A histórica casa do Corinthians é agora o cenário de um império em reconstrução. Três meses depois de ser decisivo contra o Atlético-MG, na reta final do pelo Brasileirão, Adriano voltou ao Pacaembu para mostrar, a si próprio e ao futebol, que ainda pode brilhar. Com sua melhor atuação desde que foi contratado, o centroavante marcou o gol da vitória do Timão por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, pelo Campeonato Paulista.
O mais tradicional estádio paulistano vem se transformando na casa de Adriano. Dos sete jogos que fez com a camisa alvinegra, cinco foram no Pacaembu. Desta vez, com algo a mais: ele ainda não havia jogado tão bem e permanecido em campo toda a partida. Logo aos três minutos, fez um gol com o oportunismo que tanto amedrontou os rivais no passado. Com algumas jogadas de habilidade, o camisa 10 levantou a Fiel e foi o ponto alto de um Timão instável.
A vitória mantém o Timão invicto depois de dez rodadas e o coloca mais isolado na liderança. O Alvinegro tem agora 26 pontos, ficando muito perto de assegurar uma vaga entre os oito melhores colocados que disputarão o "mata-mata". Na próxima rodada, a equipe enfrenta o Grêmio Catanduvense, quarta-feira, às 22h, novamente em São Paulo.
Já o Botafogo continua seriamente ameaçado pelo rebaixamento. O clube de Ribeirão Preto soma apenas seis pontos, em 18º lugar. Na quinta-feira, o Pantera recebe a Ponte Preta, às 21h, no estádio Santa Cruz.
A hora do Imperador
O Corinthians não deu tempo para o Botafogo se organizar na defesa e partiu com tudo para o ataque. Com velocidade pelos lados, o Timão chegou facilmente à área adversária e não demorou a marcar. Logo aos três minutos, Alex recebeu passe livre na área, mas errou o chute. A bola, porém, sobrou na pequena área para Adriano se esticar todo e, de pé direito, desviar por baixo de Juninho. Todos os jogadores, menos Julio Cesar e Wallace, correram até a linha de fundo para abraçar o camisa 10.
Apesar da vantagem, o Corinthians não conseguiu tranquilidade para administrar o resultado. Alex e Ramírez não renderam o esperado no meio de campo e criaram poucas opções no setor ofensivo. Com espaço, o Pantera deixou a defesa em busca do empate e quase conseguiu quando Léo Goncalves chutou de longe e Julio Cesar espalmou pela linha de fundo.
O Corinthians só assustou novamente em lances isolados e irritou a torcida. Chicão, em cobrança de falta ensaiada, levou perigo. Os únicos momentos de empolgação da Fiel foram em jogadas individuais de Adriano, como uma bola entre as pernas de um adversário no meio de campo. Mais ágil, o Imperador teve boa mobilidade e por pouco não fez o segundo em cabeçada que passou muito próxima da trave.
Nem a bronca de Tite no intervalo fez o Corinthians acordar no segundo tempo. O Timão continuou errando em demasia, principalmente no ataque, e não produziu. O Botafogo teve liberdade para reagir, mas sofreu com a falta de qualidade. Percebendo a dificuldade, o treinador corintiano sacou Willian e Ramírez para as entradas de Gilsinho e Edenílson, respectivamente.
Como aconteceu no primeiro tempo, os únicos momentos de empolgação vieram em lances com a participação de Adriano. O Imperador mostrou certo cansaço, contudo, teve forças para dar trabalho ao adversário na área. Ele ganhou aplausos da torcida depois de receber cruzamento da direita, dominar e chutar forte. Juninho espalmou. Em seguida, foi a vez de Chicão, em cabeçada, quase ampliar.
Os minutos finais foram de apreensão da torcida pela má atuação corintiana. Douglas entrou para tentar melhorar o setor de criação, mas não conseguiu. Por sorte, faltou competência ao Botafogo para empatar e estragar a festa de Adriano.
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