O Corinthians vem sofrendo com a instabilidade do seu ataque, segundo
pior do ataque do Campeonato Brasileiro, desde o início da competição
nacional, no fim de maio. Em período de transição, com a chegada do
técnico Paulo Autuori, o São Paulo expõe a cada jogo mais falhas
defensivas. Nesta quarta-feira, o Timão e o Tricolor se enfrentam no
estádio do Pacaembu pela redenção dos seus problemas e pelo título da
Recopa Sul-Americana. Oportunidade única de recomeço para ambos.
A situação alvinegra é mais cômoda. Além de contar com a vantagem do
empate para levantar a inédita taça continental – já que venceu o jogo
de ida, no Morumbi, por 2 a 1 –, a equipe vive clima de paz com a
torcida. Após ter vivido uma das temporadas mais vitoriosas de sua
história no ano passado, o Timão ainda conquistou o Paulistão de 2013 e
ganhou apoio da Fiel quando foi eliminado da Taça Libertadores da
América pelo Boca Juniors, em uma partida marcada pelos erros da
arbitragem.
Ataque do Timão não vive grande fase nesta temporada
O São Paulo se encontra em momento delicado. Derrotado por quatro vezes
consecutivas no Morumbi, o Tricolor acumula a pior série de tropeços da
história em seu estádio. No último domingo, na reestreia de Autuori,
novamente o retrato de uma defesa bagunçada: a equipe saiu na frente,
sofreu a virada e, mesmo após buscar o empate, tomou o terceiro gol. O
novo comandante não poupou críticas e ressaltou a necessidade
emergencial de correção.
– Isso é uma coisa que precisamos arrumar a curto prazo – resumiu.
O desentrosamento e a insegurança do São Paulo incomodaram muito a
torcida, que, da arquibancada visitante do Barradão, gritou “É
quarta-feira!”, para denotar a importância da decisão contra o
Corinthians. Na visão de Paulo Autuori, o problema do Tricolor não é
exclusivamente da defesa, mas de recomposição e marcação do time como um
todo. Em oito jogos no Campeonato Brasileiro, foram dez gols sofridos. A
postura do elenco é de união para superar o momento difícil.
– Não vejo que é culpa só da defesa. Somos 11 jogadores em campo. É um
conjunto, que precisa ser trabalhado para isso não acontecer – avaliou o
volante Denílson.
No jogo de ida da Recopa, os dois gols da vitória do Timão saíram em
falhas defensivas do rival. No primeiro, Romarinho escapou em total
liberdade pela direita, se livrou da marcação de Juan com facilidade e
cruzou para o meio da área. Paolo Guerrero chegou à frente de Rafael
Toloi, pegou o rebote de uma dividida entre Sheik e Douglas, e chutou à
queima-roupa para balançar a rede. No segundo, Renato Augusto recebeu
lançamento longo de Fábio Santos e pegou a defesa adversária
desarrumada, tocando por cobertura sobre Rogério Ceni.
Paulo Autuori quer correção imediata dos erros de defesa são-paulinos
A fase do ataque do Corinthians está longe de ser das melhores. Em 39
jogos disputados em 2013, o Corinthians marcou 56 gols – média de
aproximadamente 1,43 por partida. Na derrota por 1 a 0 para os reservas
do Atlético-MG, no último domingo, o Timão abusou dos gols perdidos com
Guerrero, Romarinho e Alexandre Pato na composição do setor ofensivo.
Diante do Tricolor, a tendência é que Emerson Sheik retome sua vaga
entre os titulares.
Antes de marcar no primeiro jogo contra o São Paulo, Guerrero acumulava
uma série de oito partidas sem gols. Pato, autor dos dois na vitória
por 2 a 0 sobre o Bahia, estava há dez jogos "na seca". Ainda assim, com
a quebra de jejuns de dois dos seus principais componentes, o ataque
parece não ter desencantado nesse ano.
– Futebol depende de todo mundo. Quando o time não faz os gols, a culpa
sempre cai no ataque. Estamos perdendo muitos gols nos últimos jogos.
Estamos criando muito e fazendo pouco, mas é fase – avaliou o meia
Danilo.
O São Paulo tenta quebrar uma série amplamente negativa contra o
Corinthians em 2013 nesta quarta-feira. Nas três vezes em que enfrentou o
rival neste ano, o Tricolor levou a pior: perdeu por 2 a 1 pela
primeira fase do Paulistão, nos pênaltis após empate sem gols pela
semifinal do estadual e por 2 a 1 novamente no jogo de ida da Recopa.
Por outro lado, nas duas últimas vezes em que os rivais se encontraram
no Pacaembu, o São Paulo saiu vitorioso: vitórias por 2 a 1 e 3 a 1,
ambas pelo Brasileiro do ano passado – sendo a segunda com mando
tricolor, já que o Morumbi sediava outro evento à época.
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