terça-feira, 12 de março de 2013

Por tentativa de liberdade, corintianos conseguem alugar casa na Bolívia

torcedores corinthians presos (Foto: Ricardo Taves) 
Corintianos conseguiram uma casa em Cochabamba
 
A ideia dada pela Embaixada do Brasil na Bolívia foi concretizada pelos 12 corintianos presos em Oruro acusados da morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, em Oruro. A torcida uniformizada da qual o grupo faz parte providenciou o aluguel de uma casa em Cochabamba, a cerca de 200 quilômetros do local onde os torcedores estão encarcerados, para que eles tenham mais chances de responder em liberdade às acusações de homicídio. Com a casa, configura-se a existência de residência fixa na Bolívia.

A estratégia faz parte do plano da defesa em conseguir a liberação do grupo nesta terça-feira, em audiência marcada para as 10h30m (horário de Brasília), na Corte Superior de Justiça de Oruro. O advogado Miguel Blancourt, que defende os corintianos, sabe que é quase impossível tirá-los da Bolívia agora, mas ao menos quer melhores condições aos 12 presos até que a investigação seja concluída - o prazo mínimo é de seis meses.

- Eles fizeram o procedimento que sugerimos e vão pagar o aluguel. Esperamos que a decisão seja justa - afirmou Blancourt.

Cochabamba foi escolhida por concentrar mais brasileiros e não ter tanto problema com a altitude – a cidade está a 2.550m acima do nível do mar; Oruro fica a 3.700m. A proximidade de Oruro também conta, já que, em caso de liberdade, os 12 torcedores terão de ir periodicamente à cidade para assinar um termo de compromisso, mostrando que não têm intenção de fugir do país.

A liberdade provisória só deve ser decretada se os presos cumprirem algumas exigências impostas pela Corte Superior de Justiça de Oruro. A principal delas já foi cumprida, a locação da casa. Além disso, é considerada aconselhável a procura por um emprego fixo.

A fiscal de investigação Abigail Saba estará presente na audiência, mesmo depois de a defesa ter pedido seu afastamento do caso. Saba faltou à sessão de sexta-feira por causa do Dia Internacional da Mulher, fato que causou revolta do advogado dos corintianos. Caso ela seja afastada, o Ministério Público terá de nomear outro promotor para conduzir a acusação.

Enquanto o julgamento ocorre na Bolívia, torcidas uniformizadas do Timão convocaram seus sócios a uma manifestação em frente ao Consulado boliviano em São Paulo, na região da Avenida Paulista. Um primeiro evento ocorreu na semana passada, mas a expectativa é de que mais adeptos protestem desta vez. Em Oruro, funcionários da Embaixada do Brasil diziam que uma pressão popular poderia ajudar a soltar os 12 corintianos, hoje reclusos na Penitenciária de San Pedro.

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