Após retornar ao Botafogo, Doni é homenageado
O sonho do goleiro Doni, de retornar aos gramados em 2014, defendendo o
Botafogo-SP no Campeonato Paulista, clube que o revelou em 2001, chegou
ao fim. O jogador, que coleciona passagens por seleção brasileira,
Corinthians, Santos, Cruzeiro, Roma, Liverpool,
entre outros, anunciou que não voltará a jogar profissionalmente,
conforme desejara ao assinar contrato com o time de Ribeirão Preto, em
janeiro deste ano.
O agora ex-jogador, que voltou ao Brasil para tratar os problemas
cardíacos diagnosticados durante uma bateria de testes realizada na
Inglaterra, lamentou o desfecho de sua carreira sem realizar uma das
vontades de seu filho, que era de vê-lo em campo.
- Deus não quer que eu jogue mais futebol. Deixar o futebol entristece,
sobretudo porque meu filhos Nicholas sempre quis me ver em campo -
declarou o jogador à Agência Estado.
Apesar de encerrar a carreira, o goleiro pretende fazer um jogo de
despedida, pelo Botafogo, no estádio Santa Cruz. Dentre os títulos
conquistados por Doni, está o de campeão da Copa América de 2007 com a
seleção brasileira. Na oportunidade, o goleiro foi um destaques daquele
time ao defender cobranças de pênalti contra o Uruguai nas semifinais.
Doni pega pênalti batido por Lugano e ajuda Brasil a conquistar Copa América
Problema diagnosticado
Em julho de 2012, logo depois das férias, Doni chegou para a
reapresentação do Liverpool dois dias antes do elenco. Durante um dos
testes, o susto, explicado pelo próprio jogador.
- Estava em um dos exames e tive uma parada cardiorrespiratória. Fiquei
25 segundos desacordado e quase fui para "o outro lado". A partir daí,
fui para Londres, fiz vários exames e constataram que eu não fiquei com
nenhuma sequela. Depois me mandaram de volta para Roma, onde tem um dos
melhores médicos da Europa, que cuidou de mim nos seis anos. Depois de
outros exames, os médicos pediram para eu ficar mais alguns meses
parados - comentou Doni, que não recebeu uma boa notícia de seu médico.
Doni revela drama: 'é um momento que você pensa e repensa'
- Ele disse o seguinte para mim: "eu não posso te proibir de jogar
futebol, mas não vou assinar uma liberação para você jogar. Eu te
aconselho a não jogar mais". E nisso, ele falou que, com o tempo, eu
posso voltar a praticar profissionalmente - declarou o jogador.
Passado o susto, Doni diz que não se sente mal em falar sobre o
problema que teve, mas precisa respirar fundo antes de contar tudo o que
ele viveu.
- Fiquei mal durante três meses, com dificuldades para dormir. Quem
passou por isso sabe que é uma sensação horrível. Quando você volta,
parece que ficou cem anos dormindo. Foi um período que me afetou
psicologicamente, mas depois de uns meses passou, e agora está tudo
normal - comentou o goleiro, que passou a ver a vida de outra maneira.
- É complicado falar. É um momento que você para e pensa. Acaba
valorizando mais a vida, a família, os filhos, quer ficar perto dos
parentes. Morar fora do país não é fácil, tem muito sofrimento para os
familiares - finalizou.
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