,5 milhões de dívida. O clube que menos deve entre os analisados são Cruzeiro, com R$ 143 milhões, e Corinthians, com R$ 177,1 milhões. O endividamento total dos clubes saltou de R$ 2,17 bilhões em 2008 para 4,01 bilhões em 2012.

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