A conquista do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians foi incontestável. Afinal, o Timão foi líder em 27 das 38 rodadas até aqui. Só que diferentemente de outros anos, o Timão não teve nenhum jogador que se destacou e tornou-se o símbolo do título. Dessa vez, o protagonista máximo esteve nas arquibancadas: a Fiel.
É verdade que essa relação começou turbulenta no início da temporada. Depois de precoce eliminação do Timão na Libertadores da América (perdeu para o desconhecido Tolima, da Colômbia, na primeira fase do torneio), a torcida se revoltou e ficou em litígio com os jogadores.
Após queda na Libertadores, torcida picha muros e protesta
A revolta da Fiel não ficou apenas nos gritos de cobrança. Foi pior. Se expandiu para as pichações em muros, apedrejamentos em carros de atletas, invasão do Centro de Treinamento e confronto com a Polícia Militar. Foram dias de tensão na porta do CT Joaquim Grava. A confiança só voltou com o vice-campeonato paulista.
Depois da derrota para o Santos, é claro, houve alguma cobrança, mas menor em relação à do começo do ano. Apesar de chateada com o segundo lugar no estadual, a torcida corintiana reconheceu que o time lutou. Era o primeiro passo para a reconciliação em grande estilo no Campeonato Brasileiro.
A arrancada de dez jogos sem perder no início do Brasileiro empolgou a Fiel, que lotou a maioria das partidas no Pacaembu. Na sequência, o Timão viveu altos e baixos e sofreu com vaias e cobranças. Mas elas também serviram para acordar. Em muitos duelos, a força vinda da arquibancada acordou o Timão.
Foi assim, por exemplo, na antepenúltima rodada do campeonato, quanto o Corinthians venceu o Atlético-MG, por 2 a 1, de virada. Depois de ficar em desvantagem, o Timão viu sua torcida empurrar o time até a vitória, com gols de Liedson e Adriano. O clima de final tomou conta do Pacaembu naquele dia.
Os números apontam a Fiel como a mais devota das torcidas deste Campeonato Brasileiro. Nenhum outro torcedor foi tanto ao estádio quanto o corintiano. Em 19 jogos, o público total foi de 564.285, média de 29,6 mil por partida. A arrecadação total nesses jogos foi de R$ 19.379.554,50. Na última partida da competição, no empate sem gols com o Palmeiras, o público pagante no Pacaembu foi de 37.708 torcedores. E todos deixaram o estádio gritando "É campeão"!
Pai e filho presente no Orlando Scarpelli, na rodada passada
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