sábado, 30 de junho de 2012

Boca ignora empate e aposta em histórico de triunfos no Brasil

Julio Cesar Falconi no treino do Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com) 
Falconi crê no suceso do Boca em São Paulo
 
Soberba; Excesso de confiança em sua camisa e sua história; Disfarce. O discurso confiante do Boca Juniors após empatar com o Corinthians em casa e passar a precisar da vitória no Pacaembu para conquistar a Libertadores pode ter várias versões. Absolutamente ninguém considerou ruim o resultado de 1 a 1 na Bombonera, ao menos publicamente. Outra explicação pode ser o retrospecto da equipe quando joga no Brasil pela competição.

É como se o Boca levasse a famosa pressão de seu estádio e dos fanáticos torcedores no avião, para sentir-se tão à vontade no país vizinho. Nos anos 2000, foram nove partidas diante de times brasileiros, como visitante, e somente uma derrota: para o Fluminense, na semifinal de 2008. Foi, por sinal, a última passagem do hexacampeão em território verde e amarelo.

Os torcedores e alguns jornalistas argentinos admitem que a festa na Bombonera, por vezes, pode atrapalhar o Boca. Principalmente o atual time, que não possui tantos recursos para dominar e partir para cima do adversário, mas se sente quase obrigado a isso diante dos gritos da arquibancada. Fora, o time se sente à vontade para esperar, estudar o rival e tomar conta do jogo da maneira que mais gosta: bem postado taticamente.

- Estamos em igualdade e seguros de tudo que fizemos. O Corinthians está armado para jogar assim e não vai mudar. Nós merecemos ganhar aqui e temos que nos preparar para ganhar lá – afirmou o técnico Julio César Falcioni.

A saga de sucesso do outro lado da fronteira teve início em 2000, ano em que, por sinal, a equipe voltou a tomar conta da América do Sul com uma sequência de títulos impressionante. Naquela temporada, arrancou um empate sem gols contra o Palmeiras, no Morumbi, e conquistou o troféu na disputa de pênaltis.
Riquelme no treino do Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com) 
Em Buenos Aires, Boca se prepara para a decisão de quarta
 
O duelo se repetiu no ano seguinte, dessa vez pela semifinal, e teve um roteiro muito semelhante. No Palestra Itália, o Boca empatou em 2 a 2 e voltou a bater o Palmeiras nos pênaltis. Antes, nas quartas, já havia derrotado o Vasco, em São Januário, por 1 a 0, e aberto o caminho para mais uma classificação diante de brasileiros.

Em 2003, o mundo se surpreendeu com a vitória do Paysandu por 1 a 0 na Bombonera. Gol de Iarley, que logo depois viria a ser contratado pelo Boca Juniors, ainda incrédulo no resultado. Todos pensaram que a supremacia dos argentinos seria quebrada justamente pela equipe de Belém, mas na capital paraense os reis do continente voltaram a se impor: 4 a 2, nas oitavas. Força para chegar à decisão e derrotar o Santos, de Robinho, Diego e companhia: 3 a 1 no Morumbi, com destaque para a atuação de Tevez, ainda garoto.

O São Caetano foi a próxima vítima, nas quartas de final em 2004. O empate sem gols no Anacleto Campanella deu a impressão de que o Boca atropelaria na Bombonera, mas a equipe só conseguiu a vaga novamente nos pênaltis. Mais um exemplo de demonstração de força maior longe de seus torcedores.

O último título da Libertadores veio em 2007. Sob o comando de Riquelme, a equipe nem tomou conhecimento do Grêmio, de Mano Menezes, na decisão: 2 a 0 no Olímpico, dois gols do camisa 10. E antes de cair diante do Fluminense, ainda houve tempo para, em 2008, eliminar o Cruzeiro no Mineirão com uma vitória por 2 a 1.

O volante Somoza, ao contrário de Falcioni, acredita que o Corinthians terá uma postura mais ofensiva no Pacaembu. E parece andar com o histórico debaixo do braço.

- Aqui eles não arriscaram nada. Vamos buscar o triunfo lá.

Ao menos nas palavras, o Boca age como se o gol de Romarinho não tivesse abalado em nada sua habitual confiança. Porém, é notório em Buenos Aires que esse time não tem a força do Boca de anos anteriores, quando conseguia fazer do Brasil o seu salão de festas. Desafio para o agora veterano Riquelme, que tinha 29 anos no último título, e seus companheiros.

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