domingo, 17 de fevereiro de 2013

Pressão, surpresa e carrasco: Timão e Verdão ficam no empate

  • carrasco
    Romarinho
    Com o Palmeiras em vantagem, coube ao carrasco alviverde entrar em campo e decretar o empate com um belo gol da entrada da área. Foi o quarto gol dele em três jogos contra o rival.
  • deu certo
    Bola aérea
    Em duas bolas cruzadas por Wesley, os palmeirenses levaram vantagem sobre os corintianos. No primeiro, Vilson aproveitou a falha da linha de impedimento. Depois, Vinícius foi oportunista e marcou.
  • minuto chave
    26 do 2º tempo
    Romarinho recebe pelo meio e chuta colocado para empatar o clássico no Pacaembu. Depois disso, Timão pressiona, Verdão se defende, e jogo termina com placar justo.
O único Dérbi garantido de 2013 terminou empatado. O Corinthians começou bem, abriu o placar, viu o Palmeiras virar, e contou com o carrasco Romarinho para decretar o 2 a 2 na tarde deste domingo, no Pacaembu. O duelo válido pela oitava rodada do Campeonato Paulista não poderia ter resultado mais justo: dois times tão diferentes, mas que mostraram disposição idêntica em vários momentos do jogo.

Os primeiros 25 minutos e os 20 finais foram do Timão, que abriu o placar com Emerson Sheik e teve duas bolas na trave que poderiam ter matado o jogo logo no começo. Isso se o Palmeiras não fosse o Palmeiras. Com um time limitado, mas lutando como o gigante que é, o Verdão conseguiu a virada com Vilson e Vinícius, sempre de cabeça, sempre na raça. Entre os dois períodos de domínio corintiano, o Palmeiras mostrou totais condições de vencer o maior rival.

Romarinho foi o fator decisivo para o empate, com um belíssimo gol na metade do segundo tempo. O carrasco alviverde fez seu quarto gol em três jogos diante do maior rival do Corinthians. O resultado levou as duas equipes aos 13 pontos, na briga pelas primeiras posições do Paulistão.

O Timão volta a campo na próxima quarta-feira, quando estreia na Libertadores diante do San José, da Bolívia, às 22h (horário de Brasília). Pelo Paulistão, o compromisso é contra o Bragantino, domingo que vem, às 16h. No mesmo dia e horário, o Palmeiras pega o União Barbarense.

Sheik desencanta, Verdão não se entrega

Há jogadores que ficam mais ligados em jogos grandes. Emerson Sheik era o único dos atacantes corintianos que não havia marcado na temporada. No banco, a sombra enorme de Alexandre Pato, há semanas à espera de uma oportunidade. Ele precisava mostrar serviço. Mas, com histórico de provocações sobre o Palmeiras, Sheik sofreu no início do clássico.
Paulinho no jogo do Corinthians e Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Disputa: Paulinho cercado por palmeirenses 
 
Logo de cara, uma falta dura de Patrick Vieira anunciava que o atacante iria pagar pela língua afiada. Ruim para Emerson, bom para o Timão. Enquanto o jogador atraía a marcação, o Timão tomava conta do jogo. Mais organizado, mais técnico, mais inteiro. Jorge Henrique deu o cartão de visitas com uma bomba que explodiu no travessão logo aos oito minutos. Ele apareceu sozinho na área para finalizar e denunciou a marcação falha do sistema defensivo alviverde. Depois, Fernando Prass teve de trabalhar em novo chute de Sheik.

Raça não faltou aos comandados de Gilson Kleina. O que faltou foi acertar passes, chutes, marcar direito. Wesley que o diga. O meia foi o mais voluntarioso, teve a bola, chamou o jogo, mas quase todas as suas jogadas. Patrick Vieira, Souza e Vinícius foram tímidos. Tudo piorou quando o insistente ataque corintiano funcionou. Aos 17 minutos, Paulo André desviou um cruzamento de cabeça e deixou Emerson Sheik livre para marcar. Emocionado, o atacante respondeu às pancadas na bola e comemorou seu primeiro gol em 2013: 1 a 0 Timão. Na comemoração, ele fez o gesto de embalar um bebê. No intervalo, garantiu que não será pai:

- Calma, gente! O bebê não é meu. É de um amigo que descobiu hoje que vai ser pai...

