Martinez pelo Boca Juniors
Em menos de seis meses, o atacante Juan Manuel Martínez passou de
possível ídolo a candidato a carrasco do Corinthians na busca pelo
bicampeonato da Taça Libertadores. Contratado em julho do ano passado
para ser uma das novas estrelas na campanha do Mundial de Clubes do
Japão, o argentino teve menos chances do que desejava, deixou o Brasil
em janeiro e hoje é uma das esperanças do Boca Juniors em eliminar o
rival nas oitavas de final da competição internacional. O duelo entre as
equipes começa às 21h50m desta quarta-feira, na Bombonera, em Buenos
Aires (a Globo transmite o jogo ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha
tudo em Tempo Real a partir das 21h20).
Martínez é um dos principais nomes de uma equipe que vive profunda
crise no torneio local e encara a Libertadores como única chance de
sucesso nesse primeiro semestre. Há dez jogos sem vencer no Campeonato
Argentino, o Boca aposta em seu “informante” de luxo para tentar
surpreender o atual campeão da América.
Na semana do jogaço contra o Corinthians, Martínez não quis falar sobre
seu ex-clube. Coube ao seu pai e empresário, Carlos Martínez, assegurar
que o filho não tem mágoas do Timão, mas está motivado para bater o
rival.
Não houve mágoa alguma, ele está muito feliz no Boca, e a passagem pelo Corinthians foi uma grande experiência"
Carlos Martinez, pai do atacante Juan Martinez
– Não houve mágoa alguma, ele está muito feliz no Boca, e a passagem
pelo Corinthians foi uma grande experiência. Houve algumas discordâncias
com o técnico (Tite), e creio que o melhor foi ele ter voltado a jogar
na Argentina, ainda mais no maior clube do país – afirmou Carlos
Martínez, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por telefone.
A motivação para jogar as oitavas de final contra o antigo clube,
claro, é especial. O atacante quer ajudar o Boca a retomar sua mística
em La Bombonera e encaminhar um bom resultado para jogar tranquilo a
partida de volta, dia 15 de maio, no Pacaembu.
– É um jogo especial, claro, mas seria assim contra qualquer outro
adversário. Martínez deixou amigos no Corinthians e certamente será
cumprimentado por muitos deles antes do jogo – assegurou Carlos
Martínez.
O atacante deixou o Timão porque não estava satisfeito com sua condição
de reserva, mas mesmo assim era querido por boa parte do elenco. Tido
como boa praça, Martínez fez amizade com os jogadores mais experientes
do grupo, caso de Paulo André, que até lhe deve um presente da época do
Mundial de Clubes: um quadro com as chuteiras utilizadas pelo argentino
no Japão – o zagueiro fez obras parecidas para outros jogadores.
– Espero vê-lo e falar com ele, mas espero que perca o jogo (risos).
Ainda tenho de entregar uma lembrancinha para ele – afirmou Paulo André,
em entrevista recente no CT Joaquim Grava.
Martinez, no Corinthians: ele não se firmou...
Destaque da Libertadores passada pelo Vélez Sarsfield, Martínez chamou a
atenção do Corinthians por seu dinamismo no ataque e a seriedade fora
de campo. Contratado por US$ 3 milhões (cerca de R$ 6 milhões), ele
chegou com concorrência enorme: Emerson Sheik, Jorge Henrique,
Romarinho, Guerrero... Logo nas primeiras entrevistas, mostrou
impaciência com sua condição de reserva e desagradou a parte da comissão
técnica.
Com pouco espaço e a convicção de que não seria tão aproveitado em
2013, ele e seu pai passaram a cogitar a possibilidade de transferência.
O Boca Juniors surgiu como principal interessado em meio a outros
clubes argentinos.
A negociação saiu por valores semelhantes à da compra junto ao Vélez
(cerca de R$ 6 milhões), mas o Timão ficou com 10% dos direitos
econômicos do jogador. Carrasco ou não, Martínez ainda tem um pouco de
sangue alvinegro no confronto desta quarta-feira.
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