quinta-feira, 28 de junho de 2012

Com cartão a Riquelme, juiz Enrique Osses segura ânimos na Bombonera

Uma atuação em boa parte do tempo segura e sem grandes polêmicas. Assim foi a arbitragem do chileno Enrique Osses no primeiro jogo da grande final da Taça Libertadores, entre Boca Juniors e Corinthians, nesta quarta-feira, na Bombonera. O árbitro não teve participação decisiva no placar de 1 a 1 e mostrou, acima de tudo, peito para lidar com a pressão. Ao fim do primeiro tempo, com a tensão do jogo crescendo a cada lance, Osses mostrou cartão amarelo a Riquelme, craque e capitão do Boca, por reclamação.
 
- Ele deu o cartão e ganhou o jogo - avaliou Arnaldo Cézar Coelho, comentarista de arbitragem da TV Globo.

De fato, os ânimos se acalmaram e não houve discussões e catimba na etapa final da partida. O expediente de tumultuar o jogo era a principal preocupação de Arnaldo no início do jogo. Ao ser perguntado sobre o que esperava da atuação do juiz, o comentarista não escondeu a apreensão.

- É um árbitro jovem (38 anos). Se não houver catimba, ele leva bem. Mas se tiver, já complica um pouco.
Início tenso
juiz Enrique Osses na partida do Boca Juniors contra o Corinthians (Foto: Reuters) 
Emerson e Erviti discutem, observados ao fundo pelo árbitro Enrique Osses
 
Com a bola rolando, o que se viu em campo foram os dois times tensos. As atuações dos auxiliares Francisco Mondria e Carlos Astroza não começaram das melhores. Cada um marcou erradamente um impedimento que parou ataques legais de Boca e Corinthians.

Aos 18 minutos, surgiu o primeiro cartão amarelo do jogo. Roncaglia foi punido por falta em Emerson.

- Merecido o cartão. O Emerson vai tocar a bola e é levantado pelo Roncaglia - explicou Arnaldo, que pouco depois achou que o Sheik poderia ter também sido advertido por falta no mesmo Roncaglia - Poderia até ter dado (cartão) - disse Arnaldo, sobre a reação do árbitro.

Entre pequenos enganos e decisões acertadas de Enrique Osses, o primeiro tempo se desenrolou. Aos poucos, os momentos tensos foram se multiplicando. Erviti, pelo lado do Boca, e Emerson, no lado corintiano, eram os mais exaltados.

Aos 41, um momento-chave na atuação de Enrique Osses: Emerson arrancou na direção da área e foi derrubado por Roncaglia. Falta e muita reclamação. Brasileiros queriam um segundo amarelo para o jogador do Boca. Os argentinos, por sua vez, reclamavam que não houve falta.

- O Emerson chamou a falta, ele cortou para o meio e o Roncaglia não teve como tirar (evitar o choque). Houve a falta, mas o Emerson foi muito esperto - avaliou Arnaldo.

Números de Enrique Osses
 
Cartões amarelos: 3
Faltas marcadas: 23
Tempo de bola em jogo: 54:01
 
De tanto reclamar, Riquelme acabou levando o cartão amarelo. A atitude do árbitro chileno foi muito elogiada por Arnaldo Cézar Coelho ao fim da primeira etapa.

- Ele ganhou o jogo dando um cartão ao Riquelme, que é o dono do time, dono da bola, dono do campo. Ele deu o cartão e ganhou o jogo.

Ainda antes do intervalo, houve tempo para um lance que mereceu a análise de Arnaldo. Mouche recebeu uma bola que veio da cabeça de Leandro Castan, e a arbitragem deu impedimento.

- O Mouche começa a jogada em impedimento. A bola bate na cabeça do Castan e ele tira proveito da condição de impedimento. Não foi um passe para trás. Estava impedido - analisou o comentarista.
Gol do Boca evita expulsão de Chicão

No segundo tempo, os primeiros minutos foram de calmaria. O Boca tratou de jogar mais e não se viu catimba em campo. Enrique Osses apitou tranquilamente e o primeiro lance digno de comentário se deu aos 14 minutos, quando Liedson levou um tranco de Schiavi dentro da grande área. A arbitragem marcou tiro de canto.

- Não houve pênalti, nada. A bola tocou no pé dele (Schiavi) antes de sair e por isso foi escanteio - avaliou Arnaldo Cézar Coelho.

Polêmica mesmo só aos 28, no lance do gol do Boca. Chicão salvou em cima da linha com a mão, mas Roncaglia pegou a sobra e mandou para a rede. Enrique Osses deu o gol e mostrou cartão amarelo a Chicão por tocar a mão na bola.

- Ele (árbitro) só poderia dar vermelho para o Chicão se ele tivesse dado o pênalti. Como deu o gol, ele resolveu mostrar o amarelo. Detalhe é que o juiz chega a apontar para a marca do pênalti, mas não apita. Quando vê que a bola entrou, ele corre para o meio. Mas aí ele foi chamado a atenção pelos jogadores de que tinha que punir o Chicão por colocar a mão na bola e dá o amarelo - analisou Arnaldo.

Daí em diante, Enrique Osses não teve mais polêmicas com que lidar. O gol do Corinthians não levantou qualquer polêmica e a arbitragem do chileno terminou sem sustos. No jogo da volta, na próxima quarta-feira, no Pacaembu, o apito estará a cargo do colombiano Wilmar Roldán.

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