quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Timão reencontra crise após 'anos de ouro' sob o comando de Tite

Cássio Gil Corinthians x Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli) 
Cássio e Gil lamentam a derrota para a Ponte Preta, quarta-feira, em Campinas
 
A palavra crise vinha sendo proibida no Corinthians na última semana. Mesmo na pior série da equipe no Campeonato Brasileiro, os jogadores e o técnico Tite no máximo admitiam que o Timão vivia um “mau momento”. A derrota por 2 a 0 para a Ponte Preta, vice-lanterna da competição nacional, na noite de quarta-feira, em Campinas, deixou claro que a fase atravessada pela equipe vai além de falta de sorte ou uma junção de fatores pontuais. 
 
As críticas são diversas. Desde o ataque que não faz gols até a suposta falta de vontade dos jogadores, os motivos de protesto da Fiel parecem aumentar a cada partida. Sem vencer há cinco jogos, o Corinthians balançou a rede apenas uma vez desde a  goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo, no dia 1º de setembro. O único gol foi na derrota por 2 a 1 para o Goiás, no último domingo. E em um lance pontual, no qual Pato rebateu após confusão na pequena área.

Após pressionar o elenco no estádio do Pacaembu no último fim de semana, a torcida adotou tom mais ameno em Campinas. Apoiou a equipe mesmo diante de um jogo com poucas oportunidades, no qual o Timão mal incomodava os donos da casa. Porém, o gol da Ponte, marcado aos 42 minutos do segundo tempo, foi o suficiente para que os torcedores se dirigissem ao alambrado para xingar os jogadores mais de perto.
 
O técnico Tite admite que o desempenho atual do Corinthians é digno de cobrança, mas não que a vontade dos jogadores seja questionada. Dentro do elenco, os argumentos são diversos. Alguns veem como azar, outros como uma fase natural, que sempre aparece após bons momentos... O comandante não quer saber de desculpas, mas sim de absorver as críticas e evoluir.

– Se fosse questão de motivação nós contrataríamos esses caras que fazem palestras e ganharíamos todos os jogos. Futebol é uma relação de conjunto. Temos de passar por momentos difíceis para nos fortalecermos. Agora é suportar as críticas e transformar em trabalho. Não há outra forma. Não existe fórmula mágica – argumentou Tite.

Se fosse questão de motivação nós contrataríamos esses caras que fazem palestras e ganharíamos todos os jogos"
Tite, técnico do Timão
 
Da diretoria à torcida, passando por comissão técnica e jogadores, todas as partes envolvidas já admitem que o sinal de alerta está ligado no clube. O presidente Mário Gobbi passou a trabalhar no CT Joaquim Grava, para acompanhar de perto o que se passa com a equipe. Os diretores Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves, além do gerente Edu Gaspar, são presenças quase diárias no local.

O Campeonato Brasileiro já é uma “carta fora do baralho” para o Corinthians. Sétimo colocado, com 30 pontos, o Timão parece cada vez mais distante da briga pelo G-4 e, consequentemente, pela vaga na Taça Libertadores da América, único objetivo traçado para o segundo semestre. O técnico Tite não admite, mas a equipe deverá voltar atenção especial para a Copa do Brasil, cujo título também leva de forma direta à competição continental.

Dessa maneira, a semana que se aproxima pode ser de alívio ou de aumento considerável da crise no Timão. No domingo, a equipe enfrenta o líder Cruzeiro, no estádio do Pacaembu, pela 23ª rodada do Brasileirão. Apenas três dias depois, recebe o Grêmio pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Oportunidade de respirar ou se afundar em críticas por todos os lados.

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