Fabio Santos, do Corinthians, vive melhor fase
Fábio Santos chegou a relutar a jogar pelo Corinthians. Trocar os dois anos de titular do Grêmio para ser reserva imediato de Roberto Carlos seria a melhor opção para a carreira? Quase dez meses e 37 jogos depois, a reposta não carrega nenhuma dúvida. Titular absoluto e peça importante no esquema tático do técnico Tite, o lateral-esquerdo curte a boa fase e acredita que, enfim, a carreira começou a deslanchar aos 26 anos.
O início, porém, não foi nada agradável. Logo no primeiro desafio da temporada, fracasso. Um dos líderes do elenco, Roberto Carlos teve problemas musculares e foi barrado por Tite na véspera da partida contra o Tolima-COL, em Ibagué, pela fase prévia da Taça Libertadores. Fábio Santos assumiu a vaga, mas não conseguiu evitar o vexame alvinegro. Na volta a São Paulo, com os seguidos protestos da torcida e pela milionária proposta do Anzhi-RUS, o pentacampeão decidiu ir embora, abrindo vaga para o “concorrente” se firmar.
- Pensei muito antes de vir para cá porque não queria perder essa sequência de jogos sendo reserva do Roberto Carlos. Eu vinha de dois bons anos no Grêmio. O começo do ano foi ruim, mas, se não fosse aquilo (eliminação), o Roberto não teria saído e eu não conseguiria essa sequência. Saímos da Libertadores, mas o ano foi muito bom para mim. Estou muito feliz. Rio e São Paulo são centros que você aparece para o mundo. Nesse primeiro ano, já consegui dar uma resposta positiva – afirmou.
Peguei um momento muito ruim no São Paulo. Eu era muito novo, assumi uma responsabilidade com 18 anos por uma queda na Libertadores"
Fábio Santos
Fábio Santos acredita que a virada na carreira começou em 2009, quando chegou ao Grêmio, ainda cercado de muita desconfiança. Sob o comando de Celso Roth, o jogador passou a atuar mais frequentemente, ficou livre de lesões e se firmou como dono da posição. Antes, sofreu com problemas físicos e atuações irregulares por vários clubes, como Kashima Antlers-JAP, Cruzeiro, Monaco-FRA e Santos.
- Foi no Grêmio que voltei para o cenário do futebol, com Celso Roth me dando oportunidade. Coloquei na minha cabeça que queria disputar campeonatos, ganhar títulos, ter respeito. Era a hora da retomada – ressaltou.
O destaque de hoje tenta apagar o período de maior dificuldade do defensor. Formado nas categorias de base do São Paulo e apontado como uma grande promessa, Fábio Santos nunca teve espaço no Morumbi. O jogador garante que não guarda mágoa do clube e de seus dirigentes, mas admite que a carreira poderia ter decolado anteriormente se tivesse saído mais rápido do Tricolor.
- É difícil explicar. Eu tinha um contrato muito longo com o São Paulo e demorei a sair. Passou o momento e perdi a linha da minha carreira. Quando fui para o Mundial sub-20 em 2005 era o momento de ir para fora. Tive propostas do Ajax-HOL e do CSKA-RUS, mas o São Paulo não me liberou. É até pecado falar, mas eu não estava mais feliz. Eu não conseguia render porque sabia que não teria oportunidades. Sabia que estava perdendo tempo. Em 2006, implorei para o Juvenal para ser liberado ou então tinha ficado na reserva do Júnior até 2009. Depois, só fiz contratos curtos de empréstimo e não tive sequência. Foi um tempo perdido.
Fábio Santos, aliás, ainda carrega nos ombros o peso de ter sido responsabilizado pela eliminação do São Paulo nas semifinais da Taça Libertadores de 2004. O jogador entrou na parte final da partida e foi driblado no lance que resultou no segundo gol do Once Caldas, na Colômbia, na derrota por 2 a 1.
- Peguei um momento muito ruim no São Paulo. Eu era muito novo, assumi uma responsabilidade com 18 anos por uma queda na Libertadores. De repente, pode ter faltado proteção do clube, eu saber lidar com essa situação. Eu era novo, era mais fácil jogar a responsabilidade em alguém assim. Dentro do grupo, todo mundo sabia que eu era o menos culpado. Por isso, faltou essa proteção, não tive carinho de ninguém no momento que mais precisei. Isso abalou minha relação, fiquei chateado no clube e me atrapalhou bastante.
- Peguei um momento muito ruim no São Paulo. Eu era muito novo, assumi uma responsabilidade com 18 anos por uma queda na Libertadores. De repente, pode ter faltado proteção do clube, eu saber lidar com essa situação. Eu era novo, era mais fácil jogar a responsabilidade em alguém assim. Dentro do grupo, todo mundo sabia que eu era o menos culpado. Por isso, faltou essa proteção, não tive carinho de ninguém no momento que mais precisei. Isso abalou minha relação, fiquei chateado no clube e me atrapalhou bastante.
Em alta no Corinthians, Fábio Santos quer aproveitar o grande momento para deslanchar ainda mais. No pensamento, títulos e, quem sabe, até uma chance na Seleção Brasileira.
- Estou com 26 anos, dá tempo de recuperar. Dizem que o auge do jogador é com 27 ou 28 anos. Então, que daqui para frente eu só tenha coisas boas. O que vai me dar isso é jogar em times grandes, brigar por títulos – finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário