Falconi crê no suceso do Boca em São Paulo
Soberba; Excesso de confiança em sua camisa e sua história; Disfarce. O
discurso confiante do Boca Juniors após empatar com o Corinthians em
casa e passar a precisar da vitória no Pacaembu para conquistar a
Libertadores pode ter várias versões. Absolutamente ninguém considerou
ruim o resultado de 1 a 1 na Bombonera, ao menos publicamente. Outra
explicação pode ser o retrospecto da equipe quando joga no Brasil pela
competição.
É como se o Boca levasse a famosa pressão de seu estádio e dos fanáticos torcedores no avião, para sentir-se tão à vontade no país vizinho. Nos anos 2000, foram nove partidas diante de times brasileiros, como visitante, e somente uma derrota: para o Fluminense, na semifinal de 2008. Foi, por sinal, a última passagem do hexacampeão em território verde e amarelo.
É como se o Boca levasse a famosa pressão de seu estádio e dos fanáticos torcedores no avião, para sentir-se tão à vontade no país vizinho. Nos anos 2000, foram nove partidas diante de times brasileiros, como visitante, e somente uma derrota: para o Fluminense, na semifinal de 2008. Foi, por sinal, a última passagem do hexacampeão em território verde e amarelo.
Os torcedores e alguns jornalistas argentinos admitem que a festa na
Bombonera, por vezes, pode atrapalhar o Boca. Principalmente o atual
time, que não possui tantos recursos para dominar e partir para cima do
adversário, mas se sente quase obrigado a isso diante dos gritos da
arquibancada. Fora, o time se sente à vontade para esperar, estudar o
rival e tomar conta do jogo da maneira que mais gosta: bem postado
taticamente.
- Estamos em igualdade e seguros de tudo que fizemos. O Corinthians
está armado para jogar assim e não vai mudar. Nós merecemos ganhar aqui e
temos que nos preparar para ganhar lá – afirmou o técnico Julio César
Falcioni.
A saga de sucesso do outro lado da fronteira teve início em 2000, ano
em que, por sinal, a equipe voltou a tomar conta da América do Sul com
uma sequência de títulos impressionante. Naquela temporada, arrancou um
empate sem gols contra o Palmeiras, no Morumbi, e conquistou o troféu na
disputa de pênaltis.
Em Buenos Aires, Boca se prepara para a decisão de quarta
O duelo se repetiu no ano seguinte, dessa vez pela semifinal, e teve um
roteiro muito semelhante. No Palestra Itália, o Boca empatou em 2 a 2 e
voltou a bater o Palmeiras nos pênaltis. Antes, nas quartas, já havia
derrotado o Vasco, em São Januário, por 1 a 0, e aberto o caminho para
mais uma classificação diante de brasileiros.
Em 2003, o mundo se surpreendeu com a vitória do Paysandu por 1 a 0 na
Bombonera. Gol de Iarley, que logo depois viria a ser contratado pelo
Boca Juniors, ainda incrédulo no resultado. Todos pensaram que a
supremacia dos argentinos seria quebrada justamente pela equipe de
Belém, mas na capital paraense os reis do continente voltaram a se
impor: 4 a 2, nas oitavas. Força para chegar à decisão e derrotar o
Santos, de Robinho, Diego e companhia: 3 a 1 no Morumbi, com destaque
para a atuação de Tevez, ainda garoto.
O São Caetano foi a próxima vítima, nas quartas de final em 2004. O
empate sem gols no Anacleto Campanella deu a impressão de que o Boca
atropelaria na Bombonera, mas a equipe só conseguiu a vaga novamente nos
pênaltis. Mais um exemplo de demonstração de força maior longe de seus
torcedores.
O último título da Libertadores veio em 2007. Sob o comando de
Riquelme, a equipe nem tomou conhecimento do Grêmio, de Mano Menezes, na
decisão: 2 a 0 no Olímpico, dois gols do camisa 10. E antes de cair
diante do Fluminense, ainda houve tempo para, em 2008, eliminar o
Cruzeiro no Mineirão com uma vitória por 2 a 1.
O volante Somoza, ao contrário de Falcioni, acredita que o Corinthians
terá uma postura mais ofensiva no Pacaembu. E parece andar com o
histórico debaixo do braço.
- Aqui eles não arriscaram nada. Vamos buscar o triunfo lá.
Ao menos nas palavras, o Boca age como se o gol de Romarinho não
tivesse abalado em nada sua habitual confiança. Porém, é notório em
Buenos Aires que esse time não tem a força do Boca de anos anteriores,
quando conseguia fazer do Brasil o seu salão de festas. Desafio para o
agora veterano Riquelme, que tinha 29 anos no último título, e seus
companheiros.
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