quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Com pênalti no fim, Ponte 'estraga' o retorno do Corinthians ao Pacaembu

  • lance capital
    43 do 2º tempo
    Felipe se enrola com Cicinho dentro da área, e o árbitro Luiz Vanderlei Martinucho marca pênalti. William bate no meio do gol, sem chances para Danilo, e decreta a vitória da Macaca.

  • surpresa
    Público
    Em uma tarde chuvosa de quarta-feira, mais de 17 mil corintianos foram receber o time campeão do mundo no primeiro jogo em casa após a conquista. Os reservas, porém, não corresponderam.

  • deu certo
    Marcação
    A Macaca não foi muito ao ataque, mas soube marcar bem as principais armas do Timão. Romarinho, Guilherme e Giovanni praticamente não apareceram, e Zizao teve atuação apagada.
O retorno do clube campeão do mundo à sua casa foi amargo e com derrota. Melhor para a Ponte Preta, algoz do Corinthians no Campeonato Paulista do ano passado e responsável por carimbar a faixa do atual vencedor do Mundial de Clubes da Fifa. Com um gol de pênalti de William, aos 43 do segundo tempo, a Macaca fez 1 a 0 no Pacaembu e ofuscou a festa realizada pela torcida - principalmente para Zizao, substituído no segundo tempo.

A penalidade de Felipe em Cicinho, marcada pelo árbitro Luiz Vanderlei Martinucho, foi motivo de reclamação intensa dos corintianos. De qualquer forma, o resultado leva a Ponte aos quatro pontos na tabela do Paulistão, enquanto o Corinthians permanece com um. O jogo teve mais de 17 mil pagantes, mesmo às 17h de uma quarta-feira.

Até o pênalti, Zizao era a única atração em campo. Mas nem o chinês jogou tão bem. Ele entrou cercado de expectativas após as pedaladas e a assistência para o gol de Giovanni no empate com o Paulista, na primeira rodada do estadual. Nervoso, ele teve duas chances para marcar, mas hesitou na hora do chute.

A equipe treinada por Guto Ferreira parecia desinteressada, e nem o fato de o rival ter o time inteiro reserva em campo fez a Ponte se arriscar – principalmente na segunda etapa. Mesmo assim, conseguiu a vitória nos minutos finais.

O Timão volta a campo no próximo domingo, às 17h (horário de Brasília), contra o Mirassol, fora de casa. No sábado, a Ponte Preta tem o clássico regional contra o Guarani, às 19h30m, no Brinco de Ouro.

Zizao fica no quase

O reencontro do Corinthians com o Pacaembu após o título mundial não teve casa cheia por causa do horário do jogo - às 17h de uma quarta-feira. Mas a torcida compareceu em número bem razoável, e o duelo atraiu muitas crianças em férias escolares. A maioria delas estava lá para gritar o nome de Zizao, atleta mais festejado na escalação e também na entrada em campo, quando foi cercado por dezenas de garotos que fizeram o baixinho chinês parecer mais um dos fãs.
Romarinho Corinthians x Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Romarinho tenta passar pela marcação. Timão teve tarde apagada 
 
Em campo, o atacante fez por merecer o carinho da torcida no Pacaembu. Se não havia o oportunismo de Guerrero, os dribles de Sheik ou a frieza de Danilo, as pedaladas que marcaram os dois primeiros jogos de Zizao voltaram a aparecer. Mas só uma vez, em tentativa de jogada pela esquerda. Depois, ele levou o troco de Cicinho, da Ponte: o habilidoso volante deu uma carretilha em cima do chinês, respondendo na bola ao drible levado anteriormente.

O jogo ficou agradável porque a Ponte se abriu e buscou o jogo. O melhor caminho era o lado esquerdo do ataque, já que Edenílson não marcava bem e deixava a ala direita corintiana desprotegida. Por ali estava Chiquinho, ex-Corinthians, que teve poucas chances em 2012. O jogador da Macaca tentou provar seu valor com algumas jogadas de efeito e até uma caneta no estreante zagueiro Gil.

No entanto, quando a Ponte mais precisou de Chiquinho, ele falhou. Na melhor chance do primeiro tempo, aos 30 minutos, o meia deixou transparecer o nervosismo ao ficar sozinho na frente do goleiro Danilo Fernandes. Entre as inúmeras opções que tinha para fazer o gol, ele resolveu tentar o drible para o lado esquerdo, mas perdeu o ângulo e possibilitou a recomposição da marcação corintiana.

Do outro lado, Tite tentou confundir a defesa da Ponte ao inverter o homem de referência na área. Até Zizao apareceu por lá e quase abriu o placar, após lançamento de Welder: a finalização saiu sem força. No fim do primeiro tempo, outro lançamento perfeito e outra arrancada de Zizao, mas sem sucesso. Após o apito final para o intervalo, o chinês foi questionado: fez um bom jogo?

- Sim - respondeu em português.

Chinês sai, e jogo ‘acaba’

Zizao disse recentemente que queria fazer um gol para dedicar à mãe, que está morando com ele no Brasil. Sob os olhares dela, nas numeradas do Pacaembu, o chinês até continuou tentando no segundo tempo, mas foi tomado pelo nervosismo e pelo receio de errar. A gota d’água foi o cartão amarelo que levou após uma entrada forte em Artur.

Antes disso, porém, ele se viu diante do gol em uma grande oportunidade. Aos 14 minutos, o zagueiro Cléber desviou um cruzamento contra o próprio travessão, e a bola se apresentou limpa para Zizao, a poucos passos da pequena área e com gol vazio. A torcida, mais uma vez, se levantou. No entanto, o chinês optou por tocar para o lado e viu a zaga afastar o perigo.

Em um jogo fraco tecnicamente, só mesmo o chinês animava a torcida, mesmo sem uma atuação tão destacada quanto a da estreia contra o Paulista. O esforço em campo foi recompensado aos 25, quando foi substituído por Léo. Aplausos de todos os lados: das arquibancadas, da mãe, dos companheiros de time e do técnico Tite, que o saudou com um aperto de mão e um tapinha na cabeça.

Com uma equipe um pouco mais técnica, a Ponte preferiu se preservar e não atacou a ponto de ameaçar o gol de Danilo Fernandes. Sem Zizao em campo, os minutos finais foram de pura monotonia. Até que, aos 43, o árbitro marcou pênalti numa chegada de Felipe em Cicinho. O lance foi duvidoso e gerou reclamação dos corintianos. William não quis saber: bateu com firmeza, sem chances para Danilo. Algoz do Timão no Paulista de 2012, a Ponte deixou mais amargo o retorno do campeão mundial ao Pacaembu.

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