Raul Corrêa da Silva, diretor de finanças do Timão, vê prejuízo como normal
O Corinthians terminou o primeiro semestre de 2013 com déficit
financeiro. Mesmo com os títulos do Campeonato Paulista e da Recopa
Sul-Americana, o clube registrou aproximadamente R$ 2 milhões negativos
ao seu balanço - ou seja, gastou mais do que arrecadou.
A dívida do clube aumentou 74% nos últimos seis anos. Dos R$ 101,5
milhões de rombo em 2007, hoje o Timão trabalha com mais de R$ 177
milhões em dívidas. Raul Corrêa da Silva, diretor de finanças alvinegro,
explicou por que a preocupação do clube ainda não se voltou ao
pagamento dos débitos: para iniciar o trabalho de redução, era
necessário criar uma estrutura que permitisse estabilizar a instituição
financeiramente - incluindo a construção do CT Joaquim Grava e a
formação de um elenco forte.
O problema com o patrocínio master da Caixa foi um dos principais
entraves financeiros do Corinthians no primeiro semestre. O advogado
gaúcho Antonio Beiriz moveu uma ação, tentando anular o recebimento do
dinheiro, pelo fato de o banco ser um órgão estatal. O acordo fechado entre as partes é de R$ 31 milhões anuais. Assim, o clube deixou de receber aproximadamente R$ 7,5 milhões desde que Beiriz requisitou o bloqueio dos recursos.
– Isso é normal. Não existem sustos. No ano passado tivemos um primeiro
semestre com sete milhões de dívidas, e nesse ano caiu para dois. Da
mesma maneira que nossas receitas totais na metade inicial de 2012 foram
de R$ 156 milhões e nesse ano subiram para R$ 181 milhões – explicou o
diretor.
Hoje, com um elenco fechado, sem a necessidade de maiores injeções de
dinheiro no departamento de futebol, o clube pode trabalhar de maneira
estável, segundo Raul Corrêa. O fim da construção da Arena Corinthians,
que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014, é visto pelo
departamento financeiro como a “cereja do bolo” - sem gastos de aluguel e
afins, o Timão poderá iniciar o pagamento da dívida.
– Com a estrutura que temos agora, não precisamos investir tanto e será
possível reduzir o endividamento. No momento em que o estádio estiver
pronto, a folga para resolver o que aconteceu no passado será maior
ainda.
Ao contrário do que ocorreu no ano passado, o Corinthians atualmente
não conta com patrocínios nas omoplatas e no calção. Contra o Santos, na
final do Paulistão, o clube fechou um contrato pontual com o Banco Pan.
Atualmente, são três marcas na camisa alvinegra: Caixa, Fisk (nas
mangas) e Tim (nas costas, dentro dos números).
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