Timão segue mostrando a marca, mas sem receber
O Corinthians prepara recurso para recorrer da decisão que suspende o
pagamento do valor do patrocínio da Caixa Econômica Federal ao clube. O
departamento jurídico do Timão confirmou que está montando o documento
que deve ser enviado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) do
Rio Grande do Sul no início da próxima semana. A intenção é mostrar que
não há qualquer favorecimento da Caixa ao Corinthians. O banco também
patrocina Avaí, Atlético-PR e Figueirense.
O recurso da Caixa foi negado no fim de semana. Por isso, o Corinthians
está sem receber parte do valor a que tem direito - o total é de R$ 31
milhões anuais até o fim de 2014. Assim, o referente ao mês de março
ainda não foi debitado para o clube.
A decisão liminar foi do desembargador federal Cândido Alfredo Silva
Leal Júnior e tem validade até o julgamento do mérito pela 4ª Turma da
corte, ainda sem data para ocorrer. Até lá, o Timão pode continuar a
jogar com o logotipo da Caixa, mas o pagamento do patrocínio segue
suspenso.
A suspensão foi baseada numa ação popular ajuizada pelo advogado gaúcho
Antonio Beiriz. O juiz Altair Antonio Gregório, da 6ª Vara do Tribunal
Regional Federal do Rio Grande do Sul, acatou e, por meio de uma
liminar, no último dia 28, determinou a suspensão do pagamento.
Segundo Beiriz, a Caixa, como empresa pública vinculada ao Ministério
da Fazenda, estaria gastando com publicidade inócua e destituída de
caráter informativo, em desacordo com o art. 37 da Constituição Federal.
Para o desembargador federal Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, a Caixa
não poderia eleger um clube específico para patrocinar. Segundo o
desembargador, “existiam outros meios menos arriscados de patrocínio
esportivo pela Caixa que não afrontassem tanto o princípio da
impessoalidade, como prometer R$ 31 milhões apenas para o clube de
futebol profissional mais rico do Brasil”.
Ainda de acordo com o desembargador, outros clubes que não receberam
“tão generoso” patrocínio acabarão prejudicados pelo desequilíbrio que
provoca a intervenção da empresa pública federal no mercado de
publicidade futebolística, “já que os R$ 31 milhões irrigarão apenas os
cofres do Corinthians, e não alcançarão os demais times”.
O magistrado afirmou ainda que, mesmo que considerasse todos os
documentos, pareceres e atos administrativos pré-contratuais anexados
pela Caixa no recurso interposto, eles não serviriam para justificar a
contratação.
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