Mario Gobbi, presidente do Corinthians
O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, se encontrará nesta semana
com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, para discutir a situação
dos 12 torcedores que continuam detidos na Penitenciária de San Pedro,
em Oruro, devido à morte do jovem torcedor Kevin Douglas Beltrán Espada.
No dia 2 de abril, o dirigente terá uma reunião com o ministro das
Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, sobre o assunto.
A intenção de Gobbi é buscar uma maneira de cobrar a justiça boliviana
sobre a situação em que os 12 corintianos se encontram atualmente.
Eduardo Saboia, ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na Bolívia,
chegou a levar artigos de higiene pessoal para os brasileiros. Hoje,
eles ficam em duas celas, com seis pessoas em cada, em local separado e
sem contato visual com os detentos bolivianos.
Como presidente do Corinthians, vou trabalhar para defendê-los"
Mário Gobbi, sobre os 12 presos em Oruro
– O objetivo dos encontros é resguardar o direito à ampla defesa do
cidadão brasileiro, que consta no Artigo 5 de nossa Constituição e na
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como cidadãos,
independentemente de serem brasileiros e corinthianos, os presos têm os
seus direitos violados, além de serem mantidos em situação precária e
perigosa. Como presidente do Corinthians, vou trabalhar para defendê-los
– afirmou Mário Gobbi, em entrevista ao site oficial.
Presos desde o dia 20 de fevereiro, os corintianos viveram momentos de
tensão na última semana: eles seriam divididos em quatro "seções" do
presídio San Pedro e misturados a presos bolivianos. Os 12 chegaram a
formar uma fila para encaminhamento até as novas seções. Entraram em
pânico. No entanto, representantes da Embaixada do Brasil conseguiram
manter os presos em celas separadas dos demais. Para os corintianos,
isso significa a garantia da integridade física.
De acordo com a perícia da polícia boliviana, sinalizadores apreendidos
com dois dos 12 torcedores corintianos detidos coincidem com a cápsula
encontrada no menino Kevin Beltrán Espada, atingido no olho direito por
um sinalizador naval disparado do setor ocupado pelos alvinegros na
partida diante do San José, na última quarta-feira, pela Taça
Libertadores. A morte de Kevin sensibilizou todo o país. Até o
presidente da Bolívia, Evo Morales, mandou um recado prometendo apoio
total à família do garoto.
A tendência é que os corintianos presos fiquem em San Pedro até o fim
das investigações, pelo menos. O prazo para a apuração dos fatos é de
seis meses. A primeira apelação pela liberdade provisória dos torcedores
foi negada pela Corte Superior de Justiça de Oruro. Agora, a defesa
prepara o pedido de reconsideração das acusações – a diferença desta
para a apelação é que novos depoimentos, provas e documentos podem ser
anexados ao processo.
A casa alugada em Cochabamba e paga pela Gaviões da Fiel está mantida
para o caso de os brasileiros serem soltos. O imóvel é importante para
que os brasileiros tenham residência fixa configurada na Bolívia, o que
facilita o processo. A falta de datas também preocupa, e pessoas da
embaixada falam até em corrupção: uma sentença de liberação pode custar
até US$ 15 mil.
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