quarta-feira, 4 de julho de 2012

Riquelme e Clemente: 'turma do fundão' é trunfo do Boca pelo hepta

Riquelme, treino, Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com) 
Clemente Rodríguez e Riquelme em treino do Boca
 
Nos treinos físicos do Boca Juniors, há sempre dois jogadores no fim da fila, como se fossem a famosa “turma do fundão”. Riquelme e Clemente Rodríguez não param de conversar nem por um instante. Quando a bola rola, o cenário é parecido. Seja em coletivos ou mesmo durante as partidas. Quando Riquelme domina a bola, sempre olha para a esquerda, parece procurar o lateral, que já corre para se apresentar no ataque e receber.

A amizade entre os dois é conhecida por todos na Argentina, e um trunfo da equipe na final desta quarta-feira contra o Corinthians. Até porque ambos sabem exatamente como é disputar – e ganhar – uma decisão de Libertadores. Eles estavam em campo no último título conquistado pelo Boca Juniors, em 2007, sobre o Grêmio, no estádio Olímpico.

Ao lado do zagueiro Schiavi, os dois são os principais líderes da equipe e exercem influência grande nos demais jogadores e até na comissão técnica e na maneira de atuar. A última demonstração foi dada na última terça-feira.

Sem acordo com o lateral-direito Roncaglia, que, já vendido para a Fiorentina-ITA, não aceitou os termos de um seguro para disputar a final, o presidente Daniel Angelici chegou a dizer que ele nem viajaria para São Paulo. Foi a deixa para que os jogadores entrassem em ação. Encabeçados por Riquelme e seu fiel escudeiro, apararam as arestas, e Roncaglia está no Brasil, ainda sem uma definição sobre sua escalação.

Em 2010, quando a diretoria contratou Clemente de volta, a presença do velho companheiro no grupo foi fundamental. Em entrevistas, o camisa 10 pressionou o acerto. “Ele é o melhor”, dizia o meia.

O Riquelme é nosso técnico dentro de campo"
Clemente Rodríguez
 
Na época, a dupla estava há algum tempo sem conversar, mas a amizade voltou ainda com mais força. Clemente Rodríguez é companheiro dos churrascos de Riquelme em Don Torcuato, local onde o craque nasceu e vive até hoje com a família. É um dos poucos que entendem e não questionam o fato de ele não se mudar para Buenos Aires e preferir gastar horas para ir e voltar dos treinos, diariamente.

Em campo, a parceria também é facilmente notada. No esquema de Julio César Falcioni, que por sinal é muito parecido com o de 2007, seu principal jogador costuma cair mais pelo lado esquerdo, território de Clemente. O número de passes trocados entre eles durante os 90 minutos chama atenção. Além da dupla, o volante Pablo Ledesma é outro remanescente do grupo hexacampeão há cinco anos.

Para selar a parceria de sucesso, recentemente os ícones do Boca se tornaram os atletas que mais vezes entraram em campo pela equipe na Libertadores. Riquelme tem 65 partidas, uma a mais que o lateral-esquerdo. Ambos se aproveitaram da lesão do volante Battaglia, antigo recordista com 60 jogos, e que mesmo machucado está no Brasil para apoiar os parceiros na tentativa do heptacampeonato.
– O Riquelme é nosso técnico dentro de campo – resume Rodríguez.

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