A equipe de Tite poderia ter teria matado o confronto nos primeiros 30 minutos. Guerrero quase fez o segundo após falha de Fernando Prass – acertou a trave. Os alvinegros criavam, e a torcida não perdoava o rival. Gritos de “Segunda Divisão” ecoaram em quase todos os setores do Pacaembu. Só que o Timão não matou o Palmeiras, e pagou por isso.

Aos poucos, o Verdão se soltou. Patrick Vieira passou a ameaçar Cássio. A defesa corintiana parecia distraída; a linha de impedimento, idem. Na base da velocidade, o time de Gilson Kleina cresceu e aproveitou as falhas rivais. Aos 29, o cruzamento de Wesley pegou todo mundo desprevenido, menos Vilson: de cabeça, decidido, o reforço alviverde empatou o Dérbi.

Apesar de todo o respeito pregado durante a semana, o Corinthians não esperava uma resposta desse tipo por parte do Palmeiras. Com os pés – e a bola – no chão, os alviverdes criaram as melhores chances a partir da metade do jogo. Cássio voltou neste domingo ao gol do Timão. Certamente, não imaginava ter tanto trabalho: defendeu um chute de Márcio Araújo, viu Patrick Vieira fazer um gol, anulado por impedimento, e fez outra grande defesa em arremate de Weldinho. Favorito ao Dérbi, o Timão agradeceu o fim do primeiro tempo.

Verdão vira, mas carrasco salva Timão

O Palmeiras começou o segundo tempo como se estivesse em uma final de campeonato. O Corinthians parecia jogar um jogo como qualquer outro. Só que o Dérbi não é qualquer jogo e, por isso, o Verdão levou vantagem. O time de Gilson Kleina foi grande, como o Palmeiras deve ser. Com disposição, dividindo todos os lances e marcando forte, a virada veio logo aos 7 minutos: Wesley cobrou falta da direita, Cássio falhou, e Vinícius apareceu como um raio para cabecear. A provocação mudou de lado, e o atacante fez até dancinha diante do tobogã cheio de corintianos: 2 a 1.

A apatia do Corinthians impressionou. Nem o gol do rival foi capaz de acender jogadores como Danilo e Guerrero, mais do que acostumados a grandes clássicos. Paulinho, então, nem se fala. Displicente, o volante foi engolido por um bravo Márcio Araújo, que não desgrudou do corintiano em momento algum.

Tite tentou livrar seu time das amarras feitas por Gilson Kleina. A apostou foi na mística em vez da qualidade. O carrasco alviverde Romarinho entrou, e Pato continuou no banco. O talismã conseguiu levar a campo a disposição que faltava aos alvinegros. No primeiro chute, Fernando Prass fez milagre à queima-roupa. Renato Augusto, outro que saiu do banco de reservas, quase fez um golaço de fora da área.

Pato também entrou, e aí o jogo começou a tomar contornos mais alvinegros. Em lançamento longo de Cássio, o baladado atacante mostrou rara categoria no domínio perfeito da bola e rolou para Paulinho. Ao ver Romarinho sozinho, o volante não teve dúvidas. Tocou a bola e viu o atacante bater com estilo, sem chances para Prass: 2 a 2. Quarto gol de Romarinho em três jogos contra o Verdão.

O empate já estava bom demais para o ferido Palmeiras, que tentou surpreender nos contra-ataques. Para o Timão, vencer passou a ser questão de honra. Toda a apatia dos primeiros 60, 65 minutos, foi convertida na garra usual. Nenhum dos dois times mereceu perder. Por isso, os mais de 34 mil pagantes que foram ao Pacaembu viram um justo empate.

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