Haja coração!!! O famoso bordão nunca foi tão colocado à prova para os
corintianos como será na noite desta quarta-feira. Os minutos mais
esperados pela nação alvinegra estão próximos, o nervosismo à flor da
pele. E, por ironia do destino, quem garante a saúde dos torcedores,
pelo menos os que estiverem na Bombonera, é o rival Boca Juniors.
O clube argentino se gaba de ser o único no continente a oferecer um
estádio “cardioprotegido”. Desde 2008, criou um projeto apoiado pela
Fundação Cardiológica da Argentina, que consiste em garantir que
qualquer torcedor que tenha parada cardíaca dentro do mítico estádio
seja atendido e ressuscitado em, no máximo, quatro minutos, tempo que o
cérebro se mantém ativo sem oxigênio.
Guillermo Bortman, diretor do departamento médico do Boca Juniors, é um
dos coordenadores do projeto. Depois de quatro anos, ele garante que os
torcedores da equipe já sabem como devem proceder caso alguém passe
mal. Ao contrário dos visitantes. Por isso, uma de suas missões nesta
quarta será educar e proteger os corações corintianos.
- Em todos os jogos distribuímos uma revista informativa a todos os
espectadores, explicando como devem agir nessas situações. E em frente à
arquibancada onde estará a torcida do Timão (sim, o médico só se refere
ao Corinthians como Timão) haverá um placar eletrônico com orientações,
números de telefone, tudo que precisam saber. O atendimento é o mesmo
para todos, locais e visitantes - assegura Bortman.
Guillermo Bortman, médico do Boca, promete atenção à Fiel
Todos sabem o que é o futebol para nós, argentinos e brasileiros. O
que representa o Timão no Brasil, o Boca aqui. O estresse pode causar
uma obstrução coronária"
Guillermo Bortman, médico do Boca
Em cada partida são cerca de 50 pessoas envolvidas: 22 socorristas
espalhados pelo estádio, dez médicos no centro especializado da
Bombonera, além de médicos e motoristas de quatro ambulâncias, que
encaminham os pacientes a um hospital a cinco quadras do local. Bortman
também revela que há um desfibrilador automático a cada 30 segundos de
caminhada no palco do Boca e 64 câmeras judiciais, que são invioláveis.
Revelam hora, minuto e segundo dos fatos.
- Foi um projeto baseado no que havia no Morumbi, do São Paulo, mas lá já não existe mais. Existe no Camp Nou, do Barcelona. São incidentes que podem ocorrer em qualquer estádio de futebol, mas os outros não estão preparados - ressalta o médico, que se orgulha também em dizer que o programa foi espalhado por todo o clube social.
Para serem credenciados por instituições de respeito, os médicos e socorristas fazem cursos e se atualizam anualmente. Tudo parece lindo, mas Bortman não hesita em jogar um balde de água fria em quem pensa se tornar imortal na Bombonera: ele não pode garantir vida eterna a ninguém. Desde que o projeto foi implantado, houve seis casos de morte súbita. Um deles foi fatal. Em 2010, um senhor de 75 anos teve uma parada cardiorrespiratória durante uma partida contra o River Plate, maior rival do Boca. Não resistiu.
O último ressuscitado da Bombonera foi um rapaz de 29 anos, na semifinal da Libertadores contra a Universidad (CHI), há duas semanas. Ele sofreu um infarto, mas três minutos depois já estava no departamento médico.
- Foi um projeto baseado no que havia no Morumbi, do São Paulo, mas lá já não existe mais. Existe no Camp Nou, do Barcelona. São incidentes que podem ocorrer em qualquer estádio de futebol, mas os outros não estão preparados - ressalta o médico, que se orgulha também em dizer que o programa foi espalhado por todo o clube social.
Para serem credenciados por instituições de respeito, os médicos e socorristas fazem cursos e se atualizam anualmente. Tudo parece lindo, mas Bortman não hesita em jogar um balde de água fria em quem pensa se tornar imortal na Bombonera: ele não pode garantir vida eterna a ninguém. Desde que o projeto foi implantado, houve seis casos de morte súbita. Um deles foi fatal. Em 2010, um senhor de 75 anos teve uma parada cardiorrespiratória durante uma partida contra o River Plate, maior rival do Boca. Não resistiu.
O último ressuscitado da Bombonera foi um rapaz de 29 anos, na semifinal da Libertadores contra a Universidad (CHI), há duas semanas. Ele sofreu um infarto, mas três minutos depois já estava no departamento médico.
O kit de primeiros socorros utilizado por Bortman
- O ideal é chegar antes de três minutos para iniciar a ressuscitação
cardiopulmonar e ver se é preciso dar choques. O desfibrilador é
automático, isso auxilia no diagnóstico. Esse garoto de 29 anos chegou
ao hospital em 14 minutos, mas já recuperado - conta o chefe do DM.
As causas da morte súbita podem ser diversas, segundo Guillermo Bortman: arritmia, embolia, infarto. E até mesmo o estresse causado pela partida de futebol. Não é algo matemático. Para ele, é muito mais fácil alguém passar mal por causa de um jogo na América do Sul do que nos estádios europeus, onde a plateia se comporta como se estivesse numa peça teatral.
- Todos sabem o que é o futebol para nós, argentinos e brasileiros. O que representa o Timão no Brasil, o Boca aqui. Na Guerra das Malvinas, 35% dos soldados argentinos não morreram por balas, e sim por estresse. Na Inglaterra eles aplaudem, é muito lindo, mas não tem nada a ver. O estresse pode causar uma obstrução coronária.
Mais um tempero para o histórico encontro desta quarta-feira: o bando de loucos contra o bando de médicos.
As causas da morte súbita podem ser diversas, segundo Guillermo Bortman: arritmia, embolia, infarto. E até mesmo o estresse causado pela partida de futebol. Não é algo matemático. Para ele, é muito mais fácil alguém passar mal por causa de um jogo na América do Sul do que nos estádios europeus, onde a plateia se comporta como se estivesse numa peça teatral.
- Todos sabem o que é o futebol para nós, argentinos e brasileiros. O que representa o Timão no Brasil, o Boca aqui. Na Guerra das Malvinas, 35% dos soldados argentinos não morreram por balas, e sim por estresse. Na Inglaterra eles aplaudem, é muito lindo, mas não tem nada a ver. O estresse pode causar uma obstrução coronária.
Mais um tempero para o histórico encontro desta quarta-feira: o bando de loucos contra o bando de médicos.
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