O Corinthians já disputou 52 jogos nesta temporada. Em apenas três
deles não contou com a presença do zagueiro Gil, contratado no início do
ano, do Valenciennes, da França. Após a estreia na segunda rodada do
Campeonato Paulista, na derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, o jogador
se firmou entre os titulares, ganhou a confiança do técnico Tite e não
saiu mais da equipe. Nesta quarta-feira, contra o Internacional, às
21h50m (horário de Brasília), em Novo Hamburgo, ele completa a marca
significativa de 50 partidas vestindo a camisa alvinegra.
Natural de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Gil se destacou no
Cruzeiro e logo se mandou para o futebol francês. Em um ano e meio,
teve dificuldade para se adaptar à distância de casa e à cultura
diferente do novo país. No Timão, deixou para trás Chicão, que se
recuperava de artroscopia no início de 2013, para não sair mais do setor
defensivo. Humilde, divide os méritos com os colegas.
– Eu devo isso aos meus companheiros. Desde que eu cheguei, eles me
apoiaram para eu jogar e fazer o meu melhor. Pretendo carregar essa
marca e chegar a 100, 150, 200 jogos pelo Corinthians. Fico feliz por
estar aqui – diz.
– Tudo vem com trabalho. Eu procurei trabalhar sempre da mesma maneira,
dando meu melhor, para ter continuidade e crescer. Nunca podemos achar
que está bom. A readaptação foi um pouco difícil no começo, mas o
pessoal que está aqui há muito tempo me enturmo o mais rápido possível –
emenda.
DATA | ADVERSÁRIO | FICOU FORA PORQUE |
---|---|---|
20/1 | Paulista | Não estava regularizado |
9/3 | Ituano | Poupado |
27/3 | Penapolense | Poupado |
Questionado sobre qual é sua melhor definição como pessoa e como
jogador de futebol, Gil não tem dúvidas: exibe a tatuagem feita sobre a
mão direita, com a palavra “Blessed” (abençoado, em inglês). Religioso, o
zagueiro lê o Salmo 91 – cujo tema principal é confiança – antes de
todas as partidas. Aliás, parte do texto bíblico também está gravado em
sua pele, no antebraço direito. Uma forma de agradecimento do jogador
por tudo o que conquistou na vida.
Por enquanto, Gil ganhou dois títulos pelo Corinthians: o Campeonato
Paulista e a Recopa Sul-Americana. Ao contrário do que havia vivido no
Valenciennes, o zagueiro se deparou com uma torcida exigente, que não
perdoa erros. Ele admitiu que em certos momentos fica chateado pelos
questionamentos ao time, mas também disse entender as cobranças em
determinados momentos, como ocorreu após a derrota por 1 a 0 para o
Luverdense, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, há duas semanas.
Gil mostra tatutagem com texto do salmo 91
– Nós, jogadores, ficamos um pouco chateados. Sabemos que não somos
sempre os melhores. Há sempre outra equipe, que temos de respeitar. Às
vezes não vamos poder jogar tudo o que a equipe jogou em 2012, mas
estamos na luta, nos doando ao máximo. Todos têm vontade e determinação
para vencer as partidas, mas também entendemos a cobrança – argumentou.
Recordista de jogos, titular, dois títulos no currículo em menos de um
ano... A única coisa que ainda falta a Gil no Corinthians é marcar um
gol. Eficiente nos treinos, especialmente nos cabeceios, o zagueiro se
tornou alvo de brincadeiras constantes entre os companheiros por não
conseguir fazer gol. Ele prefere desconversar sobre o assunto, mas
assegura que não se incomoda. O foco, garante, é levantar mais taças.
– Estamos fortes e focados. Sabemos que são jogos dificílimos no
Campeonato Brasileiro e também na Copa do Brasil, mas vamos procurar
fazer o melhor e buscar mais títulos.
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