sábado, 20 de abril de 2013

Pessimistas, corintianos completam dois meses de prisão em Oruro

Torcedores Oruro prisão Corinthians (Foto: Leandro Canônico) 
Torcedores presos participaram de reconstituição na semana passada
 
Os 12 torcedores do Corinthians presos em Oruro completam 60 dias de calvário neste sábado sem saber como será o futuro. A cada dia que passa, o pessimismo se torna mais presente no cotidiano dos brasileiros, encarcerados na Penitenciária de San Pedro desde a morte do garoto Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, durante o jogo entre San José e Timão, pela Libertadores - o rapaz foi atingido por um sinalizador que partiu da área onde estavam os alvinegros. Dois meses depois da tragédia, a defesa do caso percebeu um desânimo nos corintianos.

O advogado boliviano Miguel Blancourt foi o primeiro a assumir o caso, recomendado pela Embaixada do Brasil no país vizinho. Ele foi o responsável por fazer a apelação de prisão preventiva e a posterior reconsideração da acusação de homicídio – dois como autores, dez como cúmplices. Agora, ele divide as funções com Sergio Marques e Maristela Basso, contratada recentemente por ser especialista em Direito Internacional.

Para Blancourt, cada dia que passa se torna uma dificuldade a mais na condução do caso. Conhecedor da justiça boliviana, ele crê que a investigação pode se estender por mais do que os seis meses previstos por lei.

- Conversamos sempre com os 12 brasileiros, o desânimo toma conta deles em alguns momentos. É normal, pelo longo tempo que estão aqui, longe da família e em condições que não são as ideais. Cada dia que passa complica mais as coisas. Estamos fazendo de tudo para que eles não sejam esquecidos, mas é difícil eles não ficarem pessimistas - afirmou Blancourt, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

Na quarta-feira passada, houve uma inspeção ocular no Estádio Jesús Bermudez, local da tragédia. A intenção era simular onde cada um dos presos estava no momento do lançamento do sinalizador que matou Kevin. Dependendo do resultado, que deve sair no início da semana que vem, a defesa vai entrar com um pedido de habeas corpus para tentar fazer, mais uma vez, que os 12 corintianos respondam às acusações em liberdade.

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