Corintianos conseguiram uma casa em Cochabamba
A ideia dada pela Embaixada do Brasil na Bolívia foi concretizada pelos
12 corintianos presos em Oruro acusados da morte do garoto Kevin
Espada, de 14 anos, em Oruro. A torcida uniformizada da qual o grupo faz
parte providenciou o aluguel de uma casa em Cochabamba, a cerca de 200
quilômetros do local onde os torcedores estão encarcerados, para que
eles tenham mais chances de responder em liberdade às acusações de
homicídio. Com a casa, configura-se a existência de residência fixa na
Bolívia.
A estratégia faz parte do plano da defesa em conseguir a liberação do
grupo nesta terça-feira, em audiência marcada para as 10h30m (horário de
Brasília), na Corte Superior de Justiça de Oruro. O advogado Miguel
Blancourt, que defende os corintianos, sabe que é quase impossível
tirá-los da Bolívia agora, mas ao menos quer melhores condições aos 12
presos até que a investigação seja concluída - o prazo mínimo é de seis
meses.
- Eles fizeram o procedimento que sugerimos e vão pagar o aluguel. Esperamos que a decisão seja justa - afirmou Blancourt.
Cochabamba foi escolhida por concentrar mais brasileiros e não ter
tanto problema com a altitude – a cidade está a 2.550m acima do nível do
mar; Oruro fica a 3.700m. A proximidade de Oruro também conta, já que,
em caso de liberdade, os 12 torcedores terão de ir periodicamente à
cidade para assinar um termo de compromisso, mostrando que não têm
intenção de fugir do país.
A liberdade provisória só deve ser decretada se os presos cumprirem
algumas exigências impostas pela Corte Superior de Justiça de Oruro. A
principal delas já foi cumprida, a locação da casa. Além disso, é
considerada aconselhável a procura por um emprego fixo.
A fiscal de investigação Abigail Saba estará presente na audiência,
mesmo depois de a defesa ter pedido seu afastamento do caso. Saba faltou
à sessão de sexta-feira por causa do Dia Internacional da Mulher, fato
que causou revolta do advogado dos corintianos. Caso ela seja afastada, o
Ministério Público terá de nomear outro promotor para conduzir a
acusação.
Enquanto o julgamento ocorre na Bolívia, torcidas uniformizadas do
Timão convocaram seus sócios a uma manifestação em frente ao Consulado
boliviano em São Paulo, na região da Avenida Paulista. Um primeiro
evento ocorreu na semana passada, mas a expectativa é de que mais
adeptos protestem desta vez. Em Oruro, funcionários da Embaixada do
Brasil diziam que uma pressão popular poderia ajudar a soltar os 12
corintianos, hoje reclusos na Penitenciária de San Pedro.
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