Danilo
é discreto, não tem tatuagens, não faz dancinhas nas comemorações,
nunca esteve e nem estará nas listas de melhor jogador do mundo, mas
neste domingo alcançou um feito inédito no futebol. Com a vitória do
Corinthians sobre o Chelsea por 1 a 0, ele conquistou seu segundo título
mundial como titular por um clube diferente. Em 2005, era o camisa 10
do São Paulo que bateu o Liverpool. Ninguém mais conseguiu isso desde
que a competição passou a ser disputada no atual formato, em 2005.
Danilo admite que a tarefa do Tricolor foi mais difícil.
- O importante é quando você ganha independentemente de qual time
defenda. Foram dois jogos muito difíceis na época, o Liverpool era um
adversário complicado, e sofremos muito naquele jogo. Hoje não, nossa
equipe venceu e mereceu isso - comparou.

Danilo em ação contra o Chelsea
Justiça seja feita, o lateral-esquerdo Fábio Santos
também estava naquele time do rival tricolor, mas não entrou em campo
em nenhuma das duas partidas. Bem diferente de agora, em que é titular
do Timão desde o ano passado.
- Nem dá para explicar, excelente demais, bem bacana, é a realização de
um sonho estar no Japão de novo, e agora como titular - comemorou Fábio
Santos.
Titular, campeão com duas camisas diferentes, só Danilo. Jogador que
chegou ao clube no início de 2010, para o centenário, cercado de
desconfiança, mas mesmo com seu jeito não tão vibrante como gosta a
torcida, conquistou a todos os corintianos.
- É o jeito de cada um, não só no campo, na vida sou assim, com
família, filhos. Meus problemas eu resolvo com tranquilidade. O jeito de
alguém não se muda, ainda mais dentro de campo - resumiu Danilo,
explicando o próprio comportamento.

Danilo ajuda até a defesa contra o Al Ahly
Rafa Benítez, técnico do Chelsea, deve ter sentido calafrios quando viu
Danilo em campo. Afinal, era ele também o comandante do Liverpool em
2005. Naquela ocasião, o meia não brilhou, mas foi importante na
estratégia de marcação do time brasileiro. Dedicação que se repetiu
dessa vez. Já na semifinal contra os egípcios do Al Ahly, ele foi visto
na área defensiva, desarmando. Um papel valorizado sempre por Tite e
pela torcida.
Os passaportes da equipe inteira para o Japão também foram garantidos
pela presença de Danilo, que marcou quatro gols na Libertadores. O mais
importante deles na semifinal contra o Santos, no empate por 1 a 1 que
garantiu a passagem para a decisão diante do Boca Juniors.
Experiente, aos 33 anos, Danilo atinge um feito que outros jogadores se
aproximaram, mas não conseguiram. Caso, por exemplo, do volante Thiago
Motta. Campeão em 2010 pelo Internazionale (também sob o comando de Rafa
Benítez), ele foi derrotado em 2006, quando defendia o Barcelona, e foi
surpreendido pelo gol de Adriano Gabiru que deu o título ao
Internacional.
Outro que poderia reivindicar um lugar na lista é o goleiro Dida. Ele
era titular do Timão campeão em 2000, mas houve um espaço de cinco anos
até que o campeonato fosse repetido, com regras e critérios de
participantes diferentes. Em 2007, era um dos líderes do Milan, que
derrotou o Boca Juniors na final no Japão.
Na equipe de Tite, Danilo assumiu papel importante no setor ofensivo em
razão de sua versatilidade. Na linha de três meias, atrás do
centroavante, ele já desempenhou as três funções: pelos dois lados e
centralizado. Até mesmo como homem de referência na frente ele foi
utilizado, em razão do bom aproveitamento na bola aérea, mas não foi tão
bem.
Líder, embora não seja dos que mais falam, Danilo foi um dos mais
requisitados no rodízio da faixa de capitão promovido pelo comandante.
Usou, por exemplo, na primeira partida da final contra o Boca Juniors,
na Argentina. Na grande decisão do Pacaembu, a honra ficou com o
lateral-direito Alessandro, que também levantou a taça do Mundial
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