A lista que o técnico Tite enviou à Fifa, com os jogadores que
representariam o Corinthians no Mundial, tinha um asterisco. O volante
Guilherme, por ter chegado ao clube após a janela de transferências,
poderia ser vetado para a disputa do torneio no Japão. A possibilidade
se confirmou, e Willian Arão foi escolhido como substituto. Feliz pela
própria oportunidade, mas triste pelo amigo, o jovem jogador revelou a
conversa que teve com Guilherme.
– Assim que vi que ele não poderia ir, mandei uma mensagem quando ele
publicou (no Twitter). É claro que o Guilherme ficou triste, porque é um
profissional. Ele é um colega de trabalho, e eu me coloco do outro
lado. Mas fico feliz por mim também, tenho de olhar para mim mesmo às
vezes – explicou Willian Arão.
Guilherme (à esq.) e Willian Arão, no vestiário do Pacaembu
Ao descobrir quem seria seu substituto, Guilherme tratou rapidamente de
“encher a bola” de Willian Arão, estimulando-o desde já para o novo
desafio.
– Ele me deu aquela incentivada. Falou: “Vai lá, moleque!”. É gente boa demais.
Na Libertadores da América, Arão também entrou como “componente de
última hora”. Na fase semifinal, ele foi inscrito com o atacante
Romarinho nas vagas do zagueiro Paulo André e do volante Edenílson, que
se machucaram ao longo da campanha. A vontade é de se tornar novamente o
“amuleto” de uma conquista, desta vez do outro lado do mundo.
Revelado pelas categorias de base do São Paulo, o volante se disse
satisfeito no clube do Parque São Jorge, a quem tratou como “o maior do
Brasil”. Ao ouvir da boca do gerente de futebol, Edu Gaspar, que
viajaria ao Japão com o restante do elenco, Willian Arão disse ter
ficado sorrindo durante o dia todo. Durante a entrevista, não foi
diferente: semblante tranquilo e alegre, endurecido somente ao falar dos
desafios alvinegros no Mundial.
Willian Arão, durante treino do Corinthians no CT
– Espero dar muita sorte de novo, para que o Corinthians consiga o
título. Fiquei sabendo da notícia aqui no CT mesmo. O Edu me chamou na
sala dele e eu saí com um sorriso de orelha a orelha. Agora é comemorar e
trabalhar – completou.
Os momentos de alegria e a expectativa vivida por representar o Timão
no torneio são expostos, independentemente da condição de reserva na
posição onde Ralf e Paulinho são absolutos.
Conviver com um plantel tão vitorioso já é, na opinião de Willian Arão, um privilégio.
– Eu lembro de toda a minha história de vida e de profissional. Agora
estou no meio de monstros, como Alessandro, Danilo, Chicão, Wallace, e
tantos outros... É só aprender e tirar o melhor de tudo isso.
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