O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, iniciou a manhã desta
quarta-feira decisiva com um longo desabafo. Em entrevista coletiva
concedida durante um evento oficial da Conmebol, o mandatário alvinegro
disparou contra a pressão - na visão do dirigente, criada pela mídia -
pelo título inédito da Taça Libertadores da América e rechaçou a ideia
de que o Timão esteja "na fila" desde 1977, quando participou do torneio
pela primeira vez.
Mário Gobbi rechaça 'fila' na Libertadores: 'Quero tirar o peso'
- O que venho tentando fazer nesses cinco meses (como presidente) é
tirar o peso que vocês (jornalistas) colocam em cima da torcida do
Corinthians de se ganhar a Libertadores. Hoje (quarta), li que estamos
na fila desde 1977. Isso é uma aberração. Naquela época, nem se pensava
em Libertadores. Se você perguntar aos diretores daquela época, não se
falava nem em Brasileiro. Montava-se time para ser campeão paulista.
Luto contra porque isso (pressão) cria um sentimento raivoso no
torcedor. Depois acontecem fatos desagradáveis e vocês (jornalistas)
mesmos os chamam de vândalos - criticou.
Li que estamos na fila desde 1977. Naquela época, nem se pensava em Libertadores. Não se falava nem em Brasileiro"
Mário Gobbi, presidente do Corinthians
Segundo Gobbi, o Corinthians vem de momentos em que as prioridades do
clube eram diferentes. De acordo com o presidente, até os anos 80 o foco
do Timão era nas disputas regionais. A partir da década de 90, o
Alvinegro abriu os olhos para as competições nacionais. Segundo o
dirigiente, a fase, agora, é a da "internacionalização" da marca. Até
por isso, ratificou a ideia de que caso o título não venha na decisão
desta quarta contra o Boca Juniors-ARG, às 21h50m, no Pacaembu, não é
motivo para preocupação.
- De uns anos para cá, o clube passou a se dedicar, a focar como meta a
classificação ao torneio. É nosso terceiro ano seguido, e para vencer é
preciso participar, conhecer os atalhos e as peculiaridades. Ir a uma
final frente um rival do quilate de um Boca é uma recompensa muito
grande pelo que fizemos até aqui. Não posso condicionar a grandeza do
Corinthians a vencer a Libertadores, nem dizer que, se perdermos, está
tudo errado.
Gobbi ainda destacou a campanha feita pelo Timão ao longo da
Libertadores. A equipe chegou à final invicta e pode repetir o feito de
outros cinco clubes - dentre eles o próprio Boca, que é inclusive o
último time a ter alcançado tal feito, em 1978. Por fim, relembrou que o
trabalho atual teve início há quatro anos, quando o Corinthians teve de
disputar a Série B e iniciou a "escalada" até a decisão desta quarta.
Na "trajetória", títulos paulista (2009), da Copa do Brasil (2009) e do
Campeonato Brasileiro (2011), além da própria Série B, em 2008.
- Estamos há quatro anos disputando e ganhando títulos. É o caminho
certo. Chegamos invictos à final da Libertadores, o que já nos honra
sobremaneira. Se (o título da Libertadores) não vier hoje (quarta), será
em uma próxima. Não sera a última Libertadores da face da Terra, nem o
mundo irá acabar na quinta-feira.
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