O zagueiro Cleber, em treino do Corinthians
“Mais um louco para o bando”. É assim que o zagueiro Cléber, confirmado
como reforço no Corinthians na última segunda-feira, se define. Após
assinar contrato até dezembro de 2017 com o clube do Parque São Jorge, o
jogador se mostrou à vontade e ambientado no Timão. Aliviado com o fim
da novela que envolveu sua negociação, o defensor espera mostrar serviço
em breve ao técnico Tite.
O negócio quase melou quando a diretoria corintiana descobriu o
envolvimento do empresário Renato Duprat em um fundo de investidores que
participaria da negociação. Duprat é ex-agente da MSI, grupo que
controlou o Timão na metade da década passada, e pessoa vista com muitas
restrições pela diretoria corintiana. O empresário responde a acusações
de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O clube vetou sua
participação no negócio, e a entrada da DIS foi decisiva para a
transferência dar certo.
– Chegou mais um para o bando. E bem louco, viu? Tô loucão mesmo.
Espero contribuir muito com o clube e fazer história no Corinthians.
Passa muita coisa na cabeça ao vir para um time como esse, com o elenco
maravilhoso. Não tenho o que falar. Estou feliz demais – afirmou, em
entrevista à Rádio Globo.
Cléber admitiu que estava angustiado com o desenrolar da negociação.
Após despertar interesse da diretoria corintiana durante o Campeonato
Paulista – que disputou pela Ponte Preta, como capitão da equipe – o
jogador assistiu com medo aos contatos entre o Timão, que adquiriu 20%
dos direitos econômicos do atleta, o time de Campinas e o DIS, grupo
investidor que dividiu o restante do valor com o próprio jogador e seu
representante.
Embora ainda não tenha aparecido no Boletim Informativo Diário (BID) da
CBF, Cléber assegurou que já está pronto para entrar em campo e estrear
pelo Corinthians. Bem humorado, alertou o técnico Tite que só precisa
de alguns treinos com bola para retomar o ritmo de jogo e, enfim, sentir
o gosto de atuar pelo novo clube.
– Ôpa, já estou aí, hein, professor! Estou legal, treinando com a
comissão, ficando a ponto de bala já. Agora preciso trabalhar com bola
para ganhar entrosamento de novo – completou.
Quando deixou a Ponte Preta, Cléber foi chamado de "ingrato" pelo
gerente de futebol do clube, Marcus Vinícius. O principal conflito entre
o jogador e a Macaca ocorreu quando o Basel, da Suíça, fez uma proposta
de R$ 9,73 milhões para contratá-lo. Enquanto a diretoria aceitou
negociar o zagueiro, ele próprio rechaçou, dizendo que preferiria
permanecer no Brasil. Sem peso na consciência, Cléber agradeceu à
torcida campineira.
– Minha saída foi ruim, não foi do jeito que eu queria, nem do jeito
que eles (Ponte) queriam. Muitos me julgaram, me xingaram, falaram que
sou mercenário. Se fosse, eu iria para o Basel. Agradeço muito à torcida
da Ponte Preta. Não tenho mágoa, e só tenho que falar bem , mas agora
minha vida é no Corinthians. Se eu não fizer nada aqui, vou passar em
branco – argumentou.
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