Contra o Millonarios, o Corinthians atuou com o Pacaembu praticamente vazio
São 16 páginas com argumentos, provas e pedidos de punição. Essa é a defesa que o Corinthians preparou
para voltar a contar com sua torcida nos jogos pela Taça Libertadores. O
clube está otimista para reverter a decisão do Comitê Disciplinar da
Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) no julgamento marcado
para esta quarta-feira, em Assunção, no Paraguai, e espera ter o
Pacaembu cheio já na próxima quarta, dia 13, contra o Tijuana.
Cartas enviadas pela Fifa e pela própria Conmebol foram utilizadas na
defesa. Depois de conquistar o Mundial de Clubes no Japão, em dezembro
do ano passado, o Corinthians foi parabenizado pelas entidades não só
pelo título, mas também pelo bom comportamento dos milhões de alvinegros
que encheram os estádios japoneses.
- Anexamos como provas todas as imagens de jogos dessa Libertadores nos
quais torcedores acenderam sinalizadores; juntamos cartas que o
Corinthians recebeu da Fifa e da Conmebol elogiando os torcedores
corintianos no Mundial; e juntamos a comprovação de quantos ingressos já
tinham sido vendidos antecipadamente para nossos jogos em casa - contou
Luiz Felipe Santoro, advogado do clube.
Estádio Caliente, palco de Tijuana x Timão nesta quarta, proíbe sinalizadores
As imagens das partidas citadas por Santoro servirão para o Corinthians
argumentar que a punição cautelar aplicada logo depois da tragédia em
Oruro foi exagerada. Para isso, o clube pedirá para receber a mesma
punição (nenhuma foi anunciada até o momento) dada a todas as equipes
cujos torcedores usaram sinalizadores. Afinal, o time paulista foi
punido "apenas" pelo uso dos artefatos por parte de sua torcida, e não
pela morte do garoto boliviano Kevin Espada, de 14 anos.
- Nossa expectativa é pela reversão da pena de jogar com portões
fechados. O Corinthians espera que seja aplicada a ele a mesma punição
dada a todos as equipes cujos torcedores acenderam sinalizadores, já que
o Corinthians não responde objetivamente pela morte do torcedor, mas
sim pela responsabilidade sem culpa de todas as infrações que seu
torcedor pode cometer - argumentou Santoro.
Temendo atrasar o resultado do julgamento e confiando em sua defesa por escrito, o clube desistiu de pedir a audiência
para apresentar verbalmente seus argumentos e também não enviou nenhum
representante à sede da Conmebol, no Paraguai. O julgamento é fechado.
No dia 21 de fevereiro, um dia depois da tragédia que matou Kevin
Espada durante a partida contra o San José, o Corinthians foi punido
pelo Comitê Disciplinar por meio de uma medida cautelar e tentou
derrubá-la, sem sucesso. Por isso, encarou - e venceu - o Millonarios
sem sua torcida no Pacaembu (apenas quatro pessoas entraram com
liminares obtidas na Justiça).
Nesta quarta, o mesmo Comitê avaliará todo o caso. O clube espera atuar
novamente diante de sua torcida já contra o Tijuana, no dia 13. Isso
acontecerá se o clube for absolvido ou punido por, no máximo, um jogo
(já cumprido diante do Millonarios).
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