terça-feira, 26 de março de 2013

Gobbi se reunirá com ministros para discutir situação de presos em Oruro

Mario Gobbi filho do presidente do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Mario Gobbi, presidente do Corinthians
 
O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, se encontrará nesta semana com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, para discutir a situação dos 12 torcedores que continuam detidos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, devido à morte do jovem torcedor Kevin Douglas Beltrán Espada. No dia 2 de abril, o dirigente terá uma reunião com o ministro das Relações Exteriores,  Antonio de Aguiar Patriota, sobre o assunto.

A intenção de Gobbi é buscar uma maneira de cobrar a justiça boliviana sobre a situação em que os 12 corintianos se encontram atualmente. Eduardo Saboia, ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na Bolívia, chegou a levar artigos de higiene pessoal para os brasileiros. Hoje, eles ficam em duas celas, com seis pessoas em cada, em local separado e sem contato visual com os detentos bolivianos.

Como presidente do Corinthians, vou trabalhar para defendê-los"
Mário Gobbi, sobre os 12 presos em Oruro
 
– O objetivo dos encontros é resguardar o direito à ampla defesa do cidadão brasileiro, que consta no Artigo 5 de nossa Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como cidadãos, independentemente de serem brasileiros e corinthianos, os presos têm os seus direitos violados, além de serem mantidos em situação precária e perigosa. Como presidente do Corinthians, vou trabalhar para defendê-los – afirmou Mário Gobbi, em entrevista ao site oficial.

Presos desde o dia 20 de fevereiro, os corintianos viveram momentos de tensão na última semana: eles seriam divididos em quatro "seções" do presídio San Pedro e misturados a presos bolivianos. Os 12 chegaram a formar uma fila para encaminhamento até as novas seções. Entraram em pânico. No entanto, representantes da Embaixada do Brasil conseguiram manter os presos em celas separadas dos demais. Para os corintianos, isso significa a garantia da integridade física.

De acordo com a perícia da polícia boliviana, sinalizadores apreendidos com dois dos 12 torcedores corintianos detidos coincidem com a cápsula encontrada no menino Kevin Beltrán Espada, atingido no olho direito por um sinalizador naval disparado do setor ocupado pelos alvinegros na partida diante do San José, na última quarta-feira, pela Taça Libertadores. A morte de Kevin sensibilizou todo o país. Até o presidente da Bolívia, Evo Morales, mandou um recado prometendo apoio total à família do garoto.

A tendência é que os corintianos presos fiquem em San Pedro até o fim das investigações, pelo menos. O prazo para a apuração dos fatos é de seis meses. A primeira apelação pela liberdade provisória dos torcedores foi negada pela Corte Superior de Justiça de Oruro. Agora, a defesa prepara o pedido de reconsideração das acusações – a diferença desta para a apelação é que novos depoimentos, provas e documentos podem ser anexados ao processo.

A casa alugada em Cochabamba e paga pela Gaviões da Fiel está mantida para o caso de os brasileiros serem soltos. O imóvel é importante para que os brasileiros tenham residência fixa configurada na Bolívia, o que facilita o processo. A falta de datas também preocupa, e pessoas da embaixada falam até em corrupção: uma sentença de liberação pode custar até US$ 15 mil.

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