Gramado no Pacaembu apresentou sinais de desgaste nos últimos tempos e foi criticado
O gramado do Pacaembu já não apresenta a mesma qualidade de outros
tempos e, no último domingo, até motivou críticas do técnico Tite. O
desgaste é um resultado de uma “maratona” considerável para o campo, que
deve, no entanto, estar apto caso tenha de ser utilizado nas finais da
Copa Libertadores.
As críticas do comandante alvinegro aconteceram depois da vitória de
sua equipe por 2 a 0 sobre o Atlético Sorocaba, pelo Paulista. Tite
reclamou que a bola não correu da maneira adequada por conta das falhas
no gramado e que isso teria atrapalhado o seu time.
De fato, o Pacaembu vem sendo submetido a uma sequência de tirar o
fôlego de qualquer jogador. Neste ano, ele fez sua estreia em 16 de
janeiro, quando o Santos fez 4 a 0 no Grêmio Barueri, em um amistoso.
Até o último domingo, data do confronto entre Corinthians e Atlético
Sorocaba, foram 95 dias e 31 jogos, com uma média de uma partida a cada
três dias. A rotina, diz o responsável pela manutenção do campo, torna
impossível um padrão de qualidade constante.
“O ideal é um [jogo] por semana, no máximo dois. Quantas vezes não
tiveram jogos de quarta, quinta e domingo? O Palmeiras está em duas
competições, o Corinthians também. Não tem o que fazer. A gente faz o
que dá. Não dá pra pensar em ter gramado de alto nível”, disse Roberto
Gomide, presidente da World Sports e especialista em tratamento de
gramados.
Corinthians e Palmeiras atuaram 13 vezes cada no estádio municipal, mas
não foram os únicos. O São Paulo, por força de uma punição da Conmebol
ao Pacaembu, esteve lá uma vez. O Santos, por opção, jogou no local no
amistoso contra o Barueri e em duas partidas do Paulista. Além disso, o
gramado ainda recebeu a final da Copa São Paulo, entre Santos e Goiás.
“Essa manutenção, por mais que melhore e incremente um pouco mais,
sofre com o excesso de pisoteio. Não dá tempo dela descansar e formar um
colchão”, avalia Gomide.
O cenário deve mudar, segundo ele, durante a pausa para a Copa das
Confederações, quando o Pacaembu ficará pelo menos duas semanas parado.
Neste período, ele receberá uma segunda semeação, técnica conhecida como
overseeding, no termo original em inglês.
“Vamos adicionar a grama de inverno. As duas [a atual e a nova] vão
atuar em consórcio no Pacaembu. Uma para de crescer, e a outra tem um
crescimento mais vertical e rápido, por sobreviver melhor ao clima mais
frio. É um processo que a gente faz todo ano. Só não vou fazer agora
porque não temos agenda”, disse Gomide.
Se tudo sair como planejado, o Pacaembu poderá ser um palco de
qualidade para a reta decisiva da Libertadores. Como as semifinais e as
finais acontecerão somente depois da Copa das Confederações, Corinthians
e Palmeiras poderão usar o estádio normalmente caso avancem no torneio
continental.
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