Emerson Sheik comemora um dos gols do Timão na decisão contra o Boca Juniors
A estrela de Emerson
brilha reluzente em preto e branco. Marrento, até certo ponto falastrão
e decisivo nos momentos que o time de guerreiros do Corinthians mais
precisou de um toque de qualidade, Sheik entrou nesta quarta-feira para a
história alvinegra e de lá nunca mais sairá. Dos pés dele saíram os
dois gols que, enfim, deram ao Timão o inédito título da Taça
Libertadores e acabaram com a angústia de mais de 30 milhões de fieis.
Na comemoração, lembrou sua trajetória e não poupou de críticas o
Fluminense, clube que o dispensou no ano passado.
- Um ano atrás me acusaram de coisas absurdas. Erraram comigo, e hoje sou campeão da Libertadores - disse Sheik.
Foram 45 minutos que transformaram o baixinho carioca de Nova Iguaçu em
um novo gênio do Parque São Jorge. Sobrou habilidade. Primeiro, teve o
oportunismo de um centroavante para receber belo passo de calcanhar de
Danilo e chutar no canto direito do goleiro. No segundo, disparou como
um raio pelo campo adversário e, com um toque sutil, mandou para as
redes novamente.
Na comemoração, Sheik correu pelo gramado como num contra-ataque.
Agarrado, abraçado e beijado pelos companheiros, só não caiu nos braços
da Fiel graças ao alambrado que separa o campo do banco de loucos em
êxtase.
Os dois gols também fizeram de Emerson o artilheiro isolado do Timão na
competição. Foram cinco gols marcados, três deles nas últimas quatro
partidas. Antes, já havia feito uma obra de arte na Vila Belmiro,
abrindo o caminho para o Corinthians eliminar o atual campeão Santos das
estrelas Neymar e Paulo Henrique Ganso. Era o ano de Sheik.
Emerson comemora gol do Corinthians contra o Boca
Revelado pelo São Paulo e por muitos anos no Japão e no Oriente Médio,
Sheik tem brilhado intensamente no Brasil nos últimos anos. Nas últimas
três temporadas conquistou nada menos que três títulos brasileiros. Em
2010, foi dele também o gol que deu o título ao Fluminense na rodada
final, diante do Guarani, no Engenhão.
A chegada dele ao Corinthians, aliás, aconteceu quase por acaso. O
Timão tinha negociações avançadas com Gilberto, do Santa Cruz, mas de
última hora o Internacional cobriu a oferta e o contratou. Necessitando
de um novo atacante, os paulistas viram em Emerson a chance de reforçar o
elenco com um atleta experiente e, de quebra, decisivo nos momentos
mais importantes.
O destino também quis que Sheik entrasse para o bando. Em uma viagem do
Fluminense, o jogador teria cantado uma música alusiva ao Flamengo no
ônibus da delegação tricolor, desencadeando uma crise que resultou na
rescisão de seu contrato. O caminho estava quase trilhado para defender o
Vasco, mas, por uma pequena diferença salarial, ele optou por se juntar
ao Timão.
- Gosto dessas partidas. A galera que acompanhou a história sabe o
quanto era importante. Não vou chorar. Estou alegre - declarou o
jogador.
Champagne com nome escrito em cristais
Bom de papo e dono de gostos refinados, Emerson tem em casa uma garrafa
de champagne com o nome dele escrito com cristais. A promessa era de
abri-la com o título da Libertadores. Com dois gols marcados na grande
final, a festa não tem hora para acabar. Merecidamente.
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