Defesa de corintianos alega que sinalizador que atingiu Kevin não é o da imagem
Adiada na semana passada por falta de peritos e de representantes da
família da vítima Kevin Beltrán Espada (morto no último dia 20 de
fevereiro por um tiro de sinalizador, disparado da torcida do
Corinthians), a inspeção ocular no estádio Jesus Bermudez, em Oruro, na
Bolívia, foi realizada na tarde desta quarta-feira.
Da mesma maneira que na semana passada, os 12 torcedores do Timão,
presos como suspeitos da morte do garoto, durante o empate por 1 a 1 com
o San José, deixaram a Penitenciária San Pedro e foram levados ao
estádio para mostrarem onde estavam no momento do disparo do
sinalizador.
Esse procedimento, pedido pela defesa dos brasileiros, é chamado na
justiça boliviana como inspeção ocular. É como se fosse uma
reconstituição da cena do crime, mas sem o valor oficial da mesma. Como
previsto, aliás, cinco torcedores alegaram que estavam fora do estádio
na hora do disparo.
Os 12 ficaram no mesmo local, acompanhados do advogado Sergio Marques, e apontaram onde estavam no momento da tragédia.
- Cada um teve de apontar onde estava no local. Fiquei sabendo que
cinco não estavam dentro do estádio. Essa é a novidade para a promotoria
– disse Alfredo.
Segundo Sergio Marques, que está morando em Oruro para auxiliar na
defesa dos torcedores, a promotoria do caso tem até 72 horas para
responder com o resultado dessa inspeção ocular. De acordo com o
advogado, o argumento usado é de que a imagem que todos usam do momento
do disparo do sinalizador disparado não condiz com o sinalizador que
realmente atingiu Kevin.
Assim, ele espera provar que nenhum dos doze torcedores têm a ver com o
crime ocorrido no último dia 20 de fevereiro, em Oruro, na Bolívia.
Até agora, aliás, a justiça boliviana não reconhece a confissão do
menor H.A.M., de 17 anos. Já no Brasil, ele assumiu a autoria do disparo
que matou Kevin. Como o garoto não pode ser extraditado, a Bolívia,
onde a maioridade penal é de 16 anos, não vê como válido o depoimento.
Um inquérito está aberto no Brasil.
- Enquanto ele não for considerado culpado pelo crime no inquérito
brasileiro, nós não podemos considerar na nossa investigação – disse o
promotor Alfredo Santos, na semana passada, antes da primeira tentativa
de inspeção ocular.
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