Cássio e Gil lamentam a derrota para a Ponte Preta, quarta-feira, em Campinas
A palavra crise vinha sendo proibida no Corinthians na última semana.
Mesmo na pior série da equipe no Campeonato Brasileiro, os jogadores e o
técnico Tite no máximo admitiam que o Timão vivia um “mau momento”. A
derrota por 2 a 0 para a Ponte Preta,
vice-lanterna da competição nacional, na noite de quarta-feira, em
Campinas, deixou claro que a fase atravessada pela equipe vai além de
falta de sorte ou uma junção de fatores pontuais.
As críticas são diversas. Desde o ataque que não faz gols até a suposta
falta de vontade dos jogadores, os motivos de protesto da Fiel parecem
aumentar a cada partida. Sem vencer há cinco jogos, o Corinthians
balançou a rede apenas uma vez desde a goleada por 4 a 0 sobre o
Flamengo, no dia 1º de setembro. O único gol foi na derrota por 2 a 1
para o Goiás, no último domingo. E em um lance pontual, no qual Pato
rebateu após confusão na pequena área.
Após pressionar o elenco no estádio do Pacaembu no último fim de
semana, a torcida adotou tom mais ameno em Campinas. Apoiou a equipe
mesmo diante de um jogo com poucas oportunidades, no qual o Timão mal
incomodava os donos da casa. Porém, o gol da Ponte, marcado aos 42
minutos do segundo tempo, foi o suficiente para que os torcedores se dirigissem ao alambrado para xingar os jogadores mais de perto.
O técnico Tite admite que o desempenho atual do Corinthians é digno de
cobrança, mas não que a vontade dos jogadores seja questionada. Dentro
do elenco, os argumentos são diversos. Alguns veem como azar, outros
como uma fase natural, que sempre aparece após bons momentos... O
comandante não quer saber de desculpas, mas sim de absorver as críticas e
evoluir.
– Se fosse questão de motivação nós contrataríamos esses caras que
fazem palestras e ganharíamos todos os jogos. Futebol é uma relação de
conjunto. Temos de passar por momentos difíceis para nos fortalecermos.
Agora é suportar as críticas e transformar em trabalho. Não há outra
forma. Não existe fórmula mágica – argumentou Tite.
Se fosse questão de motivação nós contrataríamos esses caras que fazem palestras e ganharíamos todos os jogos"
Tite, técnico do Timão
Da diretoria à torcida, passando por comissão técnica e jogadores,
todas as partes envolvidas já admitem que o sinal de alerta está ligado
no clube. O presidente Mário Gobbi passou a trabalhar no CT Joaquim
Grava, para acompanhar de perto o que se passa com a equipe. Os
diretores Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves, além do gerente
Edu Gaspar, são presenças quase diárias no local.
O Campeonato Brasileiro já é uma “carta fora do baralho” para o
Corinthians. Sétimo colocado, com 30 pontos, o Timão parece cada vez
mais distante da briga pelo G-4 e, consequentemente, pela vaga na Taça
Libertadores da América, único objetivo traçado para o segundo semestre.
O técnico Tite não admite, mas a equipe deverá voltar atenção especial
para a Copa do Brasil, cujo título também leva de forma direta à
competição continental.
Dessa maneira, a semana que se aproxima pode ser de alívio ou de
aumento considerável da crise no Timão. No domingo, a equipe enfrenta o
líder Cruzeiro, no estádio do Pacaembu, pela 23ª rodada do Brasileirão.
Apenas três dias depois, recebe o Grêmio pelo jogo de ida das quartas de
final da Copa do Brasil. Oportunidade de respirar ou se afundar em
críticas por todos os lados.
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