Torcedores presos participaram de reconstituição na semana passada
Os 12 torcedores do Corinthians presos em Oruro completam 60 dias de
calvário neste sábado sem saber como será o futuro. A cada dia que
passa, o pessimismo se torna mais presente no cotidiano dos brasileiros,
encarcerados na Penitenciária de San Pedro desde a morte do garoto
Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, durante o jogo entre San José e Timão,
pela Libertadores - o rapaz foi atingido por um sinalizador que partiu
da área onde estavam os alvinegros. Dois meses depois da tragédia, a
defesa do caso percebeu um desânimo nos corintianos.
O advogado boliviano Miguel Blancourt foi o primeiro a assumir o caso,
recomendado pela Embaixada do Brasil no país vizinho. Ele foi o
responsável por fazer a apelação de prisão preventiva e a posterior
reconsideração da acusação de homicídio – dois como autores, dez como
cúmplices. Agora, ele divide as funções com Sergio Marques e Maristela
Basso, contratada recentemente por ser especialista em Direito
Internacional.
Para Blancourt, cada dia que passa se torna uma dificuldade a mais na
condução do caso. Conhecedor da justiça boliviana, ele crê que a
investigação pode se estender por mais do que os seis meses previstos
por lei.
- Conversamos sempre com os 12 brasileiros, o desânimo toma conta deles
em alguns momentos. É normal, pelo longo tempo que estão aqui, longe da
família e em condições que não são as ideais. Cada dia que passa
complica mais as coisas. Estamos fazendo de tudo para que eles não sejam
esquecidos, mas é difícil eles não ficarem pessimistas - afirmou
Blancourt, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
Na quarta-feira passada, houve uma inspeção ocular no Estádio Jesús
Bermudez, local da tragédia. A intenção era simular onde cada um dos
presos estava no momento do lançamento do sinalizador que matou Kevin.
Dependendo do resultado, que deve sair no início da semana que vem, a
defesa vai entrar com um pedido de habeas corpus para tentar fazer, mais
uma vez, que os 12 corintianos respondam às acusações em liberdade.
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