Uma atuação em boa parte do tempo segura e sem grandes polêmicas. Assim
foi a arbitragem do chileno Enrique Osses no primeiro jogo da grande
final da Taça Libertadores, entre Boca Juniors e Corinthians, nesta
quarta-feira, na Bombonera. O árbitro não teve participação decisiva no
placar de 1 a 1 e mostrou, acima de tudo, peito para lidar com a
pressão. Ao fim do primeiro tempo, com a tensão do jogo crescendo a cada
lance, Osses mostrou cartão amarelo a Riquelme, craque e capitão do
Boca, por reclamação.
- Ele deu o cartão e ganhou o jogo - avaliou Arnaldo Cézar Coelho, comentarista de arbitragem da TV Globo.
De fato, os ânimos se acalmaram e não houve discussões e catimba na
etapa final da partida. O expediente de tumultuar o jogo era a principal
preocupação de Arnaldo no início do jogo. Ao ser perguntado sobre o que
esperava da atuação do juiz, o comentarista não escondeu a apreensão.
- É um árbitro jovem (38 anos). Se não houver catimba, ele leva bem. Mas se tiver, já complica um pouco.
Início tenso
Emerson e Erviti discutem, observados ao fundo pelo árbitro Enrique Osses
Com a bola rolando, o que se viu em campo foram os dois times tensos.
As atuações dos auxiliares Francisco Mondria e Carlos Astroza não
começaram das melhores. Cada um marcou erradamente um impedimento que
parou ataques legais de Boca e Corinthians.
Aos 18 minutos, surgiu o primeiro cartão amarelo do jogo. Roncaglia foi punido por falta em Emerson.
- Merecido o cartão. O Emerson vai tocar a bola e é levantado pelo
Roncaglia - explicou Arnaldo, que pouco depois achou que o Sheik poderia
ter também sido advertido por falta no mesmo Roncaglia - Poderia até
ter dado (cartão) - disse Arnaldo, sobre a reação do árbitro.
Entre pequenos enganos e decisões acertadas de Enrique Osses, o
primeiro tempo se desenrolou. Aos poucos, os momentos tensos foram se
multiplicando. Erviti, pelo lado do Boca, e Emerson, no lado corintiano,
eram os mais exaltados.
Aos 41, um momento-chave na atuação de Enrique Osses: Emerson arrancou
na direção da área e foi derrubado por Roncaglia. Falta e muita
reclamação. Brasileiros queriam um segundo amarelo para o jogador do
Boca. Os argentinos, por sua vez, reclamavam que não houve falta.
- O Emerson chamou a falta, ele cortou para o meio e o Roncaglia não
teve como tirar (evitar o choque). Houve a falta, mas o Emerson foi
muito esperto - avaliou Arnaldo.
De tanto reclamar, Riquelme acabou levando o cartão amarelo. A atitude
do árbitro chileno foi muito elogiada por Arnaldo Cézar Coelho ao fim da
primeira etapa.
- Ele ganhou o jogo dando um cartão ao Riquelme, que é o dono do time,
dono da bola, dono do campo. Ele deu o cartão e ganhou o jogo.
Ainda antes do intervalo, houve tempo para um lance que mereceu a
análise de Arnaldo. Mouche recebeu uma bola que veio da cabeça de
Leandro Castan, e a arbitragem deu impedimento.
- O Mouche começa a jogada em impedimento. A bola bate na cabeça do
Castan e ele tira proveito da condição de impedimento. Não foi um passe
para trás. Estava impedido - analisou o comentarista.
Gol do Boca evita expulsão de Chicão
No segundo tempo, os primeiros minutos foram de calmaria. O Boca tratou
de jogar mais e não se viu catimba em campo. Enrique Osses apitou
tranquilamente e o primeiro lance digno de comentário se deu aos 14
minutos, quando Liedson levou um tranco de Schiavi dentro da grande
área. A arbitragem marcou tiro de canto.
- Não houve pênalti, nada. A bola tocou no pé dele (Schiavi) antes de
sair e por isso foi escanteio - avaliou Arnaldo Cézar Coelho.
Polêmica mesmo só aos 28, no lance do gol do Boca. Chicão salvou em
cima da linha com a mão, mas Roncaglia pegou a sobra e mandou para a
rede. Enrique Osses deu o gol e mostrou cartão amarelo a Chicão por
tocar a mão na bola.
- Ele (árbitro) só poderia dar vermelho para o Chicão se ele tivesse
dado o pênalti. Como deu o gol, ele resolveu mostrar o amarelo. Detalhe é
que o juiz chega a apontar para a marca do pênalti, mas não apita.
Quando vê que a bola entrou, ele corre para o meio. Mas aí ele foi
chamado a atenção pelos jogadores de que tinha que punir o Chicão por
colocar a mão na bola e dá o amarelo - analisou Arnaldo.
Daí em diante, Enrique Osses não teve mais polêmicas com que lidar. O
gol do Corinthians não levantou qualquer polêmica e a arbitragem do
chileno terminou sem sustos. No jogo da volta, na próxima quarta-feira,
no Pacaembu, o apito estará a cargo do colombiano Wilmar Roldán.
Nenhum comentário:
Postar um comentário