quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Acústica do Itaquerão duplicará som da torcida em relação a Pacaembu

O Corinthians e a Odebrecht realizaram alterações no projeto do telhado do Itaquerão para maximizar o efeito do barulho da torcida no gramado, criando um ambiente de maior pressão nos jogos do time. Pelas estimativas dos construtores do estádio, a expectativa é de que o som ouvido no Pacaembu será duplicado na nova arena.
 
No final de 2011, foi realizado um teste acústico para medir o impacto sonoro do Itaquerão nas vizinhanças. O objetivo final era impedir que o barulho da torcida ultrapassasse os limites sonoros da região.

Para isso, foram feitas avaliações em cinco pontos em volta do estádio, assim como medições de um jogo do Corinthians no Pacaembu. Neste último teste, constatou-se que a torcida corintiana atinge um máximo de 91,5 decibéis em uma partida cheia, com um pico de 113 decibéis na hora do gol.

A partir do estudo, foram sugeridas soluções para a cobertura para que esse impacto fosse minimizado, e ao mesmo tempo o som voltasse para o gramado. Até porque o estádio, por ser aberto em seus lados sul e norte, pode ter o som dissipado de forma mais fácil do que estádios fechados como o Maracanã. Com isso, foi adotado o novo modelo de telhado.

“Haverá quatro camadas na cobertura. Terão como objetivo a maior absorção do som. A camada inferior tem um formato geométrico para devolver o som para o gramado. Vai duplicar o efeito em relação ao Pacaembu”, explicou o principal arquiteto do estádio, Aníbal Coutinho.

Pelas mudanças adotadas, todo revestimento da cobertura foi trocado, nas partes superior e inferior. Em cima, foi substituído o material metálico por uma membrana produzida por uma empresa americana. Abaixo, foi colocado um revestimento realizado por empresa francesa em formato ondulado, que ajuda a devolver o som ao campo.

Também há uma contribuição para a acústica pelo ângulo de inclinação da arquibancada. Segundo o estudo, ela “enterra os torcedores” perto do gramado. Só faltava um novo telhado para controlar a propagação desse som. Além da cobertura, também houve alterações nas passagens de ar do prédio oeste para regular a direção do barulho. Tudo para que a torcida corintiana seja ouvida alto. Dentro do estádio.

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