domingo, 19 de agosto de 2012

Com André e erro inédito de bandeira, Santos bate Timão em ótimo clássico

 andré santos gol corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
André, em posição irregular, marca para o Santos
  • momento decisivo
    38 min
    Gol da vitória
    Bruno Rodrigo sobe muito em cobrança de escanteio e coloca no canto esquerdo de Cássio, que nem se mexe. Delírio na Vila com a vitória do Peixe.
  • nome do jogo
    André
    Artilheiro
    Em sua segunda partida no retorno ao Santos, não teve atuação brilhante, mas fez os dois gols da virada e reativou as danças com o parceiro Neymar.
  • arbitragem
    Três erros
    Emerson Augusto de Carvalho
    Assistente conseguiu errar três vezes no segundo gol do Santos. Bruno Rodrigo, Durval e André estavam impedidos, mas ele não levantou a bandeira nenhuma vez.
  Mais de 12 mil pessoas saíram de suas casas num início de tarde ensolarado com destino à Vila Belmiro e uma dúvida na cabeça: ver o clássico entre os úlitimos ganhadores da Libertadores, do atual tricampeão paulista contra o atual campeão nacional, ou de equipes que lutam para ficar entre os dez primeiros colocados do Campeonato Brasileiro? Sorte de quem arriscou! Santos e Corinthians fizeram um ótimo clássico. Não faltou nenhum ingrediente na vitória santista por 3 a 2.

Gols, viradas, dribles, discussões, sangue... Uma pena que a palavra "justiça" será sempre questionada graças ao bizarro erro do assistente Emerson Augusto de Carvalho, que ignorou impedimento triplo, de Bruno Rodrigo, Durval e André, no segundo gol do Santos, marcado pelo centroavante.

Em realidades distorcidas graças aos inúmeros desfalques do Santos durante o primeiro turno e o foco do Corinthians no Mundial, já que tem vaga na Libertadores de 2013 garantida e está longe do líder Atlético-MG, as equipes deixaram a sensação de que estão muito aquém do que poderiam na tabela. O time de Tite, como de costume, se destacou pela parte coletiva, foi melhor no primeiro tempo, mas sentiu os desfalques e caiu de rendimento.

Os comandados de Muricy voltaram a fazer diferença no lado individual, principalmente Neymar e Arouca, e, mais adiantados, foram melhores no segundo tempo. Os gols devolveram ao Peixe aquilo que vinha faltando nos últimos tempos: a alegria, a leveza, uma certa irresponsabilidade traduzida em danças de Neymar e André.

Embalado pelas duas vitórias consecutivas após a volta de Neymar, o Santos terá uma semana importante. Na quarta-feira, pega a Universidad do Chile, em Santiago, na primeira partida da decisão da Recopa. No sábado, terá pela frente o Palmeiras, em outro clássico fundamental para quem ainda busca uma vaga na Libertadores do ano que vem. Já o Corinthians descansa até o próximo domingo, quando receberá o São Paulo no Pacaembu, na tentativa de manter a supremacia dos últimos anos sobre o rival.
Paulinho corinthians Arouca santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Paulinho sofre com a marcação dupla de Arouca e Bruno Peres
 
Início melhor para o Timão...
Gols anulados, grandes defesas, discussões e até sangue no rosto. Os ingredientes da primeira etapa foram dignos, sim, de dois times campeões da Libertadores. Alternância de poder em campo. O Peixe tinha de volta o quarteto que encantou o país há dois anos: Arouca, Ganso, Neymar e André. Com eles, tentou sufocar logo no início e o centroavante, em sua segunda partida após o retorno ao clube, quase abriu o placar ao desviar chute de fora da área. Sorte de Cássio que a bola se arrastou, fraquinha, até suas mãos.

A diferença do Santos de 2012 para o de 2010 é que em vez do veterano Robinho, que era quase um coadjuvante de luxo, agora quem complementa o setor de ataque é o jovem argentino Patito Rodriguez. Pela direita, ele mais escorregou do que conseguiu criar lances de perigo. E o Timão foi se tornando dono da casa.
rafael cabral santos corinthians brasileirão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Rafael se chocou com Bruno Rodrigo e levou a pior
 
Em poucos minutos, o Corinthians fez com que todos se lembrassem do domínio absoluto que teve na semifinal da Libertadores, quando venceu por 1 a 0. Mas também havia uma diferença. Sheik, autor daquele golaço, não esteve em campo. Em seu lugar, Romarinho teve espaço para deitar, rolar e chutar. Sorte dos Brunos, Peres e Rodrigo, que Rafael impediu dois gols do herói da Bombonera.

O goleiro do Peixe deu sangue, literalmente, pelo time. Um corte no supercílio fez sua cara ficar vermelha - resultado de um choque com o zagueiro Bruno Rodrigo. E vermelho de raiva ele ficou quando Douglas, em ótima tarde, cobrou falta na cabeça de Danilo. Sempre Danilo... Ele, que também havia feito gol na semifinal, fez de novo. Artilheiro do Timão na temporada, com 12 gols.

Neymar, até então, tinha atuação sem grande destaque. Mas craque é aquele que aproveita os momentos mais raros. E como é raro o sistema defensivo conritiano dar moleza a alguém. O atacante carregou, caminhou, acelerou e entrou na área, só observado por quatro adversários. Livre, rolou para André completar para o gol e dar ainda mais molho ao duelo.
douglas corinthians durval santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Douglas tenta passar pela marcação de Durval e Bruno Peres
 
Melhor para o Peixe...
Neymar, Paulinho, Arouca, Danilo, Ganso, Douglas, Rafael, Cássio... Eram tantos grandes jogadores em campo, que talvez o assistente Emerson Augusto de Carvalho tenha ficado receoso de ser esquecido. Decidiu, então, cometer erro grosseiro e inédito: não marcou três impedimentos no mesmo lance, definido pelo blogueiro Márvio dos Anjos, do GLOBOESPORTE.COM, como "impedimento triplamente qualificado": Bruno Rodrigo cabeceou, Durval desviou e André completou para o gol, colocando o Peixe à frente e deixou os corintianos indignados. O Tira-Teima, da TV Globo, mostrou que havia impedimento nos três lances.

Não é comum o Timão atuar em desvantagem e tudo que o Peixe espera, com seus jovens velozes, é ter espaço. Logo em seguida, em contra-ataque, Arouca voltou a surpreender a defesa e exigiu boa defesa de Cássio.

Patito melhorou. Ajudou na marcação, driblou e segurou a bola no campo de ataque. Mas foi outro argentino quem brilhou. Martínez entrou no lugar de Danilo e reacendeu o jogo em seu único momento de leve marasmo. A impressão era de que o Santos cozinharia o triunfo até o apito final de Flávio Rodrigues Guerra, mas o hermano, pela esquerda, justificou sua contratação. Entrou na área, cortou para o meio e bateu com consciência, no cantinho.

Martínez acendeu Tite, acendeu a torcida visitante na arquibancada e acendeu até o Santos. Ainda havia forças para nova reação? A resposta veio da cabeça de Bruno Rodrigo, que acertou o canto esquerdo e conseguiu o feito de deixar o gigante Cássio com os pés pregados no chão.

As tentativas de novo empate vieram das bolas paradas de Douglas, que não surtiram o mesmo efeito. Os corintianos vão reclamar do bandeirinha e os santistas vão enaltecer a vitória. Para a história, fica mas um grande confronto entre os alvinegros.

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