sábado, 20 de agosto de 2011

Jorginho diz: 'como o Fla, Timão tenta mandar em tudo, mas na bola'

Jorginho no jogo do Figueirense (Foto: Ag. Estado) 
Jorginho não quer ver a torcida rubro-negra irritada com ele
 
O empate por 2 a 2 com o Flamengo, no domingo passado, envolveu o técnico Jorginho, do Figueirense, numa enorme polêmica. Ao fim do jogo, disse que o Rubro-Negro "quer mandar em todos os lugares" (leia). Em entrevista concedida por telefone, ele insistiu por diversas vezes com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM uma oportunidade para esclarecer a real intenção de suas palavras, garantindo que não se referiu a uma suposta imposição do clube da Gávea aos árbitros. Isso, em contrapartida, não o impediu de identificar caracterísitcas semelhantes no Corinthians, adversário do Alvinegro catarinense neste sábado, às 18h, no Pacaembu, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro.

- Eu acho que fui mal-intepretado naquela entrevista, pois não consegui concluir minha linha de raciocínio. Eu disse que o Flamengo tenta controlar tudo em campo contra equipes consideradas pequenas, como é o caso do Figueirense, mas referindo-me ao jogo. Isso eles não conseguiram contra a gente, pois tivemos uma posse de bola infinitamente maior no primeiro tempo daquele jogo. Por isso ficaram irritados e levaram os cartões, que, na minha opinião foram justos. Quatro jogadores levaram cartões por reclamação. Na minha época de Flamengo, nós entrávamos em qualquer campo buscando mandar no pedaço. 

Jamais falaria mal do Flamengo. Existe muito carinho e um respeito muito grande pelo clube. Não posso cuspir no prato que comi. Dê um toque na galera do Flamengo - pediu, emendando:

Pelo Fla, clube que o projetou internacionalmente, Jorginho tem 246 jogos e oito gols, além de um Carioca (86) e um Brasileiro (87)
 
- Isso (de querer mandar no jogo) acontece da mesma forma com o Corinthians.

Jorginho sabe que um caminho para desestabilizar o Timão é justamente com a posse de bola, controlando o jogo. Ele garante ser possível irritar um adversário sem pancada ou catimba, artifício ao qual se mostra integralmente contrário.

- Temos de tentar mais uma vez ter a posse de bola, ganhar espaço com qualidade. Minha equipe gosta de jogar e sou totalmente contra violência. Nunca vou usar disso para atrapalhar um adversário. Até acontece de o meu time parar o jogo, como ocorreu contra o Flamengo. Não levamos cartões, pois nossos jogadores não faziam faltas seguidas. O Willians é um grande marcador, mas fez quatro faltas consecutivas e acabou levando o cartão. Isso não aconteceu com o Túlio nem com o Edson. Agora tenho consciência de que o jogo contra o Corinthians será dificílimo. Eles têm uma das melhores equipes, são muitos rápidos e competitivos. O Corinthians é um dos grandes favoritos - opinou.

É importante manter o equilíbrio contra o Corinthians, tentando ter a posse de bola e com uma defesa sólida, a fim de mostrar que eles não terão facilidades contra gente"
Jorginho
 
Uma das maiores dificuldades que o Figueira tem é no seu próprio retrospecto como visitante. Em oito jogos realizados fora de Florianópolis, são cinco derrotas, dois empates e apenas uma vitória. Além disso, são 16 gols sofridos, o que corresponde a uma média de dois por partida. Os números preocupam o comandante alvinegro, mas ele acredita que estes não representam a qualidade das atuações de sua equipe.

- Acho natural perder de 1 a 0 para o Fluminense, não dá é para levar três. O meu time, por gostar de jogar com a bola no pé, às vezes acaba se expondo e sofrendo os gols. 

Fizemos um ótimo jogo com o São Paulo, mas acabamos perdendo no fim, injustamente. Contra o Coritiba, eles fizeram um gol no início e só conseguiram fazer os outros no fim. Também jogamos bem nessa partida. O único time que nos dominou foi o Internacional - enumerou o ex-jogador, de 47 anos.

O técnico encerrou endereçando diversos elogio ao grupo do Figueira, exaltando a humildade apresentada pelos jogadores.

- Não temos o investimento que um Flamengo tem, mas nosso grupo é muito certinho e consciente de onde podemos chegar. Os objetivos são outros, mas estou muito satisfeito com meus jogadores - encerrou.

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