Os questionamentos sobre a adaptação de Douglas
ao atual estilo de jogo do Corinthians foram grandes antes do confronto
contra o Flamengo, o primeiro depois da saída de Alex, negociado com o
Al Gharafa, do Qatar. Mas o técnico Tite confiou no jogador que fez
questão de manter no grupo, apesar de uma série de clubes terem
demonstrado interesse em sua contratação. O desempenho nos treinamentos
fez com que acreditasse nessa possibilidade e os dois gols na vitória
por 3 a 0 quarta-feira foram a recompensa.
Tite fez questão de exaltar a dedicação de Douglas em campo, assumindo
um papel na marcação para o qual o próprio jogador não acreditava ser
possível. O treinador lembrou as conversas que teve com ele antes e
depois da vitória sobre o Flamengo para mostrar a importância de sua
participação numa situação em que não estava acostumado, inclusive, para
o seu bem individual.
- Não fiz qualquer orientação a ele especificamente para esse jogo. É
uma norma minha de treinamento. Serve para ele e para todo mundo. Quem
estiver fora precisa estar preparado para a oportunidade que receberá.
Agora, depois da oração, disse que uma condição em que era relutante lhe
deu o gol. Quero sempre a participação de todos, não porque é bonito ou
solidário, mas porque ajuda a ganhar e para ter um bom desempenho -
disse Tite, sobre a jogada do primeiro gol, na qual rouba a bola de
Bottinelli e carrega até a área para concluir.
Douglas comemora um de seus gols
Tite também elogiou sua comissão, dizendo que o trabalho feito com os
reservas os colocam sempre prontos para a hora em que precisam jogar.
- Isso facilita pelo tempo em que estou aqui. Há um trabalho feito na
intensidade de um jogo com quem não é relacionado justamente para não
haver desculpa de que não foi bem por estar sem ritmo. Se for para
treinar mais ou menos, é melhor não fazer. No treinamento, é para ter
intensidade.
O trabalho de Tite mereceu elogios de Maradona,
principalmente depois da vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors na
final da Taça Libertadores. O ídolo argentino traçou um paralelo com o
sistema de jogo utilizado pelos times italianos, principalmente pelas
duas linhas de quatro bem definidas que utiliza.
- Estamos numa fase de retomada de patamar. Mas o Maradona observou
bem. Temos uma linha de quatro que não libera os laterais, diferente da
nossa cultura. Eu seria burro se quisesse que o Alessandro jogasse como o
Léo Moura. Se eu tivesse o Léo Moura, jogaria diferente - explicou
Tite.
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