Cartaz em Tijuana mostra a importância dada ao jogo desta quarta, contra o Timão
Após o trauma que envolveu a morte de um garoto de 14 anos durante o
confronto com o San José, em Oruro, na Bolívia, em sua estreia na atual
edição da Taça Libertadores, o Corinthians vai encontrar clima bem mais
tranquilo e seguro para o duelo desta quarta-feira contra o Tijuana, às
22h (horário de Brasília), no México. Em seu segundo jogo fora de casa
pela competição, o Timão vai encarar um adversário que tomou todas as
medidas de segurança necessárias desde a inauguração do Estádio
Caliente, em novembro de 2007.
Desde então, placas afixadas em todos os portões de entradas do estádio
mostram que sinalizadores, artefatos pirotécnicos e materiais
combustíveis são terminantemente proibidos dentro do campo do Tijuana –
tudo isso foi encontrado no estádio de Oruro dias após o jogo e a
tragédia. No México, a placa não é mero aviso. Em visita ao local nesta
segunda-feira, a reportagem do GLOBOESPORTE.COM constatou que a
proibição virou uma espécie de “cultura” na cidade.
- Aqui não podemos nem ouvir falar nesse tipo de coisa. As placas são
grandes por isso mesmo. E a revista tem sido eficiente, não temos tido
problemas com esses artefatos – afirmou um funcionário do clube, que
preferiu não se identificar.
- Isso é bonito em outros lugares, mas no estádio pode causar problemas
– concordou um torcedor que comprava ingressos em uma das bilheterias
do Estádio Caliente.
Placa no Estádio Caliente, em Tijuana, deixa claro o que os torcedores não podem usar
O enorme aviso diz o seguinte em um de seus tópicos: “Estão proibidos
pólvora, sinalizadores, bombas de fumaça, jogos pirotécnicos, fogos de
artifício, máquinas de fumaça, fogo quente ou vapor e objetos análogos”.
Outro tópico esclarece que tais proibições se estendem a um raio de 125
metros do estádio.
O jogo não terá presença da torcida do Corinthians, como parte da
punição imposta pela Conmebol após a morte do torcedor boliviano. Mesmo
assim, o Timão é tratado pelo Tijuana como um dos gigantes do futebol –
principalmente após o título do Mundial de Clubes, no Japão. Um outdoor
próximo ao estádio faz o anúncio: “Vamos por el campeón” (Vamos pelo
campeão).
Apesar da proibição, nada impede que um torcedor do Timão compre
ingressos para assistir ao confronto na área destinada aos fãs do
Tijuana. Os bilhetes mais baratos custam 450 pesos mexicanos (cerca de
R$ 70). Quem joga no Corinthians sabe que a possibilidade de ver
alvinegros infiltrados é real.
- Sabemos como é a torcida do Corinthians, tem em todo lugar. Então não
seria uma surpresa vê-los entre os torcedores do Tijuana – afirmou o
goleiro Cássio.
Na segunda-feira, a entrada para as dependências do estádio não estava
permitida, já que o gramado sintético foi preservado para os dois
treinos que vão ocorrer nesta terça: do Tijuana, pela manhã, e do Timão,
à tarde, em atividade de reconhecimento do campo.
Ampliação para número cabalístico
Apesar da segurança divulgada pelo Tijuana, o Timão vai encontrar pela
frente um estádio parcialmente em obras. Com capacidade atual para cerca
de 21 mil pessoas, o Caliente está sendo ampliado. A previsão de
término dos trabalhos é 2014, e a casa dos Xolos (apelido da equipe
mexicana) terá capacidade para 33.333 torcedores. O número cabalístico
não tem explicação lógica, nem no site oficial do clube nem por meio de
funcionários que trabalham no local.
Mesmo assim, o palco tem aspecto de novo, até porque foi inaugurado há
pouco mais de cinco anos. Em uma das alas de arquibancadas, a imponente
estátua de um cão se apresenta como mascote do clube. O Xoloitzcuintle
(o popular Pelado Mexicano) é uma raça nativa do país e símbolo do
Tijuana.
Estádio Caliente tem capacidade para 21 mil pessoas, mas será ampliado
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