quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pressionado por todos os lados, Tite dá sinais de cansaço: 'Sou humano'

Tite Corinthians x Botafogo (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians) 
Tite em ação contra o Botafogo
 
A entrevista coletiva do técnico Tite após a derrota por 1 a 0 para o Botafogo, nesta quarta-feira, deixou claro que o momento do comandante não é dos melhores no cargo. Frustrado com o gol da vitória do time carioca, marcado aos 44 minutos do segundo tempo, ele demorou tempo além do normal para se dirigir à sala de imprensa do Maracanã. Abalado pelo mau resultado - foi o terceiro jogo seguido do Corinthians sem vitória -, o técnico desabafou. 
 
– Demorei porque estava orando para ficar equilibrado. O time perde o jogo no fim do segundo tempo... Eu sou humano também – disse.

Tite ouviu da direção que a vaga na Libertadores
 'é o objetivo mínimo'
 
Toda a animação construída após a goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo, no dia 1° de setembro, aniversário de 103 anos do Corinthians, transformou-se em indignação da torcida em dez dias. Após a derrota por 1 a 0 para o Internacional, em Novo Hamburgo, o Timão, no jogo seguinte, ficou no empate sem gols com o lanterna Náutico, no Pacaembu, e ouviu vaias da Fiel. Fato que não acontecia há algum tempo.

Antes mesmo da derrota para o Botafogo, nesta quarta, Tite se reuniu com o presidente Mário Gobbi e ouviu dele qual o objetivo mínimo do Corinthians para o segundo semestre: uma vaga na próxima edição da Taça Libertadores da América. Ficar sem disputar a competição continental no ano em que inaugurará seu estádio e no qual o Brasil receberá a Copa do Mundo seria um grande fracasso nos planos traçados pela diretoria.
 
O técnico tem habilidade para lidar com momentos difíceis. Resistiu à eliminação para o Tolima, em 2011, na fase preliminar da Libertadores, quando muitos torcedores pediram sua demissão ao então presidente Andrés Sanches. Bancado, Tite levou o Timão ao título inédito da América no ano seguinte e caiu nas graças da Fiel de uma vez por todas. Hoje, a apenas seis jogos de se tornar o segundo treinador com mais jogos à frente do Corinthians (o primeiro é Oswaldo Brandão, com 440 partidas, 183 a mais que Tite), vive momento delicado.

Tanto os responsáveis pelo futebol do Timão (os diretores Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves, além do gerente Edu Gaspar), bem como Mário Gobbi, ainda não se pronunciaram sobre uma possível renovação de contrato de Tite, cujo vínculo com o Corinthians se encerra em dezembro deste ano. O próprio técnico também disse ter muito tempo até o fim do ano para negociar com os dirigentes.

Embora tenha o elenco alvinegro "nas mãos", já que é respeitado por todos os jogadores, que costumam exaltar seu "senso de justiça", Tite evita falar em "família" ao tratar sobre sua equipe. Atrapalhado por uma série de lesões de jogadores essenciais ao seu esquema tático, como o volante Guilherme e o meia Renato Augusto, o técnico acredita que não tenha conseguido se firmar no segundo semestre por conta do grande número de alterações que foi obrigado a fazer.

– Eu não falo que o Corinthians é do Tite. Eu não fui campeão mundial sozinho, sou apenas uma peça integrante. E também não gosto de falar em família, porque o Corinthians não é de ninguém, só dele mesmo. É difícil tratar em condicional, mas se tivéssemos a manutenção da equipe, sem tantos problemas... Isso acabou atrapalhando muito – disse Tite.

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